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Algo muito estranho acontece em Goiás: o empresariado que beneficia arroz é contra a redução de 17% para 7% do ICMS, o imposto responsável por compor boa parte do preço do produto.
O governo baixou por meio de decreto o valor. Para o tipo ideal de liberalismo, é uma vitória.
Das duas, uma: ou não vivemos o real capitalismo. Ou estamos diante de defensores do protecionismo estatal, característica tão criticada das economias planificadas e, acredite, comunistas.
Pela imprensa, os empresários alegam que a taxa muito baixa vai atrair empresários e industriais de outros estados. Repetindo: empresas de fora devem querer investir em Goiás, já que o imposto é mais vantajoso.
Quem poderia ser contra isso?
Isso lembra uma grande obra que li em meu mestrado de Direito Agrário, a Universidade Federal de Goiás (UFG): "A Grande Transformação", de Karl Paul Polanyi.
Ele mostra quem é mesmo capitalista e liberal e quem gosta de parecer capitalista.
Capitalista protecionista teme mesmo é o mercado auto-regulável e o estado liberal.
Welliton Carlos é autor deste blog, jornalista, advogado, mestre em Direito e doutor em sociologia pela UFG. Escreve aqui sobre política, cultura e tecnologia
