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Extração de pequi cresce 100% em Goiás

O pequi, fruto nativo do bio­ma Cerrado, normalmente esquecido das autoridades públicas e lembrado nos cardápios gastronômicos de brasileiros das re­giões brasileiras, incluindo os goia­nos, está merecendo agora a con­tabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Através de sua unidade local, o IBGE repassou, ontem, ao Diário da Manhã alguns dados importantes acerca dessa cultura disseminada no Centro­-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.

Segundo a Produção da Extração Vegetal e Silvicultura 2017, Goiás pro­duziu na extração vegetal 2,6mil tone­ladas de pequi, fruto nativo do bioma Cerrado, no ano de 2017, produção 94,4% maior do que a de 2016 (1,3 mil toneladas). Goiás se manteve em 2017 como o segundo Estado com a maior extração de pequi no País, perdendo somente para Minas Ge­rais que produziu 21,4 mil toneladas naquele ano.

Seu fruto é muito utilizado na culi­nária sertaneja. Dele, é extraído um óleo denominado “azeite de pequi”.

Seus frutos são, também, consu­midos cozidos, puros ou juntamen­te com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há ne­cessidade de muito cuidado ao se roer o fruto, evitando-se nele cravar os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no pa­lato. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. O fru­to pode ser conservado tanto em es­sência quanto em conserva.

Por sua importância sócio-eco­nômica e de valor na gastronomia, a Emater – Goiás cultiva uma área ex­perimental no Campus 2, em Goiâ­nia. A pesquisa da empresa goiana busca o pequi sem espinhos. Para a iniciativa, a instituição conta com o apoio da Embrapa. Por sinal, Goiás, um dos estados onde predomina a espécie do fruto Caryocar brasilien­se, foi encontrado na natureza um tipo de pequi sem espinhos.

“A Emater está estudando os fi­lhos desse pequizeiro, nos chama­dos estudos de progênese, e cruzan­do com outros tipos, a exemplo do pequi com polpa mais desenvolvida e de cor mais alaranjada. O objetivo é que o cruzamento possa gerar fru­tos mais polpudos e sem espinhos. No banco de germoplasma de Aná­polis, já temos 600 filhos desse pequi”, revela Elainy Pereira, pesquisadora da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater).

LÍDERES GOIANOS DO PEQUI

Os municípios goianos que mais produziram pequi na extração vege­tal em 2017 foram: Santa Terezinha de Goiás (400 toneladas – 16º maior produtor nacional); Sítio d’Abadia (350 toneladas – 20º maior produtor nacional); Niquelândia (200 tone­ladas); Campos Verdes (200 tonela­das) e Damianópolis (180 toneladas).

Ovalordasilviculturaedaextração vegetal em Goiás somou R$ 240,1 mi­lhões em 2017, apresentandoredução de 6,0% em relação a 2016 (R$ 255,5 milhões). Aextraçãovegetal(coletade produtosemmataseflorestasnativas) teveparticipaçãode8,9%(R$ 21,2mi­lhões) no valor da produção total em Goiás no ano de 2017.

Quando comparado a 2016 (R$ 23,8 milhões) observou-se uma queda de 10,4% no valor da pro­dução da extração vegetal no es­tado em 2017. Os produtos ma­deireiros foram responsáveis por todo valor de produção da silvi­cultura (R$ 218,8 milhões) em Goiás. Já para a extração vegetal, os produtos madeireiros repre­sentaram 74,9% (R$ 15,9 milhões) do valor total da produção.

EUCALIPTO CRESCE 16,7%

Segundo a Produção da Ex­tração Vegetal e Silvicultura 2017, Goiás apresentava uma área da sil­vicultura de 166,4 mil hectares em 31/12/2017, 15,5% maior que em 2016 (144,0 mil hectares). Das es­pécies cultivadas em Goiás, o euca­lipto representava 94,2% (156,7 mil hectares) da área total da silvicultu­ra, seguido da espécie pinus (7,6 mil hectares) e de outras espécies (2,0 mil hectares). A área de eucalipto re­gistrada representa um crescimen­to de 16,7% em relação ao ano an­terior (144,0 mil hectares).

Apesar do aumento de área plan­tada, o valor de produção da silvi­cultura em 2017 (R$ 218,8 milhões) apresentou decréscimo de 5,5% em relação ao valor registrado em 2016 (R$ 231,7 milhões). A produção de lenha sofreu diminuição de 14,6% (-481,7 mil toneladas). A produção de madeira em tora, por sua vez, manteve-se estável, apresentando leve aumento (1,1 mil toneladas).

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