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COTIDIANO

Brasil jorra ódio

Uma onda de ódio assola o nosso país. Os dois candi­datos que disputam a final presidencial representam partidos antagônicos, e se colocam nas ex­tremidades de ideais e pensamen­tos. A intolerância toma conta dos brasileiros e a onda de barbárie tem feito suas vítimas. No Brasil, falar em política, se tornou-se um risco.

CARAVANA LULA

Atentados contra a militância política deixou seus primeiros ras­tros na caravana de Lula, em 27 de março. Dois dos três ônibus da ca­ravana do ex-presidente Lula que participavam de uma mobilização política no sul do país foram alve­jados por três tiros, na estrada en­tre Quedas do Iguaçu e Laranjei­ras do Sul, no Paraná. Os disparos em dois dos três veículos foram re­latados por integrantes da carava­na. Ninguém ficou ferido. O ônibus em que estava Lula não foi atingido.

IDOSO ATIRA EM CANDIDATO

Idoso é preso após atirar em candidato que foi à sua casa e in­sultou o ex-presidente Lula.

Ele tem 67 anos de idade e foi preso em flagrante depois de atirar contra o candidato a deputado es­tadual que havia entrado na sua re­sidência para pedir voto para ele e para Bolsonaro como presidente. O caso aconteceu no Bairro São Lu­cas, em Açailândia no Maranhão.

O idoso alegou que o candidato entrou em sua residência para pe­dir voto. Quando o senhor respon­deu que votaria em Lula (PT) ou em quem ele indicasse, o candidato te­ria se irritado e lhe apontado o dedo.

Segundo o dono da casa, o polí­tico chamou Lula de ladrão e disse que quem o apoiasse também se­ria. O idoso se ofendeu, pediu para o candidato esperar e que ia fazer ele aprender a respeitar as pessoas. En­trou em um quarto e saiu com uma espingarda, efetuando um disparo.

O candidato a deputado sobre­viveu, mas perdeu a orelha e não teve o nome divulgado. De acordo com a Polícia Militar, por sorte pe­gou apenas na orelha da vítima. As pessoas que estavam no local acio­naram o 190 que chegou no local 80 minutos depois e prendeu o idoso.

DISPUTA DE MILITÂNCIAS

Um homem se envolveu em um incidente em frente ao Institu­to Lula, em São Paulo, teve trauma­tismo craniano e foi internado no Hospital São Camilo, em frente ao escritório do ex-presidente Lula.

Ele fazia parte de um grupo de pessoas que se manisfestavam a favor da prisão de Lula. Segundo relatos, ele proferiu xingamentos contra petistas. A Provocação deu início a uma confusão com mani­festantes pró-Lula. Foi empurra­do e bateu a cabeça na caçamba de um caminhão em movimento e caiu desacordado.

De acordo com a rede médi­ca, ainda na quinta-feira, o rapaz passou por exames que consta­taram o quadro de traumatismo craniano e foi submetido a inter­venções cirúrgicas.

FACADA

O presidenciável Jair Bolsonaro é esfaqueado na região do tórax em ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.

O candidato era carregado por apoiadores na rua Halfeld , centro da cidade, quando foi atingido por uma faca de 13 centímetros. Depois do ataque, o candidato a presiden­te foi levado à Santa Casa. A perfu­ração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Jair Bolsonaro sobreviveu ao atentado.

MESTRE DE CAPOEIRA

O mestre de capoeira e militante da cultura negra Romualdo Rosá­rio da Costa de 63 anos, conhecido como Moá do Katendê foi morto por apoiador de Bolsonaro após ter um discussão política, quando declarou voto à Haddad. O crime aconteceu em Salvador, na Bahia, na madrugada de segunda-feira (08/10), por volta das 0h41.

CAPIM

Um vídeo que circula nas redes sociais flagrou supostos apoiado­res do presidenciável Jair Bolsona­ro oferecendo “capim” para a popu­lação nordestina em uma carreata.

A cinegrafista amadora relata em tom indignado: “A galera ofe­recendo capim para a população. Isso é um absurdo”.

NAZISMO

Sistema de segregação racial ins­tituído na Alemanha entre 1933 e 1945, período que também ficou conhecido como Terceiro Reich, liderado por Adolf Hitler.

A ideologia política do nazismo surgiu após a Primeira Guerra Mun­dial (1914–1918), com a Alemanha destruída economicamente e hu­milhada por ter perdido a guerra. Neste cenário, surge um sentimento de revolta entre os alemães, que cul­pavam o governo pela situação do país e exigiam mudanças drásticas.

