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Vizinhos nos céus

  •  Residencial com 175,09 metros de altura precisou de um estudo de concreto com maior módulo de elasticidade. É o maior prédio residencial da Região Centro-Oeste

Goiânia está sendo palco de edifícios cada vez mais altos. Uma obra no Setor Nova Suíça é, até o momento, o prédio residencial mais alto do Centro-Oeste com 175,09 metros de altura. Outro edi­fício nas alturas está localizado no Setor Marista com 183,43 metros. Este segundo está na lista dos 10 arranha-ceús mais altos do Brasil.

Com tantas construções desse nível, a capital tem sido protago­nista de desenvolvimento de solu­ções de engenharia. Segundo o en­genheiro de uma das obras, Hugo Alexandre, o cálculo estrutural des­tes projetos e o concreto a ser utili­zado na superestrutura precisa ter módulo de elasticidade superior aos concretos convencionalmen­te utilizados em Goiás.

“Os estudos revelaram que para a obra do Setor Nova Suíça havia uma necessidade de utilizar um concreto com módulo de elas­ticidade superior a 36 gigapascal (GPa), um valor muito alto para a época. Até então, os melhores resul­tados obtidos na região estavam em torno de 32 GPa”, diz o engenheiro. Ele explica que, quanto mais rígido é o concreto, menores são as chan­ces de acontecerem patologias e ví­cios no processo de movimentação e acomodação da estrutura.

Conforme Hugo Alexandre, o módulo de elasticidade é indis­pensável para garantir a qualida­de e a segurança da obra. Mas para isso a produção do concreto, que é uma mistura de cimento, agrega­dos graúdos e miúdos (areia e bri­ta), água e aditivos, para uma obra tão alta seria preciso um estudo das composições mineralógicas das ro­chas próximas a Goiânia e testes para sua composição.

No total, foram 14 meses de estudo e testes para chegar à me­lhor composição. Os especialis­tas testaram diferentes materiais e conseguiram, com os agrega­dos da região, alcançar os 36 GPa e resistência característica do concreto à compressão superior a 50 MPa. Foram utilizadas areia natural, areia artificial e britas de 9,6mm e de 19mm, além de adi­tivos especiais.

SEGURANÇA

Apesar dos engenheiros garan­tirem segurança total com mais de um ano de estudo, muitos goia­nienses ainda dizem que sentem uma certa insegurança se fossem eles que iriam morar tão perto do céu. Para a estudante Camilla Silva, 24 anos, um prédio com 52 anda­res é um pouco assustador.

“Eu fico imaginando o vento que deve entrar pelas janelas e sa­cadas de quem vai morar tão alto assim”, brinca a jovem. Ela tem a experiência de já ter morado em um apartamento no décimo se­gundo andar, mas admite que quanto mais perto da terra firme, melhor para ela. “Imagina acon­tece um incêndio e você tem que descer os 52 andares”, analisa.

Para a dona de casa Maria Au­xiliadora, 54 anos, ser vizinha dos céus seria interessante. Contudo, ela confessa que tem receio com eleva­dores. “Eu até moraria nesse pré­dio e nos andares mais altos, só que quando eu penso que você precisa pegar um elevador e ficar um certo tempo dentro para chegar até o an­dar me incomoda”, conta.

Mas, segundo os engenheiros do prédio do Setor Nova Suíça as­seguram que para aumentar a con­fiabilidade dos dimensionamento das estrutura e, consequentemen­te, garantir a segurança dos inves­tidores e moradores, os incorpo­radores investiram em rigorosos testes antes de iniciar a obra.

O projeto foi o primeiro edifí­cio residencial em Goiás a contar com um ensaio em túnel de ven­to para validar a estrutura projeta­da inclusive em caso de rajadas de ventos mais extremas. O teste foi feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, de São Paulo.

Toda metodologia seguiu os critérios da Associação Brasilei­ra de Normas Técnicas (ABNT). A maquete construída para a rea­lização dos testes foi submetida a rajadas de ventos de até 120 qui­lômetros por hora, velocidade mais intensa das rajadas já regis­tradas da capital. Ela foi rotacio­nada em 360 graus e a análise foi feita a cada 15 graus, consideran­do o entorno as edificações do en­torno em um raio de 150 metros. Sobre a réplica, foram instaladas 479 pontos de tomadas de pressão

“Os testes permitiram prever o comportamento da estrutura face aos efeitos do vento de ma­neira mais próxima da realidade, levando em conta o formato do prédio, a topografia e as constru­ções existentes no entorno”, ex­plicou Gabriel Borelli Martins, pesquisador do IPT.

OS CINCO PRÉDIOS MAIS ALTOS DO BRASIL

1 – One Tower (Balneário Camboriú)

Como 280 metros de altura, 77 andares e previsão de conclusão para 2020, será o mais alto do Brasil. Luxuosa, a torre prevê apartamentos com quatro suítes e terá quatro pavimentos de área de lazer, incluindo cinema e mini golf.

2 – Yachthouse Residence Club, torres 1 e 2 (Balneário Camboriú)

As torres gêmeas mais altas da América Latina terão 274 metros e 81 andares cada. A conclusão das obras está prevista para 2019. Os apartamentos terão 450 metros quadrados, quatro suítes e hidromassagem.

3 – Infinity Coast (Balneário Camboriú)

Com lançamento ainda em 2018, o empreendimento terá 240 metros de altura e 66 andares. Estão programadas três suítes por unidade, três vagas na garagem e lazer completo.

4 – Boreal Tower (Balneário Camboriú)

Apartamentos de três e quatro suítes de frente para o mar, três andares de área de lazer, piscinas infantil e adulto. Com 220 metros e 55 andares, deve ser inaugurado em 2021.

6 – Sky Tower (Balneário Camboriú)

O empreendimento terá 45 andares em 210 metros de altura e será inaugurado em 2020. Com quatro suítes e comodidades como piscina externa e interna aquecida, baby room e Pub.

Fonte do box: Revista.zapimoveis

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