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COTIDIANO

Reabilitação amiga

Oníria Guimarães

Com muita emoção e depoimentos marcantes, aconteceu na sexta-feira, 02, a festa em comemoração aos 10 anos do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural de Rio Verde. O evento foi à oportunidade de mostrar para a comunidade a trajetória do Centro e também agradecer aos profissionais e parceiros que não medem esforços para solidificar a reabilitação de crianças e pessoas com necessidades especiais.

O Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso foi criado em 2004, mas somente em 2005 ele foi certificado e ganhou reconhecimento municipal. A ideia de melhorar a qualidade de vida de pessoas com necessidades especiais nasceu do educador físico e equitador, Alvanir Vilela Rezende Júnior, que criou o projeto Equoterapia em Rio Verde, buscando parceria com instituições, empresas e poder público.

O projeto foi implantado com muita dificuldade. No início eram apenas seis praticantes, dois funcionários e dois animais. Mas, seis meses depois do funcionamento, os resultados começaram a aparecer e dos seis praticantes, quatro voltaram a andar. “Lembro-me como de fosse hoje de todo o processo para a implantação do nosso Centro, foi um desafio muito grande, mas graças a Deus e aos apoiadores, conseguimos desenvolver o projeto e completamos agora 10 anos reabilitando vidas, uma satisfação, pois o projeto começou pequeno e de repente explodiu, sendo referência para todo o estado”, explica Júnior.

Durante os 10 anos de atividade, pelo Centro Primeiro Sorriso já passaram aproximadamente 800 praticantes, destes, 150 voltaram a andar, 130 foram alfabetizados, 120 reabilitados na área de fonoaudiologia e 290 na área de psicologia. Além disso, o Primeiro Sorriso participou de quatro campeonatos brasileiros e trouxe para o estado 28 medalhas, sendo três anos campeão brasileiro de paraequestre.

Reabilitação

As histórias de superação comovem e mostram a importância da implantação da Equoterapia em Rio Verde. Glaucia e Ruiter Padilha acreditaram tanto no projeto, que entregaram nas mãos dos profissionais o filho Marcos Padilha, o primeiro caso de Síndrome de Down da Equoterapia. “Quando nosso filho foi diagnosticado com síndrome de down, a princípio foi um choque, mas logo depois percebemos que Deus havia mandando uma benção para nossas vidas. Eu já conhecia o Alvanir Júnior e o trabalho que ele estava desenvolvendo. Nosso filho chegou ao Centro com um ano e um mês, sem andar, e com um ano e sete meses voltou a andar. Bem antes da expectativa dos médicos, tudo isso, graças ao trabalho com o cavalo”, esclarece Glaucia.

Quem também agradeceu o centro foi Venceslau Hugo Guedes. Em tratamento na Equoterapia desde 2009 após ter sofrido um acidente de carro que causou traumatismo craniano, ele é exemplo de perseverança e superação. “Cheguei ao centro muito debilitado, com graves traumas, hoje sou uma pessoa totalmente diferente, acabei fazendo amigos, não consigo ficar longe do tratamento e pelo incentivo do Alvanir Júnior e dos profissionais, até voltei a estudar e hoje sou um acadêmico cursando administração”, conta.

Mãe do praticante Érik Vinícius, Aldirene Costa Silva se emocionou ao contar a trajetória do filho na Equoterapia que foi diagnosticado com dificuldade de aprendizagem. “Quando meu filho foi diagnosticado com essa dificuldade de aprendizagem, logo os médicos nos encaminharam para a Equoterapia, ele chegou aqui com falta de raciocínio, com muita dificuldade e graças ao trabalho desenvolvido pelos profissionais, hoje ele é alfabetizado, melhorou muito na escola e em casa, agradeço a Deus pela joia que ele me deu e aos profissionais que fizeram e fazem a diferença em nossa vida. Em nome de todas as mães do Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso, reconheço todo o esforço empenhado na reabilitação de nossos pequenos”, ressalta.

Cleuza Guimarães também é uma praticante. Ela chegou ao centro em 2010 após ter sofrido um grave AVC que a deixou em cadeira de rodas. “A Equoterapia foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, cheguei na cadeira de rodas e agora ando com a ajuda de uma muleta, tudo isso graças à dedicação de profissionais que nunca desistiram de mim e que me ajudaram a superar todos os problemas que o AVC me causou, sou grata e realizada por estar cada dia melhor”.

Trabalho diário

A equipe que atende de segunda a sexta-feira é formada por 15 profissionais de várias áreas: equitador, psicólogo, pedagogo, fisioterapeuta e educador físico. Os pacientes são indicados por médicos e com laudos.

O presidente do Sindicato Rural acompanha o projeto de perto e sente uma enorme alegria em poder ver a evolução dos praticantes. “O trabalho desenvolvido é gratificante. Gosto de acompanhar de perto. E como produtor rural, sinto-me feliz em saber que o cavalo pode salvas vidas. A Equoterapia sem sombra de dúvidas é uma prática importantíssima e no que depender de mim, o centro só irá crescer e continuar mudando vidas”.

Ainda durante o evento, parceiros e profissionais foram homenageados e ganharam troféus.

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