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A face nua da desigualdade no Brasil

Negro, pobre, jovem e da peri­feria. Esse é o perfil dos atingidos pela violência no Brasil. É o que re­lata o pesquisador e analista de ce­nário Hermes Traldi. Com núme­ros do Atlas da Violência e índices da OMS [Organização Mundial de Saúde], o engenheiro agrônomo diz que o Brasil possui o maior nú­mero absoluto de homicídios do mundo. Em 2014, 59.627 mil regis­tros de óbitos, mostra. Os de 2016 anotaram 62 mil, destaca. Gera­ções perdidas, lamenta ele.

- O que mostra a ausência de Políticas Públicas de inclusão so­cial dos desvalidos.

País de dimensões continentais e de desigualdades econômicas abissais, o estudioso traz um qua­dro negativo da Educação. Analfa­betismo de 11, 8 milhões de pes­soas, denuncia. O que corresponde a 7,25% da população de faixa etá­ria de 15 anos ou mais, narra. Da­dos do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística. O Brasil, com o Estado de Goiás incluído na lista, tem 25 milhões de jovens, de 15 a 29 anos de idade, fora das salas de aulas das escolas, desabafa.

FEMINICÍDIOS

O número de Feminicídios, em Goiás, teria aumentado 82,3%, fri­sa. Levantamento estatístico com­parativo. Entre os anos de 2016 e de 2017. Violência de gênero. A Secre­taria Especial de Direitos Huma­nos, do Governo Federal, divulgou ter recebido, apenas no exercício de 2016, 133.061 denúncias, diz. De violação de direitos humanos. No País. Ingredientes estarrecedo­res. “Mesmo assim, especialistas na área registram que os indicadores não traduzem a realidade”.

- Sexismo, misoginia, violên­cia de gênero, homofobia, into­lerância religiosa. Narcotráfico. Não podemos aceitar.

A violência letal do Estado dei­xa um rastro de sangue espalhado pelo Brasil, atira. De Norte a Sul, fu­zila. Os números do Estado do Rio de Janeiro relataram os maiores ín­dices em 10 anos, metralha. “Ape­nas em janeiro de 2018, 66 mor­tos. O maior volume desde 2008”, alerta. Já os percentuais da gestão de Geraldo Alckmin [PSDB] supe­ram os dos últimos 22 anos. Tra­ta-se do maior índice já registrado pela Secretaria de Estado da Segu­rança Pública de São Paulo, frisa.

- Para o quadro de tragédia social, o caminho deve ser um horizonte de mudanças. Com uma agenda republicana. Não patrimonialista.

Faltam à União, Estado e Mu­nicípio transparência total na mo­vimentação de recursos, afirma. Ferramentas de última geração, da tecnologia do século 21, pode­riam permitir que o eleitor acom­panhasse a execução orçamentária, crê. Onde o dinheiro é mal aplica­do, diz. Para, quem sabe, dar novo destino, sugere. A um recurso que é extraído dos impostos cobrados, expõe. Dos empresários e dos traba­lhadores, lembra. Capital & Traba­lho, reafirma Hermes Traldi.

- O que acabaria em parte com a corrupção que grassa o País

O Brasil possui um Estado Mas­todôntico, critica o pensador de li­nhagem liberal e cultura humanista. Enorme, ataca. É preciso diminuí­-lo, recomenda. Com a navalha em sua carne, sobrarão recursos para investimentos em múltiplas áreas, dispara o pesquisador. Para os se­tores estratégicos para a sociedade civil, como Saúde, Educação, Se­gurança Pública, Meio Ambiente e em Programas Sociais, pontua. É a rota para a modernidade, sublinha.

- O que inclui a redução dos níveis ‘estratosféricos’ de desem­pregados e desalentados, 27,7 mi­lhões; de 36 mi de integrantes do mercado informal; e dos 14,5 mi de pobreza extrema.

Como o ícone da Escola Aus­tríaca de Economia Política, Frie­drich von Hayek, Hermes Traldi defende o que classifica como Es­tado Mínimo. O Estado na execu­ção da função macro de regulador da Economia, observa. Em Tem­pos de Globalização, registra. Para impedir a formação de monopó­lios, diz. Oligopólios que destroem a pedra angular do capitalismo con­temporâneo, insiste. O liberalismo econômico. A livre concorrência. A Mão invisível do mercado, pondera.

- Para a produção, em larga escala e de distribuição, da ri­queza comum.

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