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Moradores questionam falta de alimentos na merenda da rede municipal

Welliton Carlos

Café da manhã: suco da polpa, pão com muçarela e maçã. Almoço: arroz com frango e salada de repolho e tomate. Lanche da tarde: canjica. Esse é o cardápio elaborado pela nutricionista da Prefeitura de Goiânia, para ser servido em um dia da semana, em uma escola de tempo integral.

Porém, conforme reclamam mães, as refeições servidas foram: pão puro, arroz com carne e pão com carne. As merendeiras não seguiram o cardápio recebido porque não tinham na dispensa suco, pão, muçarela, maçã, frango, repolho, tomate, milho, leite e açúcar.

Para as crianças não ficarem com fome, dizem as servidoras, elas adaptam a alimentação com o que tem. “Os alunos não podem ficar sem comer. Temos que criar outras alternativas. Raramente conseguimos seguir o que vem estabelecido no cardápio”, revela uma das funcionárias para o DM.

Em outra escola, a canjica servida para as crianças contou com a solidariedade dos funcionários, que  arrecadaram para comprar o leite e fazer a canjica. “Nós compramos o leite com o nosso próprio dinheiro, porque as crianças comeram a semana inteira arroz com carne, e como tinha milho para fazer canjica e açúcar decidimos comprar o leite para eles terem um lanche diferenciado”, explica uma auxiliar administrativa para a reportagem.

Em todas as escolas a falta de alimentos tem comovido funcionários, pais e integrantes da Câmara Municipal de Goiânia. Segundo o vereador Djalma Araújo (SD), há suspeita de desvio do dinheiro da merenda. “ Existem contratos milionários referentes s compra de alimentos que não estão sendo distribuídos nas escolas. Mais de R$ 500 mil foram gastos na compra de sardinhas. Mas em todas escolas que fui eles afirmaram nunca terem recebido uma lata”, afirma o vereador.

Além da carência de alimentos, parte dos  recebidos teve que ser jogado fora. Isso porque os alimentos chegaram perdidos ou com fungos. O suco de goiaba, por exemplo, foi detectado com fungos e teve que ser recolhido das escolas. Os bolos também chegaram estragados e tiveram que ser descartados. A maioria da carne recebida foi jogada fora, pois está em más condições.

OUTRO LADO

Conforme a diretora de Administração Educacional, Clarislene Paula Domingos, parte dos fornecedores atrasou na entrega dos alimentos e que no final do mês algumas escolas ficaram, de fato, com déficit.  Ela afirma que a Prefeitura de Goiânia vai analisar todas as reclamações e questionar os atrasos.

As mães reclamam da alimentação dos filhos e cobram solução do problema. “É um absurdo o que fazem com as crianças. Como pode alguém aprender ficando das 13h às 17h com apenas um copo de iogurte? Quero que minha filha esteja na escola, bem tratada, mas infelizmente não está!”, desabafa Maria Aparecida Martins.

Conforme o vereador Elias Vaz (PSB), a secretária de Educação Neyde Aparecida foi convocada pela Câmara Municipal para uma reunião. Ontem, pela manhã, ela não levou todos os documentos solicitados. Mas à tarde se reuniu com os vereadores para prestar esclarecimentos sobre os problemas e soluções que a pasta pretende implementar.

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