Em 1919 surgiu o Partido Nazi, abreviação de Partido Nacional-So­cialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, em alemão), que co­meçava a disseminar ideais antisse­mitas entre a sociedade alemã.

O Partido Nazi alegava que a culpa de todos os problemas da crise que enfrentava a Alemanha eram dos imigrantes judeus, dos comunistas e dos liberais, que causavam a desordem e “rouba­vam” as oportunidades dos “ale­mães puros”, que segundo os na­zistas pertenciam a uma “raça superior”; uma raça ariana.

Adolf Hitler nasceu em 1889, na Áustria, e havia participado da Primeira Guerra Mundial. Após a Grande Guerra e com a derrota alemã, Hitler integrou um grupo de ex-combatentes de classe mé­dia que planejavam uma ideologia para reacender a política e econo­mia da Alemanha, além de recupe­rar a dignidade da nação.

E 1923, já sob a “alma” do Partido Nazi, Hitler liderou uma tentativa de derrubar o Estado, porém acabou sendo preso e condenado. Na prisão, escreveu o livro “Minha Luta” (Mein Kam­pf, em alemão), obra que se tor­naria a “bíblia do Nazismo”.

Com a grande crise econômica de 1929 (que começou com a Que­bra da Bolsa de Valores de Nova Iorque), a Alemanha se viu em desespero e o profundo desgosto com as condições de vida da po­pulação se intensificou. Esses sen­timentos ajudaram a fortalecer o Partido Nazista e seus ideais.

INTOLERÂNCIA

O que chamamos de intole­rância nos remetem ao nazismo observado na Alemanha, já que o sentimento que está instalado no coração dos brasileiros diz respei­to a um sentimento antipetista, vez que os brasileiros temem que o Bra­sil mergulhe, através do comunis­mo, em uma crise que o leve a se tornar uma ‘Venezuela’.

Qualquer semelhança do tex­to acima com o atual momen­to político brasileiro não é mera coincidência.

Ademais, ideias que dividem o povo brasileiro tem sido disse­minadas pelo candidato Jair Bol­sonaro, que discrimina mulheres, negros e faz um apelo a uma pátria livre de gente inferior, qual seja a esquerda brasileira.

Uma declaração recente do filho de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), que se tornou o deputado federal mais votado da história do país ao obter 1.814.443 votos neste domingo, segundo os resultados oficiais com 98,28% da apuração concluída, em ato a favor do pai, afirmou do alto de um trio elétrico que as mulheres da direita são mais bonitas e mais higiênicas do que as de esquerda. Eduardo fez as afirmações sobre o trio elétrico um dia após o ato de mulheres con­tra Bolsonaro, que reuniu multidões em diversas cidades por todo o país.

FASCISMO

Fascismo é uma forma de ra­dicalismo político autoritário na­cionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa e teve origem na Itália.

O fascismo é caracterizado por uma reação contra o movimento democrático que surgiu graças à Revolução Francesa, assim como pela furiosa oposição às concep­ções liberais e socialistas.

GENERAL MOURÃO

O candidato a vice presidente da República na chapa de Jair Bol­sonaro, general Hamilton Mourão, afirmou dia 07/09, em entrevista à Globo News, que em situação hipo­tética de anarquia, pode haver um ‘autogolpe’ por parte do presiden­te com apoio das forças armadas.

General Mourão: “Eu vou colo­car aqui para ti, Merval. Eu vejo. O Brasil tem quatro objetivos na­cionais permanentes. Integridade do território, integridade do patri­mônio, democracia e paz social. Quando você fala em integridade do território, integridade do patri­mônio, é defesa da pátria. E quan­do você fala democracia e paz so­cial, você está dentro das outras duas missões, que é a garantia dos poderes constitucionais e a garan­tia da lei e da ordem. Mas quando a gente vê que pode ocorrer uma anomalia, nós estamos falando aqui de uma situação hipotética, né, isso é hipotético. Quando você vê que o país está indo para uma anomia, na anarquia generaliza­da, que não há mais respeito pela autoridade, grupos armados an­dando pela rua…”

Cenário de crise, insatisfação po­pular e intolerância são os cenários perfeitos para que o país manifeste uma onda intolerante, com traços nazistas e fascistas, levando o país a cenários imprevisíveis.

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