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PF abre inquérito contra ex-deputado Vaccarezza por lavagem de dinheiro

SÃO PAULO. O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito contra o ex-deputado e ex-líder do Governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), por lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos ou valores oriundos de corrupção. Ele é suspeito de ter participado do esquema de corrupção na Petrobras entre 2004 e 2014.

Vaccarezza tinha foro especial até 31 de janeiro deste ano, quando terminou seu mandato de deputado federal. Com isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) remeteu a Moro os autos da investigação em que ele é acusado de corrupção. A ordem de instauração de inquérito contra ele é de 17 de abril, mas só agora o juiz suspendeu o sigilo que havia em torno do processo.

Vaccarezza, que chegou a ser vice-presidente da Câmara, foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de ter recebido R$ 400 mil de propina na intermediação da contratação pela Petrobras da empresa Sargeant Marine, que forneceu asfalto importado para a estatal petrolífera.

Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar em sua casa em Petrópolis (RJ), com tornozeleira eletrônica, fez a denúncia em processo de delação premiada. Segundo Costa, ele soube da propina a Vaccarezza no ano de 2009 ou 2010, na residência do lobista Jorge Luz, no Rio de Janeiro. Foi nesse encontro que Jorge Luz apresentou ao deputado a Sargent Marine. Costa, que na época era o diretor de Abastecimento da Petrobras, foi o responsável por contratar a Sargent Marine.

Em fevereiro de 2015, o ministro Teori Zavascki deferiu requerimento do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pedindo abertura de inquérito contra 52 deputados, senadores e ex-deputados, suspeitos de terem participado do esquema de propinas na Petrobras. Os ex-parlamentares, que já não tinham mais foro privilegiado, tiveram os processos despachados para a Justiça Federal. No caso de Vaccarezza, o processo foi remetido ao juiz Sergio Moro. No STF, foram mantidos somente os fatos relacionados a detentores de foro por prerrogativa de função.

Quando os termos da delação premiada de Paulo Roberto Costa sobre Vaccarezza se tornaram públicos, em fevereiro, o ex-deputado disse que jamais recebeu os R$ 400 mil de propinas.

"Nunca pedi nada ao Paulo Roberto Costa e ele nunca me deu nada. Nunca apresentei empresa ao Paulo Roberto Costa e, se o Jorge Luz disse que haveria propina, tem que cobrar do Jorge Luz e não de mim", disse Vaccarezza à época.

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