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A arte de inventar

Não é raro ouvir a expres­são “tinha que ser brasilei­ro”, afinal a criatividade do povo vai muito além do mero “jei­tinho”. São várias as invenções bra­sileiras que conquistaram o País e o mundo. Além do avião de Santos Dumont, os nossos conterrâneos também são autores do câmbio automático dos carros, orelhão, soro antiofídico, abreugrafia (um método para fazer radiografias do pulmão), urna eletrônica, bina te­lefônica (identificador de chama­da) e não podemos deixar de citar o escorredor de arroz, um utensílio essencial na casa de todos os brasi­leiros, e a boia espaguete, aquelas de plástico compridas que colo­rem a praia ou piscina.

De acordo com a Associação Nacional dos Inventores (ANI) al­gumas invenções brasileiras estão sendo selecionadas para partici­par da 46ª exposição internacio­nal de invenções, que acontecerá na Suíça neste mês. A expectativa é que mais de 800 expositores par­ticipem do evento. “O objetivo da exposição é aproximar inventores das empresas e indústrias que po­dem se interessar em manufaturar ou investir nesses produtos”, explica Carlos Mazzei, presidente da ANI. A expectativa é que mais de 800 ex­positores participem.

Com mais de 10 mil inscritos na associação, o presidente afir­ma que o brasileiro é criativo e que muitas das invenções que existem hoje no mercado foram criadas no País. Entretanto, ele destaca que existem vários projetos inovado­res que ainda não conquistaram seu espaço porque os autores não sabem como fazer isso.

A primeira dica que ele dá é que tudo deve começar pela pa­tente da inovação. Conforme o Instituto Nacional da Proprieda­de Industrial (INPI) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, “a patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de uti­lidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas deten­toras de direitos sobre a criação”.

Com este direito, o inventor ou o detentor da patente tem o direi­to de impedir terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou impor­tar produto objeto de sua patente. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da maté­ria protegida pela patente.

Para isso o inventor precisa pro­curar a INPI e saber que eles irão solicitar relatórios, listagem de se­quências (se for o caso, para pedidos da área biotecnológica), desenhos e resumos, além de ter que pagar um valor pelo pedido de patenteação.

Já a segunda dica do presiden­te da Associação Nacional dos In­ventores é necessário que o in­ventor amadurece sua ideia, para que assim, o inventor saiba inves­tir da maneira correta no projeto e assim buscar incentivos para colocar a obra no mercado de ne­gócio. “Após fazer a patente de seu projeto inovador, é necessá­rio fazer o oferecimento do pro­jeto para às empresas, de forma correta”, explica a ANI.

INVENÇÕES BRASILEIRAS

  • Bina


A invenção, que passa por um proces­so da justiça por reconhecimento de pa­tente, é do mineiro Nélio José Nicolai. Se­gundo ele, a primeira versão da tecnologia que identifica o autor da chamada na tela do aparelho foi feita em 1980 por ele, com a ajuda de dois colegas.

  • Câmbio automático


O ano era 1932. Outros protótipos de câmbio automático já haviam sido feitos, porém se viabilidade comercial. Foi quan­do os amigos Fernando Lemos e o enge­nheiro mecânico José Braz Araripe, tio-avô de Paulo Coelho, desenvolveram um pro­jeto de um “câmbio hidramático”. A dupla vendeu a invenção para a General Motor que, então, produziu o primeiro carro au­tomático da história, um Olsdmobile 1940.

  • Soro antiofídico


O mineiro nascido na cidade de Cam­panha foi médico e responsável pela descoberta da especificidade dos soros antiofídicos, ou seja, foi Vital Brazil que en­tendeu que cada veneno de cobra preci­sava de um antídoto específico. Além dis­so, ele criou o Instituto Butantã, referência mundial em estudos sobre serpentes.

  • Abreugrafia


O médico Manuel de Abreu recebeu pelo menos cinco indicações ao Prêmio Nobel, apesar de nunca ter vencido. O motivo foi a invenção da abreugrafia, um método para fazer radiografias do pulmão. O inventor desenvolveu o me­canismo em 1935, com a sofisticação dos métodos de fotografia.

  • Escorredor de arroz


A brasileira Therezinha Beatriz Alves é a responsável por inventar o utensílio. Ela inventou e patenteou o escorredor de arroz nos anos 1950, com ajuda do ma­rido, que era engenheiro. A ideia surgiu porque ela não via sentido em usar um pote para lavar e outro para escorrer o alimento, e criou o objeto que torna a vida na cozinha mais fácil.

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