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Avanços tecnológicos na Medicina

A tecnologia aplicada à saú­de têm trazido muitos be­nefícios para os profis­sionais da área. Tais avanços, no entanto, não se restringem somen­te a aparelhos eletrônicos e apli­cativos digitais, mas também in­cluem tecnologias avançadas que têm o intuito de melhorar a vida das pessoas. No diagnóstico, por exemplo, tecnologia e clínica médi­ca se unem para oferecer o que há de melhor ao paciente para que o tempo de recuperação seja o me­nor possível, reduzir a ocorrência de procedimentos invasivos e agi­lizar os processos de exames e os resultados dos mesmos. O objeti­vo é melhorar e prolongar a vida dos pacientes, além de facilitar o trabalho de profissionais da saúde.

“A prevenção é sempre a melhor alternativa para qualquer tipo de tratamento, em qualquer tipo de situação. No caso das doenças car­diovasculares, por exemplo, existem muitos inimigos ocultos, silencio­sos, ou seja, são doenças subclíni­cas, que ainda não apresentam sin­tomas. Aí, quando esses sintomas se apresentam, já pode ser tarde de­mais”, explica Leonardo Sara, médi­co cardiologista no Centro de Diag­nóstico por Imagem (CDI).

Leonardo afirma que em mui­tos casos, o infarto é, na verdade, o primeiro sintoma de uma doença. “Ele pode chegar sem avisar, sem a característica dor ou dormên­cia no braço, o incômodo no pei­to, sem nada disso. Ele simples­mente ataca o paciente e coloca a vida dele em risco já de imediato”, esclarece o especialista.

“Mas por mais que a tecnologia exista e esteja lá para auxiliar tanto o profissional na hora de diagnos­ticar, quanto o paciente em obter informação, é a partir da dedução clínica do profissional que ela é aplicada. Com a tecnologia, então, vem a possibilidade de se verificar se aquele paciente tem alguma ar­teriosclerose nas coronárias, ou nas carótidas, por exemplo, se ele apresenta alguma disfunção onde já podemos tratar com algum medicamento e, tam­bém, analisar a resposta des­se medicamento, enfim. A tecnologia proporciona es­sas possibilidades, mas so­mente com a dedução clíni­ca, com um profissional ali por trás de todo esse aparato é que é possível fazer estudo detalhado”, elucida Leonardo.

TECNOLOGIA GOIANA

O engenheiro da computação André Ramos, especializado em Engenharia biomédica, desenvol­veu uma tecnologia, que foi inti­tulada de mindify. Ela auxilia a instituição de saúde para um aten­dimento rápido, eficiente, com sig­nificativa redução de risco de erro médico. “Esse sistema levou mais de dez anos para ser desenvolvido, mas em quase um ano de funcio­namento, já se mostrou muito efi­ciente nas clínicas e hospitais que o adotaram”, relata André.

De acordo com ele, o erro médi­co no Brasil é frequente e apresenta números assustadores. E de fato são mesmo, 435 mil pessoas morreram em 2015 no Brasil em decorrência de erros médicos, e esses erros ge­raram um custo de mais de R$ 15 bi­lhões aos planos de saúde no país. “Só que o erro médico não é culpa do profissional, só em alguns casos específicos e isolados. O respon­sável por esse déficit enorme é o próprio sistema, que é lento, falho e equivocado, sem falar que ele mais complica do que auxilia no trata­mento do paciente. As filas são lon­gas e o atendimento é péssimo. O sistema de atendimento na área da saúde no Brasil é muito defasado, e o mindify nada mais é que uma res­posta a esse sistema”, conta André.

A forma do mindify operar du­rante o atendimento é muito sim­ples. “Um exemplo que posso dar é quando o paciente passa pela triagem, onde informações bási­cas são requeridas a ele através da enfermeira. Num tablet, ela já faz um questionário e ali marca as res­postas, onde o próprio sistema vai salvar tais informações. Ao chegar no consultório, o médico já sabe a razão daquela pessoa procurar atendimento, e com mais algu­mas informações adicionais, que ele já acrescenta ali na platafor­ma, o sistema já direciona o mé­dico para as doenças mais prová­veis que acomete o paciente, além de também sugerir outras possibi­lidades, inclusive doenças mais ra­ras”, explica o engenheiro.

De acordo com André, através do mindify o médico não fica sobrecar­regado e doenças mais simples são rapidamente diagnosticadas e tra­tadas, enquanto as mais complexas recebem a devida atenção e cuida­do, além de que o erro médico pode ser evitado pelas próprias sugestões do sistema. “É impossível afirmar que os médicos se lembrem de to­das as doenças, se recordem de to­dos os protocolos porque é muita informação, a combinação de sinto­mas, sem falar que cada pessoa rea­ge a uma doença de maneira dife­rente. A tecnologia é revolucionária porque o erro médico nesses casos são muito difíceis”, pontua.

AUXÍLIO AO MÉDICO

Leonardo Sara é um entusiasta da tecnologia, e está bem feliz com o rumo que ela vem dando para a Medicina, sempre tornando o tra­balho do profissional mais simples e seguro, bem como também deixa o paciente numa zona de seguran­ça mais confortável e com meno­res efeitos colaterais. “Mas é pre­ciso reforçar que tudo isso é um auxílio ao médico, e não um subs­tituto. Todo esse aparato tecnológi­co disponível hoje para a medicina nada mais é que uma ferramenta, uma forma de deixar o trabalho do profissional da saúde mais se­guro, mais conciso e efetivo. A fi­gura humana por trás de todo o tratamento médico, do mais sim­ples ao mais complexo, que é res­ponsável por melhorar a qualida­de de vida do paciente”, conclui o cardiologista.

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