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Enfim, o que as pessoas fazem em Goiás?

O Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística, IBGE, fez um levantamento inédito em Goiás e no Brasil o que o brasileiro faz. Esses trabalhos foram forneci­dos ao Diário da Manhã que os publica em seus itens básicos. Com os estudos, o leitor poderá ter uma dimensão de mais con­teúdo da vida dos brasileiros e dos goianos, em particular.

No âmbito da pesquisa, o tra­balho na produção para o pró­prio consumo é identificado com base em quatro conjuntos de ati­vidades: cultivo, pesca, caça e criação de animais; produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material; fabri­cação de calçados, roupas, mó­veis, cerâmicas, alimentos ou ou­tros produtos; e construção de prédio, cômodo, poço ou outras obras de construção.

Para cada um desses conjun­tos de atividades, são pesquisa­dos o número de horas sema­nais efetivamente dedicadas e a principal atividade exercida. No Estado, em 2017, 5,5 milhões de pessoas tinham 14 anos ou mais de idade (população em idade de trabalhar), das quais 356 mil (6,5%) realizaram alguma moda­lidade de trabalho na produção para o próprio consumo.

CONSUMO PRÓPRIO

Se comparado a 2016, houve um aumento de 1,8 ponto per­centual na proporção de pessoas que realizou trabalho na produ­ção para o próprio consumo — 4,7% da população em idade de trabalhar. No Brasil essa taxa em 2017 foi de 7,4%, enquanto em Goiânia era de apenas 3,1%.

A distribuição por sexo mos­tra que as mulheres eram maio­ria entre os trabalhadores que se dedicaram à produção para o próprio consumo (207 mil pes­soas): dentre as mulheres de 14 anos ou mais de idade, 7,3% rea­lizaram tais atividades, e, dentre os homens, 5,6%. Considerando Goiânia, as mulheres também eram maioria, com 3,6% contra 2,5% de homens.

É interessante avaliar como foi a realização de tais atividades em cada uma das faixas etárias, se­gundo o sexo, considerando a res­pectiva taxa de realização. Nota-se que, quanto mais alta a faixa etá­ria, maior a taxa de realização de produção para o próprio consu­mo, sendo esta superior para as mulheres em todas as faixas. As­sim, em 2017, 13,1% das mulhe­res com 50 anos ou mais de ida­de realizaram alguma forma de produção para o próprio consu­mo, enquanto 10,2% dos homens nessa mesma faixa de idade reali­zaram tal forma de trabalho.

Goiânia segue o mesmo pa­drão, com taxas de 6,2% e 4,8%, respectivamente. Entre os jovens de 14 a 24 anos, a taxa de rea­lização foi de 1,6% para os ho­mens e de 1,1% para as mulhe­res. Em Goiás, na comparação entre 2016 e 2017, a faixa de ida­de com maior aumento na taxa de realização de produção para o próprio consumo ocorreu entre as pessoas de 50 anos ou mais de idade (3,0 pontos percentuais).

CUIDADOS PESSOAIS

Do total de 5,5 milhões de goianos em idade de trabalhar em 2017, 32,6% realizaram cui­dados de moradores do domi­cílio ou de parentes não mora­dores, o que correspondia a 1,8 milhão de pessoas. Nessa forma de trabalho, segundo a Pnad Con­tínua, existe grande discrepân­cia entre homens e mulheres: enquanto 37,7% das mulheres realizaram cuidados de mora­dores do domicílio ou de paren­tes não moradores em 2017, entre os homens essa proporção foi de 27,3%. Goiânia apresentou 30,0% de pessoas que realizaram cuida­dos de moradores do domicílio ou de parentes não moradores.

Para uma análise em relação ao sexo e aos grupos de idade da população que realizava essa for­ma de trabalho, utiliza-se a taxa de realização de cuidados de mora­dores do domicílio ou de parentes não moradores em cada um dos três grupos de idade. Em Goiás no ano de 2017, 50,3% das mulheres de 25 a 49 anos de idade haviam realizado tais atividades, e ape­nas 39,1% dos homens dessa fai­xa etária o haviam feito; entre os homens de 14 a 24 anos de idade, a taxa de realização era de 19,7%, e a das mulheres, 34,0%; por fim, na faixa de 50 anos ou mais de ida­de, 13,8% dos homens e 21,7% das mulheres haviam se dedicado a esses cuidados.

Outro aspecto importante é a análise da taxa de realização de cuidados de moradores do domi­cílio ou de parentes não mora­dores, segundo a cor ou raça. Goiás em 2017, 40,2% das mu­lheres pardas e 39,5% das mu­lheres pretas tinham realizado tais atividades, ao passo que, entre as mulheres brancas, a taxa de realização foi de 33,7%. Entre os homens, a diferença entre as taxas, por cor ou raça, teve menor intensidade: 27,2% para pardos, 28,7% para pre­tos, e 27,0% para brancos.

NÍVEL DE INSTRUÇÃO

Quando a análise é segun­do nível de instrução, observa­-se que os que mais realizaram afazeres domésticos, em Goiás e em 2017, foram aqueles com ensino médio completo e su­perior incompleto (88,0%) segui­dos por aqueles com nível supe­rior completo (86,9%), os com ensino fundamental completo e médio incompleto (85,3%) e os sem instrução e fundamental in­completo (84,2%).

Para o Brasil, a tendência da taxa de realização foi diferente: 89,1% das pessoas com supe­rior completo realizavam afaze­res domésticos, 86,3% dos com ensino médio completo e supe­rior incompleto, 83,2% das pes­soas com ensino fundamental completo e médio incompleto e 81,6% dos sem instrução e fun­damental incompleto.

AFAZERES DOMÉSTICOS

A taxa de realização de afazeres domésticos no domicílio ou em do­micílio de parente, por situação na ocupação, mostra que em Goiás, as pessoas ocupadas (86,2%) apre­sentaram taxa maior que as não ocupadas (85,4%) em 2017. Essa tendência foi observada tanto nos homens quanto nas mulheres. As­sim, 80,4% dos homens ocupados realizavam afazeres domésticos, frente a 73,5% daqueles não ocu­pados. Para as mulheres ocupa­das a taxa foi de 94,2%, enquan­to para as não ocupadas, 92,2%.

Para as pessoas que realiza­ram afazeres domésticos no do­micílio, indagou-se o tipo de ta­refa realizada, visando ajudar na captação das informações sobre tais atividades. Em 2017, a atividade com maior percen­tual de resposta, dentre aque­le que realizaram alguma ati­vidade de afazer doméstico em Goiás, foi preparar ou servir ali­mentos, arrumar a mesa ou la­var louça (82,1%), enquanto a que teve menor percentual foi fazer pequenos reparos ou ma­nutenção do domicílio, auto­móvel, eletrodomésticos e ou­tros equipamentos.

Em Goiás, as mulheres apre­sentaram percentual maior de realização de quase todas as ta­refas elencadas, exceto no que diz respeito a fazer pequenos reparos ou manutenção do do­micílio, do automóvel, de ele­trodomésticos ou outros equi­pamentos, atividade que 67,2% dos homens afirmaram execu­tar (42,2% das mulheres que realizaram afazeres domésticos informaram executá-la).

Visando mensurar o diferen­cial de intensidade da realização de afazeres domésticos e cuida­dos de pessoas, analisou-se o nú­mero médio de horas semanais dedicadas a essas tarefas. Em 2017, verificou-se uma grande discrepância entre os homens e as mulheres, com uma média de 8,8 horas para aqueles e 18,1 ho­ras para essas, em Goiás.

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