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Cooperativas crescem e geram economia aos cooperados

O Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), divulgado em julho des­te ano, mostrou que as coo­perativas financeiras pro­porcionaram economia, aos cooperados, de R$ 20 bilhões em 2017. No documento o BC reconheceu que o protagonis­mo das cooperativas pode ge­rar mudanças no comporta­mento dos bancos.

Essa informação foi re­passada pelo diretor do Ban­co Cooperativo do Brasil S/A (Bancoob), Ênio Meinen, du­rante o Painel Cooperativismo Financeiro, promovido pela Si­coobEngecred-GO em come­moração aos 17 anos de funda­ção desta instituição financeira goiana. Com 34 anos de expe­riência no cooperativismo fi­nanceiro, na oportunidade ele proferiu palestra a respeito.

De acordo com Meinen, so­mente a instituição financeira cooperativa SicoobEngecre­d-GO, segunda maior na re­gião metropolitana de Goiânia em ativos totais e operações de crédito, foram R$ 11 milhões de ganhos – média de R$ 3.670 por associado. Essa economia, segundo o BC, vem das taxas de serviços, produtos e juros reduzidos, em comparação aos bancos tradicionais.

“Ou seja, os cooperados deixaram de gastar dinheiro com taxas e puderam reinves­tir o dinheiro no seu próprio negócio, no consumo ou na poupança”, afirma. O diretor do Bancoob falou também da vantagem de participar do sis­tema. “Somente na linha de crédito capital de giro, que é fundamental para a sobrevi­vência de pequenas e médias empresas, as taxas das coope­rativas são 50% menores do que nos bancos”, exemplifica.

“E não é só isso: temos ta­xas de serviços e produtos muito mais baratos que os bancos tradicionais. Sem fa­lar no relacionamento com o cooperado, que é tratado como dono que realmente é.” De acordo com o BC o seg­mento de cooperativas de cré­dito constitui fonte suplemen­tar de oferta de crédito em sua área de atuação, com poten­cial de melhorar as condições de competição bancária.

Ênio Meinen explica que a concentração favorece os bancos na cobrança de taxas de serviços, produtos e juros – cinco instituições financeiras concentram 82% do crédito no país. “É por isso que os bancos mantém relação hostil com os clientes”, afirma. No entanto, o executivo vê sinais de mudan­ças num futuro próximo.

“As cooperativas crescem anualmente a taxas de dois dí­gitos no Brasil há mais de uma década. Vamos acabar mudan­do essa realidade bancária.” A participação das cooperativas no Brasil, no segmento de pes­soa jurídica, passou de menos de 1%, em 2005, para mais de 8%, em 2017. Esse aumento foi especialmente grande na re­gião Sul, onde passou de 2,1%, em 2005, para 16,7%, em 2017, e na região Centro-Oeste, onde passou de 1,2% para 10,4% no mesmo período.

O crédito mais barato e com menos burocracia foi o maior impulsionador desse crescimento. Na SicoobEn­gecred-GO, por exemplo, o volume de crédito aumentou 15% este ano, comparando com 2017 – saltou de R$ 290,1 milhões em dezembro para R$ 333,8 milhões, em agosto. “Isso tudo num momento em que a economia dá fracos si­nais de recuperação e é mui­to afetada pelas turbulências políticas e pela recente greve dos caminhoneiros”, destaca o diretor-geral da instituição financeira cooperativa, Fa­brício Modesto Cesar.

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