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COTIDIANO

“Agi para defender minha família”

Relatório do Hugo atesta que vítima foi atingida apenas por estilhaços e não por projétil. Presidente da Associação dos Oficiais diz que qualquer policial está sujeito a uma ocorrência como essa

O coronel da Polícia Militar Sérgio Ricardo Caetano, que se envolveu em um disparo de arma de fogo no últi­mo dia 12, se defendeu das acu­sações feitas na imprensa de que alvejou com intenção de acertar a vítima, João Lenon de Freitas Oli­veira. “O que realmente aconteceu não é isso que está sendo contado e posso provar que agi para defen­der a integridade física minha e de minha família”, frisou.

Ele contou que por volta das 22h30 do dia 12 estava saindo de uma festa com sua esposa e três fi­lhos menores na parte de trás do carro quando descia a Avenida 85 sentido Centro. “O carro com dois homens emparelhou comigo e o passageiro desferiu um soco no vi­dro do meu carro. Um soco poten­te que assustou até minha esposa. Eles seguiram adiante e eu man­tive meu carro na diagonal deles, que naquele momento já estavam à minha direita. Eu vi o mesmo pas­sageiro se virando para trás na mi­nha direção e pensei que ele pu­desse estar armado, então peguei minha pistola e efetuei um disparo na direção do carro, não dele mes­mo”, contou o oficial.

Segundo ele, o objetivo era acertar o carro deles para afastar uma possível retaliação e virar em seguida na Praça do Chafariz, que estava próxima. “Quando eu vi o homem se virando para mim, fi­quei com receio de que ele pu­desse alvejar o carro e como es­tava com meus filhos menores no banco de trás eu não hesitei em disparar para afastar a ameaça”. Caetano diz que assim que saiu do campo de visão dos dois ho­mens ligou para o Centro de Ope­rações da PM e relatou o ocorrido para o oficial do dia. Em seguida, ele foi informado que o homem havia sido ferido na cabeça e en­caminhado para o hospital.

“Eu segui o protocolo e após deixar minha família em casa fui para a Central de Flagran­tes e me apresentei espontanea­mente para resguardar a certeza da investigação isenta”, disse. En­quanto isso, o delegado tratou de intimar o motorista do Fiat Uno Mille, Mykael Tyago Fernandes Pereira, para prestar depoimen­to na mesma noite. Mykael con­tou que ele e o amigo João Lenon estavam bebendo até mais de 22 horas quando estavam indo em­bora e se envolveram na confu­são com o coronel.

BAFÔMETRO

A advogada Rosângela Maga­lhães de Almeida, que atua na de­fesa do coronel Caetano, explicou que o exame de alcoolemia reali­zado por Mykael acusou 0,36 mi­ligramas por litro de ar expelido. “Uma medição de 0,24 miligra­mas já caracteriza crime de em­briaguez ao volante e a situação desse rapaz era bem acima, infe­lizmente”, frisou.

Outra quesito que atenua a situação do oficial, segundo Ro­sângela, é um relatório do Hos­pital de Urgências de Goiânia (HUGO) que atesta o ferimen­to de João Lenon. “Fragmentos metálicos de projétil de arma de fogo”, diz o relatório assina­do pelo médico que atendeu pri­meiramente o paciente ferido. Segundo a advogada, esse lau­do corrobora a versão do coro­nel de que não atirou diretamen­te contra o passageiro do outro veículo e sim mirou no carro para afastar uma possível agressão.

“O retrovisor do carro do coro­nel Caetano foi o primeiro objeto atingido pelo tiro, o que confir­ma que o projétil não tinha dire­ção do homem no outro carro. Se um oficial da Polícia Militar, que tem treinamento constante, tives­se atirado realmente para atingir seu alvo, o desfecho seria outro com certeza”, ressaltou.

Rosângela disse ainda que fa­tores como esse pacificam a com­preensão de que ele não tinha dolo (intenção) de atingir ou matar o pas­sageiro. “Temos plena convicção de que ele agiu em legítima defesa e podemos provar isso em juízo, o que o exime de responsabilidade”.

Para o tenente-coronel Ales­sandri Rocha Almeida, presiden­te da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Mili­tares, essa é uma situação a que os agentes de segurança estão muito sujeitos ultimamente. “Há uma insegurança muito grande na sociedade e nós estamos sem­pre de sobreaviso com a audácia dos bandidos que não se intimi­dam em atacar policiais em qual­quer situação”, frisa. Ele recordou que recentemente toda a Polícia Militar de Goiás ficou de sobrea­viso quando vazou uma amea­ça de ataques iminentes de inte­grantes de uma facção criminosa. “Qualquer um de nós que agimos na Segurança Pública estamos na linha de risco de acontecer um fato como esse e não podemos nos descuidar com a segurança nossa e de nossas famílias”, finalizou.

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