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Areia de praças e creches coloca saúde das crianças em risco no Rio, diz Fiocruz

Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil*


Uma análise da qualidade ambiental da areia de parques, praças e creches feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) nas zonas norte, sul e oeste do Rio de Janeiro atestou que o risco de contrair doenças nesses locais é alto. O resultado foi apresentado hoje (28) pelo instituto, na Praça do Leme, zona sul do Rio, um dos locais com as piores condições e muito frequentado por crianças.

A coordenadora da pesquisa, Adriana Sotero Martins, disse que no Brasil não existe parâmetro para a avaliação da qualidade da areia, mas, nas análises, foram encontradas altas concentrações de coliformes fecais, bactérias, fungos e parasitas que podem causar micoses, infecções de pele, náusea e vômito.

“Foram feitos 15 pontos de coleta e apenas dois apresentaram resultados aprovados para o usuário, sem risco. Nos demais , encontramos parasitas que oferecem risco à saúde pública, como o bicho geográfico, que é aquela larvinha que percorre, super comum dar em crianças na primeira infância. Seria super importante a gente ter uma legislação que possa garantir ao usuário, aquele que usa o serviço público, ou mesmo serviços provados de creche, por exemplo, que tem parquinhos e tanques de areia, a qualidade dessa areia”.

Os dois pontos analisados que não apresentam riscos para a saúde são a faixa de areia na Praia Vermelha, na Urca, ao lado da Creche Municipal Gabriela Mitral, e a Creche Bambalalão, na Freguesia, em Jacarepaguá. Entre os pontos com maiores concentrações de contaminantes estão a Praça Saens Peña, na Tijuca, o Bosque da Freguesia, em Jacarepaguá, e a creche municipal Chácara do Céu, no Morro do Borel, na Tijuca.

O estudo foi encomendado pela Comissão pelo Cumprimento das Leis da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para fundamentar um projeto de lei que estabelece o monitoramento semestral da areia.

Autor do projeto e presidente da comissão, o deputado estadual Carlos Minc ressalta que não há nenhuma iniciativa nesse sentido no Brasil. “Não existe no Rio nem no Brasil um padrão de referência para qualidade de areia. Então, a partir de que limite isso é perigoso para a saúde das crianças e da população em geral. E depois estabelece o que fazer para prevenir: cercar com tela, borrifar semanalmente com alguma coisa de cloro”.

A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Alerj e segue para apreciação das comissões técnicas. O projeto propõe que o monitoramento fique a cargo do órgão ambiental estadual e que os responsáveis pelos locais contaminados sofram sanções que vão de multa à interdição.

*Colaborou Tâmara Freire, repórter do Radiojornalismo

Editor Maria Claudia

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