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Polícia prende cerca de 200 pessoas acusadas de depredar sede do Sindicato dos Comerciários

RIO — Duzentas e vinte pessoas foram detidas, na madrugada desta quarta-feira, após invadirem a sede do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro e realizarem um quebra-quebra nos oito andares do prédio, que fica na Rua André Cavalcânti, no Centro do Rio. A depredação ocorreu a poucas horas da eleição para diretor da associação, que está marcada para as 9h desta quarta. De acordo com o advogado José Carlos Nunes, interventor do sindicato, o objetivo do grupo era atrapalhar uma investigação de desvio de dinheiro, que vem ocorrendo há sete meses:

— Esse grupo quis tentar obstruir o trabalho da Justiça. Está ocorrendo uma apuração de desvio de mais de R$ 100 milhões no sindicato. Temos uma documentação acautelada na sede da entidade, e essas pessoas tentaram destruir essas provas que estão sendo realizadas por lá. Eles destruíram e furtaram diversos documentos — contou o interventor.

A ação dos vândalos, segundo ele, já era algo esperado.

— A União Geral dos Trabalhadores (UGT) vinha anunciando na internet que viria ao Rio tentar inviabilizar a eleição. Nós sabíamos que isso ia acontecer. Tentamos prevenir, colocamos várias trancas nas portas, mas a quantidade de pessoas foi tão grande que o reforço não suportou — disse o interventor, que afirmou ter pedido apoio policial.

O grupo veio do bairro de Itaquera, na cidade de São Paulo, dividido em dois ônibus. De acordo com um dos motoristas, os invasores disseram que fariam um trabalho de segurança no Rio. No trajeto, ele contou não ter percebido nenhuma atitude suspeita. Cada integrante do grupo teria recebido uma quantia de R$100 reais mais alimentação para fazer o serviço. Eles passaram a madrugada na calçada da 5ª DP (Mem de Sá) e estão sendo levados para a Cidade da Polícia, na Avenida Dom Hélder Câmara, no Jacaré, por policiais militares da Operação Lapa Presente, com o apoio de agentes do Batalhão de Choque (BPChq).

Com o grupo, a polícia apreendeu um simulacro de pistola, fogos de artifício, fumaça sinalizadora, soco inglês, além de trouxinhas de maconha e material de campanha da Chapa 3 da eleição. Os vândalos arrancaram câmeras de segurança de alguns andares, destruíram papeladas e arrombaram portas. De acordo com o responsável pela segurança do prédio, Raphael Gomes da Silva, no momento da invasão havia dois seguranças e um porteiro. O interventor José Carlos Nunes disse, ainda, que eles foram ameaçados pelos invasores.

Durante a madrugada, alguns mesários que vão participar da eleição para diretor nesta quarta-feira foram impedidos de entrar no prédio até a chegada da perícia. Apesar da depredação, o interventor afirmou que a eleição vai acontecer:

— São 48 anos que esse sindicato não tem eleição e, hoje, a determinação da Justiça é que a democracia ocorra, e é isso que vai acontecer: 28 urnas circularão pela cidade do Rio. No sindicato será apenas uma urna, as outras serão itinerantes, que passarão de loja em loja colhendo a opinião dos associados — garantiu.

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