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Isadora de Morais, uma das vítimas do atentado no Co­légio Goyases, encontra o cantor sertanejo Israel Novaes

A estudante Isadora de Mo­rais, de 14 anos, uma das vítimas do atentado no Co­légio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia, recebeu alta da inter­nação do Centro Estadual de Reabi­litação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), na tarde de quarta­-feira (13/12).

Com um olhar tímido, sem sa­ber o que estava acontecendo, Isa­dora de Morais desceu a rampa da internação acompanhada dos pais e de profissionais da instituição. Ela apenas observava o aglomerado de pessoas que a aguardava. Quando de repente começou a ouvir a voz do ídolo, o cantor sertanejo Israel Novaes, que descia a escada ao lado cantando e tocando o violão.

Com a surpresa do encontro, o sorriso foi imediato, Israel Novaes ficou pertinho da jovem e cantou a música “Vai Entender”, uma das suas prediletas. A letra da música fala de superação e que a felicidade depende de coisas simples. As ami­gas também marcaram presença no local, levaram cartazes e flores para acompanhar a alta da estudante.

Isadora, agradecida a todo o momento, dizia não acreditar no que estava acontecendo. Quan­do questionada pelos repórteres o que ela estava sentindo, logo dis­parou: “Muita vontade de chorar, só que eu segurei as lágrimas. Não posso borrar a maquiagem, né? Mas, quando o Israel saiu cantan­do logo pensei: meu Deus estou me sentindo importante. Também fiquei surpresa com a presença das minhas amigas”, confessou.

O cantor sertanejo Israel Novaes contou como surgiu a ideia de ho­menagear a jovem. “Um dos ami­gos dela chegou a mim perguntan­do se eu gravaria um vídeo para ela pelo celular, e logo perguntei: Ela está em Goiânia? Em vez de gra­varmos o vídeo, por que não vamos pessoalmente?”, contou Israel. “ É a primeira vez que venho ao Crer e estou muito feliz por estar aqui. As pessoas têm que conhecer este lu­gar! É um complexo onde você vê tantas pessoas dedicadas, colabo­radores, voluntários. Quero voltar aqui! A melhor forma de melhorar como ser humano é compartilhar com outras pessoas o que temos de melhor. E eu posso levar alegria atra­vés da música”, ressaltou.

Por alguns instantes, Isadora conversou bem baixinho com o ídolo na presença de familiares, amigos e de toda imprensa. “Per­guntei se ela gostava do pessoal da­qui, já que estava se despedindo de todos antes de ir embora. Ela disse que gosta muito, e foi muito bem tratada, mas que estava com mui­ta saudade da família. Percebi que ela criou com vínculo com os pro­fissional do hospital. Isso é muito legal! Mostra que o atendimento aqui é humanizado, um local que também te dá oportunidade de fa­zer amizades”, destacou Israel.

Isadora não se deixou abater, mesmo depois de tudo o que pas­sou estava sempre com um enor­me sorriso no rosto, uma das princi­pais características da adolescente. “A gente não pode parar de sorrir, independente de qualquer coisa. Eu sempre fui assim. Meus amigos me chamam de Risadora, e não é à toa”, brincou. E eles, que estavam ao lado, confirmaram. “É só a gen­te dar um bom-dia que ela ri. Esse é o melhor apelido que ela podia ter”, afirmou Isabela Linhares,uma das amigas que foi homenagear a Isa­dora na saída do Crer.

A estudante disse que agora é uma nova vida, quer apagar da memória tudo o que aconteceu. “Quero esquecer o passado e se­guir em frente com muita fé. Eu só pensava em estar com a mi­nha família e amigos e falar que eu venci. Eu aprendi que temos que amar mais as pessoas, e não deixar nada te abater. Nunca po­demos deixar de lado a felicidade, a fé e a esperança, destacou. Isa­dora ficou internada no Crer du­rante 34 dias em processo de rea­bilitação e readaptação e 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

O diretor geral do Crer, Válney Luís da Rocha, concedeu entrevista à imprensa e disse que a jovem con­tinuará o tratamento na instituição em regime ambulatorial. “Ela terá sessões de fisioterapia, terapia ocu­pacional e psicologia, três vezes por semana. Passará por treinamentos de atividade de vida diária, como transferir da cadeira para a cama e treinar tarefas realizadas na cozinha. Na academia, será treinado o forta­lecimento muscular e dos membros superiores, buscando maior inde­pendência, qualidade de vida e re­integração dela à sociedade”.

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