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Temer diz que é preciso distinguir empresas de empresários

SÃO PAULO. O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta sexta-feira que diante da prisão de executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, em nova fase da Operação Lava-Jato, é necessário encontrar uma solução para salvar as empresas e evitar desemprego.

— Só faço uma ponderação: temos que distinguir muito a figura do empresário e a figura da empresa. A empresa sempre é uma garantidora de empregos. Se pudéssemos fazer isso, seria útil para continuidade das atividades dessas grandes empresas e portanto para manutenção dos empregos.

O vice-presidente descartou a possibilidade de as prisões trazerem problemas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez viagem ao exterior paga pelo Odebrecht.

— Em relação ao presidente Lula, não vejo nada, nem saberia dizer quais as razões da prisão.

Temer evitou entrar no mérito sobre a legitimidade das prisões.

— Não temos comentários a fazer. Apenas surpreendidos com esse fato. Na verdade, é uma questão judicial e será decidida pelo Judiciário.

O vice-presidente, que participou de almoço promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), destacou ainda não conhecer os autos.

— Mas seguramente houve alguma espécie de movimentação para isso (a decretação das prisões).

VENEZUELA

Temer classificou como inadmissível a hostilidade sofrida pelos senadores brasileiros que visitaram a Venezuela na quinta-feira.

— ( Vejo o episódio) com péssimos olhos. É inadmissível que representantes do Poder Legislativo brasileiro estejam lá numa visita e sejam hostilizados como foram.

Temer destacou que o ex-primeiro ministro espanhol Felipe González também esteve na Venezuela e não enfrentou problemas. Questionado sobre como o governo brasileiro deveria reagir, o vice respondeu:

— Como já reagiu. Pedindo explicações, como o Itamaraty está fazendo por determinação da presidente.

Responsável pela articulação política do governo, Temer criticou nesta sexta-feira, em palestra sobre reforma política promovida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), as diretrizes ideológicas dos partidos políticos brasileiros. O vice chegou a dizer que o país só teve partidos de verdade durante a ditadura. Antes de entrar no tema, porém, questionou se havia jornalistas acompanhando a palestra e pediu que a sua fala não fosse registrada.

— Nós tivemos partidos verdadeiros no país no regime autoritário. Tinha a Arena de um lado que era a favor do status quo e tinha o MDB de outro lado que era contra status quo. Quando foram autorizados os partidos políticos, eles perderam toda e qualquer identidade. Se vocês se derem ao trabalho de examinar os 32 status, vão ver que são todos iguais. Ninguém é contra educação, saúde, segurança, essas coisas mais genéricas. Todos os programas são mais ou menos iguais — afirmou Temer, ao defender que o distritão poderia ajudar a reduzir o número de partidos no Brasil.

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