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Procon Estadual tem dez fiscais para cerca de 12 mil bares e restaurantes

RIO - O endurecimento na fiscalização de bares e restaurantes do Rio fez aumentar o número de denúncias de sujeiras, alimentos malconservados e até objetos indesejados nos alimentos. O policial federal Fábio Domingos, que comanda a equipe de fiscalização do Procon Estadual, disse que são recebidas uma média de 300 denúncias por dia. Com uma equipe “ínfima” de cerca de dez fiscais para cerca de 12 mil bares e restaurantes, o coordenador — também conhecido como xerife do Procon — também se pauta pelas redes sociais. Anteontem, viu a repercussão imediata de um vídeo que mostrava vermes dentro de um pastel na filial do Bar do Adão, na Tijuca, e depois o caso de um rato que caiu numa travessa de batatas no bar Casa Brasil, na Praça São Salvador, em Laranjeiras.

— O número de autuações aumentou, porque antes não uma fiscalização efetiva. Com a divulgação do nosso trabalho e o aumento das operações, a população hoje reclama mais porque tem um canal para isso. Há também as redes sociais, que passaram a ter papel importante na divulgação desses episódios — disse Fábio Domingos.

Segundo Fábio Domingos, a relação entre o número de fiscais (10) é insuficiente para atuar, mas a equipe tem se desdobrado. Prova disso, segundo ele, são os números. Em 2012, antes dele comandar a equipe do Procon, foram 80 autuações. No ano seguinte, quando a equipe já estava nas ruas, o número saltou para 1.810. Já em 2014, foram 2.500 estabelecimentos autuados. Este ano, de janeiro até agora já foram 1.337 casos.

Com tantos casos, quem precisa comer na rua fica preocupado. O presidente do Sindicato de Hotéis,Bares e Restaurantes (SindRio), Pedro de Lamare, também está preocupado com a imagem desses estabelecimentos. Por meio de nota, disse que “episódios como estes em bares e restaurantes do Rio são inadmissíveis. Há anos, o SindRio oferece aos seus associados a assessoria da Bioqualitas, empresa especialista em segurança alimentar, para que este tipo de coisa não aconteça, inclusive com palestras na sede do Sindicato. Também mantemos contato permanente com o Procon e Vigilância Sanitária, visando a melhora do setor”, conclui a nota.

Fábio Domingos disse que alguns empresários não estão preocupados nem em manter a documentação necessária para o funcionamento dos seus estabelecimentos. O coordenador do Procon dá algumas dicas para quem anda preocupado em comer em bares e restaurantes.

— Quando o dono de um estabelecimento se preocupa em manter placas, cartazes e cumprir todas as determinações da lei, já é o primeiro indício de que cuida bem o seu bar ou restaurante. O cliente também deve ficar atento à limpeza dos banheiros. Se ele (o dono) não se preocupa com essa higiene, muito provavelmente a cozinha dele é suja — aconselhou Fábio Domingos.

Na noite de quinta-feira, agente do Procon Estadual realizaram uma operação na Casa Brasil e encontraram num corredor próximo ao estoque, no segundo andar, um outro rato, que foi capturado e morto, além de fezes do roedor e baratas. Também foram descartados dois quilos e 200g de alimentos vencidos ou sem especificação do prazo de validade. Os fiscais informaram ainda que o restaurante não apresentou certificado do Corpo de Bombeiros e que a dedetização estava vencida desde março. Em nota, o Procon disse que "a cozinha também estava em péssimas condições de higiene e conservação, com o piso quebrado, excesso de sujeira e gordura no fogão e geladeira com goteiras e excesso de água".

Em relação ao Bar do Adão, onde uma cliente encontrou larvas no recheio do pastel, não foi a primeira vez que o bar foi alvo do Procon. Em fevereiro deste ano, interditou três filiais do bar. A operação fiscalizou nove filiais do restaurante famoso pelos pastéis na cidade do Rio e Niterói, sendo oito multadas. No total, na época, os fiscais descartaram 122 kg de alimentos e 152 litros de bebidas impróprios ao consumo. Das unidades vistoriadas, apenas as localizadas em Copacabana e Niterói não apresentaram irregularidades. O Procon Estadual resolveu promover a fiscalização após receber denúncias de consumidores. Três filiais foram interditadas. Entre elas, a da Tijuca.

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