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Depois de perder a perna em acidente de carro, técnico virou Saci

Saci, de 'coisa ruim' a melhor coisa na vida de Erinaldo

RIO — Dizem que o Saci Pererê é coisa ruim. Mas para o técnico em celular, Erinaldo Cardoso, de 43 anos, foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida. Aos 20 anos, ele perdeu a perna direita num acidente de carro. Há dois anos, ele resolveu torcer pelo Brasil fantasiado de Saci, na Copa das Confederações. O sucesso foi tanto que Erinaldo virou artista e passou a viver com o que ganha como o moleque travesso. Foi o início de uma nova vida.

— O Saci foi algo maravilhoso na minha vida — diz ele, que veste uma malha preta no corpo e usa luvas, além de pintar o rosto.

Erinaldo Cardoso é normalmente encontrado pela cidade como estátua viva. O principal palco é a Feira de Antiguidades da Rua do Lavradio, no primeiro sábado de cada mês.

— Modéstia à parte, é uma estátua viva bem viva mesmo. Esta estátua fala pra caramba.

A fantasia atrai muito as atenções do público. Os pedidos de fotos, quase sempre de braços cruzados com olhar de poucos amigos, são mais comuns. As colaborações podem ser depositadas em uma urna. Erinaldo, porém, é bastante atuante. Costuma participar de festas infantis, abertura de bailes funk e, inclusive, palestras para pessoas em reabilitação após acidentes automobilísticos. O artista tem muito a dizer.

— A primeira sensação (após o acidente) é por que comigo? Para muitos, é muito difícil, mas para outros, como é o meu caso, foi fácil. Eu cheguei a conclusão óbvia: eu perdi uma perna e nada do que eu fizesse iria fazer ela nascer de volta. Perdi a perna em um acidente de carro. O meu pai dirigia.

A ideia do saci surgiu na Copa das Confederações. Erinaldo, a mulher e suas duas filhas tinham acabado de chegar de São Paulo. O ganha-pão da família era o conserto de aparelho de telefone celular.

— Como diz o carioca, fui tirar uma onda de Saci no Maracanã. Foi um sucesso. Aí, comecei a fazer aparições profissionalmente — conta ele, que acertou o resultado da final, Brasil 3 x 0 Espanha, e ganhou destaque nas comemorações da torcida.

Para Erinaldo, a magia do Saci abriu as portas para um novo mundo.

— Muitos acreditam que o Saci faz parte do candomblé, outros acreditam que é um espírito. Acho que o mais mágico de fazer o Saci é esse enredo, esse mistério, essa coisa linda, que é uma arte sem fim, pela imaginação das pessoas: Cada um imagina o Saci do jeito que gostaria que ele fosse.

Artista Erinaldo Cardoso, Saci da Feira de São Cristóvão! para contratá-lo para eventos (21) 98032-0791

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