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Polícia Civil de Goiás se espanta com gastos publicitários na gestão 2015-2018

Diante de novas linhas de investigação em contratos com blogueiros e sites, a Polícia Civil de Goiás tem colecionado uma série de documentos e provas que podem servir na complementação do processo criminal contra agentes públicos suspeitos de praticarem crimes contra o Governo de Goiás durante a gestão 2015-2018.

As novas peças investigadas e depoimentos – informam fontes da Polícia Civil – tornam ainda mais claro o que já foi apurado na Operação Sofisma. No início de janeiro, policiais teriam constatado superfaturamento e fraude em contratos de órgãos do governo através de anúncios em sites e blogs.

O volume de gastos em apenas três órgãos pulou de R$ 81.840.463,20 para R$ 126.832.639,82, em 2017. Para efeito de consulta, os números estão divulgados no Portal Goiás Transparente (http://www.transparencia.go.gov.br/portaldatransparencia).

Em comparação com o R$ 126.832.639,82, de 2017, no primeiro ano da gestão de Ronaldo Caiado ocorreu queda: R$ 21.590.378,57.

De acordo com a Operação Sofisma, iniciada após apresentação de denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), um grupo de suspeitos estaria envolvido nos esquemas. A operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em órgãos do governo. Os responsáveis pelos blogs Goiás 24 horas, Cleuber Carlos e Canal Gama foram alguns dos investigados, mas todos negaram qualquer envolvimento com atos ilícitos.

De acordo com as investigações, os recursos públicos foram empregados no período de 2014 a 2017 em veículos sem expertise. Ao contrário, os sites acumulavam apenas ações judiciais. Na investigação, uma constatação: onde se aplicava recursos do Estado ocorria ataques diretos e agressivos contra adversários políticos.

Conforme anunciado pela equipe de investigadores, os números apurados impressionaram as autoridades. De 2014 a 2017, diversos órgãos do Estado de Goiás irrigaram blogs e sites para que realizassem a divulgação de campanhas educativas.

A Polícia Civil apura indícios de fraudes e superfaturamentos de contratos entre a Agência Brasil Central (ABC) e o Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

As investigações indicam que o esquema de corrupção inserido dentro da estrutura de comunicação usava os blogs ligados a jornalistas que atuavam ou atuaram no poder Executivo para agredir a honra de políticos – o que é hoje também apurado na CPI das Fake News, no Congresso Nacional.

DADOS

Conforme a análise de técnicos da Polícia Civil, os gastos alcançaram seu maior valor em 2017. Ou seja, em ano pré-eleitoral. Os dados são crescentes, diz a Polícia Civil: em 2014, a Agecom teria utilizado R$ 53.268.384,34. No ano seguinte ocorreu um salto: R$ 76.651.523,95. Outro salto em 2016: R$ 85.925.747,05. E no ano alvo, os gastos atingiram R$ 100.318.974,21. Com a mudança de gestão, em 2019, os gastos foram bem menores: R$ 11.163.562,41. A Polícia Civil analisa também os contratos firmados pelo Detran: foram apreendidos 500 processos assinados entre 2014 e 2017. Em 2014, ocorreu grande gasto: R$ 28.572.078,86. No ano seguinte, R$ 18.118.583,07. Em 2016, o gasto chegou a R$ 17.163.450,84. Para 2017, o gasto identificado é de R$ 19.132.753,46. Na gestão Caiado, os contratos caíram para R$ 8.188.746,87.

Os contratos com a Saneago também foram vultosos: R$ 1.136.271,21 (2015), R$ 2.205.348,70 (2016) e R$ 7.380.912,15 (2017). No primeiro ano da gestão Caiado ocorreu queda para R$ 2.238.069,29. A maior parte do valor aplicada em 2019 refere-se a divulgações obrigatórias, como aviso de licitações e resumo de contratos.

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