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Cigarro eletrônico pode levar a vício em cigarro real

Um relatório publicado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA concluiu que os cigar­ros eletrônicos não só viciam como, quando usados por pes­soas mais jovens, podem servir de porta de entrada para cigar­ros reais. O documento, prepa­rado por um comitê de especia­listas em saúde pública, analisou as conclusões de mais de 800 ar­tigos científicos sobre o assunto.

Ao que tudo indica, os e-ci­garettes de fato ajudam pessoas mais velhas a abandonar o vício, e não fazem tão mal para a saú­de quanto os cigarros comuns – que, além de liberar nicotina, expõem o fumante a substân­cias cancerígenas.

Por outro lado, eles podem transmitir à parcela mais jovem da população a ilusão de que é possível fumar sem riscos – e de que o problema dos cigarros está apenas na inalação de compos­tos tóxicos, e não na dependên­cia química de nicotina.

“Na população adulta, por promover a redução ou absti­nência total de cigarros de ta­baco, os cigarros eletrônicos po­dem ajudar a reduzir os riscos para a saúde”, afirma o relató­rio. “Já o uso pela população jovem se tornará preocupante se os cigarros eletrônicos cau­sarem dependência ou acostu­marem os usuários ao hábito de fumar, levando ao consumo de cigarros reais.”

Adam Leventhal, professor da Universidade do Sul da Cali­fórnia e um dos autores do do­cumento, afirmou ao New York Times que, em 2016, 11% de to­dos os estudantes de ensino mé­dio nos EUA – cerca de 1,7 mi­lhões de jovens – afirmaram ter usado cigarros eletrônicos no mês anterior à coleta de dados.

David Eaton, líder da equipe que produziu o documento, afir­mou em comunicado que ain­da não é possível saber se, em média, o fenômeno dos cigar­ros de plástico será bom ou ruim para a saúde pública. “Eles não podem ser classificados como completamente benéficos, nem o oposto. Algumas circunstân­cias, como o uso por adoles­centes que não fumam, são dig­nas de preocupação. Em outras, como o uso por adultos que que­rem parar de fumar, eles podem reduzir o número de doenças.”

O estudo também destacou que muitos dos artigos científi­cos consultados não puderam ser aproveitados, seja porque a metodologia aplicada na pesqui­sa estava errada, seja porque ela foi financiada por empresas liga­das à indústria do cigarro.

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