- Estilo do ator Rodrigo Hilbert desperta público feminino pela adesão aos valores da família e disponibilidade para cuidar dos filhos e também dos afazeres domésticos
Quem nunca ouviu a famosa frase ‘‘lugar de mulher na cozinha’’? Na época de nossas avós era comum escutar esse tipo de afirmação e, graças ao empoderamento, as mulheres foram conquistando seu espaço dentro de casa e na sociedade. E, com essa evolução, os homens também começaram a dividir as tarefas de casa com suas mães, esposas e irmãs. Apesar das mudanças, muitos homens e mulheres ainda têm aquele preconceito que dificulta a vida de milhares de mulheres.
Rodrigo Hilbert, famoso ator e ‘‘galã’’ da TV Globo, recentemente virou um fenômeno na internet por causa de sua peculiar disponibilidade em servir e ajudar sua família, em especial sua esposa, Fernanda Lima. Rodrigo parece gostar de cozinhar, arrumar, consertar coisas.
Obviamente, o fato de Rodrigo ser uma pessoa pública, exposto nas televisões de todo o País e ainda ser marido de Fernanda Lima, certamente faz com que todo esse alvoroço ganhe ainda mais repercussão.
Por que as mulheres identificaram-se tanto com o jeito de ser de Rodrigo Hilbert? Talvez seja porque a maioria já faz todos ou quase todos os tipos de serviços que ele mostra na TV. Nos últimos tempos, o ator foi praticamente endeusado por mostrar fazer sua parte em casa e na criação de seus filhos. O resultado disso foram várias campanhas na internet de homens que se mostraram revoltados por terem que fazer o que ele faz também, ou seja, dividir as tarefas de casa, cuidar dos filhos, o que deveria ser, na prática, uma coisa comum.
PESQUISA
Uma pesquisa realizada pelo IBGE comprovou o que na prática muitas mães e esposas já sentiam: as mulheres têm trabalhado cada vez mais quando se fala em dupla jornada. E os homens, menos. De acordo com os dados encontrados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que traça um perfil das famílias brasileiras, a jornada de trabalho das mulheres em casa chega a 21 horas e 12 minutos por semana, o que representa mais que o dobro do tempo dos homens, de apenas 10 horas.
Por conta da maternidade e da maior dedicação a afazeres domésticos, o porcentual de mulheres não estudantes e inativas em 2015 era quase o dobro do que o de homens: 29,8%, contra 15,4%. Em 2005, estas proporções eram 28,1% e 11,1%. Da população feminina de todas as faixas que não trabalhavam nem estudavam, 91,6% ocupava-se das tarefas da casa, incluindo aí os cuidados com os filhos.
A estatística também mostra que, enquanto a jornada de trabalho masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41 horas e 36 minutos por semana nos últimos 10 anos, a carga horária dedicada ao trabalho doméstico se manteve estável. Ou seja, o tempo livre não foi revertido em maior dedicação ao lar. Nesse mesmo período de 10 anos, a mulher manteve uma média de jornada de trabalho fora de casa de 35 horas e meia, mas ainda continua ganhando 24% a menos que os homens, e acumulando tarefas domésticas.
A Síntese de Indicadores Sociais é feita pelo IBGE desde 1998. Esta edição utilizou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 e do Censo de 2010, entre outras publicações, e trouxe dados relativos a demografia, famílias, educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios. O objetivo da síntese é traçar um perfil das condições de vida da população.