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PF faz busca em escritório de Pimentel e agência que prestou serviço ao PT em 2014

A Polícia Federal faz busca e apreensão de documentos nesta quinta-feira em um dos escritórios da campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em Belo Horizonte (MG). Também estão sendo feitas buscas em dois escritórios da Pepper em Brasília, agência que prestou serviços para o PT durante a campanha eleitoral do ano passado. A empresa ainda presta serviços ao partido. A ação da polícia foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a partir da chamada Operação Acrônimo II, nova fase da investigação sobre supostos vínculos de Pimentel com movimentação financeira do empresário Benedito Oliveira.

A PF também pediu para fazer busca e apreensão de documentos no Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas, e na residência do governador Fernando Pimentel. Mas estes pedidos foram rejeitados pelo ministro Herman Benjamin. O ministro endossou pedido da polícia de apreender documentos na casa de uma assessor do governador. Segundo fontes da investigação, além de Pimentel há outros seis alvos de investigação nesta segunda etapa.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa do governador, criticou a decisão da Polícia Federal de pedir busca no Palácio da Liberdade e na residência de Fernando Pimentel. Para o advogado, a Polícia Federal fez os pedidos sem fundamentação jurídica e sem qualquer motivo que justificasse uma medida tão drástica.

— Estão extrapolando todos os limites. Acham que vão refundar a República. Fizeram os pedidos de busca na sede do governo sem qualquer base jurídica. É estarrecedor. É ruim para a democracia. Felizmente, o ministro rejeitou o pedido — disse Kakay.

Os agentes da PF atuam no Distrito Federal, em Minas e no Rio. No escritório da Pepper, no Centro do Rio, os funcionários foram dispensados de ir ao trabalho. Segundo relatos, foram apreendidos documentos e computadores. Por ordem do STJ, a PF não vai divulgar informações sobre a segunda fase da operação Acrônimo. Por isso não deve haver uma coletiva de imprensa.

Na primeira fase, a PF prendeu cinco pessoas em flagrante, entre elas Bené, que é ligado ao PT e considerado pela PF o chefe da suposta organização criminosa. Ele prestou serviços à campanha do governador de Minas, Fernando Pimentel. Na época, a PF cumpriu um mandato de busca e apreensão na casa da primeira-dama mineira, Carolina de Oliveira Pereira. Há indícios de que a empresa de Carolina fazia parte do esquema. Bené começou a ser investigado quando seu avião foi apreendido no ano passado, durante a campanha, com R$ 116 mil.

Na primeira fase da investigação, a PF concluiu que o grupo teria movimentado mais de R$ 500 milhões desde 2005, só em contratos com o governo federal. A Gráfica Brasil, principal empresa da família de Bené, faturou nada menos que R$ 465 milhões nesse período.

O inquérito que apura se o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, cometeu crimes na campanha eleitoral foi aberto no STJ no último dia 18. As suspeitas vieram à tona a partir da Operação Acrônimo. Apenas os trechos referentes a Pimentel foram transferidos para o STJ, que é o foro indicado para processar e julgar governadores. O relator do inquérito, ministro Herman Benjamin, decretou o sigilo total das investigações. A expectativa do Ministério Público Federal é de que esse sigilo seja revogado em assim que forem concluídas as apurações iniciais.

Em parecer, o Ministério Público Federal recomendou que o relator negasse os pedidos da Polícia Federal para fazer busca e apreensão de documentos no Palácio da Liberdade, na residência do governador e na sede do PT mineiro. Isso porque, segundo o MP, os pedidos eram genéricos, sem especificar o motivo da operação ou o que procurariam nos locais. A orientação no MP é para que essas investigações sejam feitas com muita cautela.

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