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Semana decisiva para concursados da Polícia Militar

O concurso da Polícia Militar do Estado de Goiás reali­zado no ano de 2016 não conseguiu preencher todas as 2.500 vagas previstas. Muitos aprovados na primeira fase desistiram ou não conseguiram aprovação em fases posteriores por não ter aptidão fí­sica ou por ter algum problema em uma das 4 fases do concurso.

Das 2.500 vagas previstas, de 300 a 500 podem não ser preenchidas de acordo com a comissão dos concursados. Diante deste qua­dro, muitos concursados aprova­dos vêm se mobilizando para ocu­par as vagas que não foram ou não serão efetivadas. O prazo final de validade do concurso, que já foi adiado uma vez, vence agora no final do mês, 31 de agosto.

São vários os argumentos dos concursados para que o chama­mento seja feito. A primeira é fato de todos que pleiteiam as vagas terem tido notas suficientes para serem chamados no concurso, ou seja, foram aprovados na 1ª fase. Há ainda a ação civil pública do Ministério Público de Goiás co­brando o chamamento de mais 320 concursados para completar o edital. Além é claro, afirmam os concursados, manifestações do próprio governador e do coman­do da Polícia Militar da necessi­dade de mais PMs nas ruas em to­das as cidades do Estado de Goiás.

Outra questão é o déficit de po­liciais militares no Estado. De 30 mil necessários para garantir a se­gurança da população, temos hoje menos de um terço deste total, ape­nas 9 mil, um dos menores índices do país. Há cidades em Goiás que nem tem policiais e estes só com­parecem ao município quando há algum tipo de violência.

Outro questão preocupante é que a população e a violência vem aumentando ano a ano e o núme­ro de policiais militares diminuin­do no mesmo ritmo. Goiás já che­gou a ter 13 mil policiais militares. Perdeu 4 mil nos últimos 20 anos e agora só tem 9 mil. Hoje, estima­-se que Goiás tenha aproximada­mente 7 milhões de habitantes, en­quanto em 1998, a população era de pouco mais de 4,7 milhões. Da­dos do Anuário Brasileiro de Segu­rança Pública, divulgado ano a ano sempre coloca Goiás entre os Esta­dos mais violentos do País em ter­mos proporcionais.

Nos últimos 20 anos a falta de concursos públicos e as políti­cas implementadas pelo gover­nador Marconi Perillo de criação de policiais temporários, derruba­da posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por consi­derar inconstitucional, contribuí­ram para esta situação: aumento da violência e da população e di­minuição do número de policiais militares no Estado de Goiás.

Wallisson Rodrigues, da comis­são criada dos concursados apro­vados do concurso de 2016 que luta pela efetivação de todos os policiais previstos no edital, tem confiança que o chamamento dos concursa­dos será confirmado até o fim do mês. Mesmo que isto não ocorra neste prazo, ele acredita que todas as vagas ociosas serão ocupadas até o fim do ano se a justiça acatar a ação civil pública do Ministério Pú­blico do Estado de Goiás.

“O Ministério Público já moveu uma ação para assegurar a nos­sa convocação. A juíza já despa­chou e deu um prazo de 72 horas, na última sexta-feira, para o Esta­do se manifestar. Então temos a re­comendação do Ministério Públi­co, do próprio governador dizendo que há recursos e que vai analisar a situação, e do comando da Polícia Militar que também já se manifes­tou favorável ao chamamento de novos aprovados no concurso, já que existe um déficit muito gran­de de policiais militares no estado de Goiás”, diz o candidato, repre­sentante dos concursados.

Wallisson e os outros concursa­dos que integram a comissão acre­ditam que, mesmo que a situação não seja resolvida agora já que esta­mos em período eleitoral ela possa se resolver ao longo do ano. “O MP já acionou a Justiça. Se ela decidir a favor do nosso chamamento o Es­tado terá que cunprir, mesmo que o prazo já tenha findado, já que a ação foi movida antes do dia 31 de agosto, próxima sexta-feira. A ação civil pú­blica assegura a nossa convocação, caso a Justiça acate”, afirma.

Wallisson explica que esta si­tuação do concurso da Polícia Mi­litar ocorre devido ao fato de ser um concurso diferente com vá­rias fases exigindo muito do can­didato e muitos não conseguem passar por todas as etapas. A pri­meira fase é composta de provas objetivas e discursivas. A segunda tem o teste de aptidão física. De­pois o exame de vida pregressa e por último o curso de formatura.

“É muito difícil chegar até o final de todo o processo e ser aprovado. Por isto é preciso prever que mui­tos não chegariam até o fim com outros aprovados nas provas escri­tas, 1ª fase, podendo assumir essas vagas abertas para a formação de novos policiais militares”, pondera o concursado da Polícia Militar, apro­vado no concurso de 2016.

“Esta semana será importante para nós, para a sociedade e para a segurança pública do Estado de Goiás. A ação civil pública do MP propõe o preenchimento de 320 va­gas, mas acreditamos que este nú­mero é superior, podendo chegar a 400 e até a 500 novos policiais mili­tares no Estado de Goiás ”, conclui.


O MP já acionou a Justiça. Se ela decidir a favor do nosso chamamento, o Estado terá que cumprir, mesmo que o prazo já tenha findado, já que a ação foi movida antes do dia 31 de agosto, próxima sexta-feira. A ação civil pública do Ministério Público de Goiás assegura a nossa convocação, caso a Justiça dê parecer favorável” Wallisson Rodrigues, Comissão dos aprovados no concurso da Polícia Militar 2016

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