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Ciúmes: do amor ao terror

Todo relacionamento tem a necessidade de possuir o cuidado reciproco, mas muitos utilizam desse termo para aprisionar o outro. Quando falamos de ciúmes, logo vem a frase “estou cuidando do que é meu”, porém, esse modo de zelar pelo parceiro pode ser doentio e perigoso. Na reportagem anterior, feita pela Maris Assis, a psicóloga Ana Carolina Crispim revela que não é errado sentir ciúmes, mas o que vem após ele pode se tornar tóxico.

Em uma enquete realizada no Instagram cerca de 80% das pessoas, afirmaram já ter sofrido em um relacionamento regado a ciúme excessivo. Dentre as mulheres - que são a maioria - também existem homens que passaram pela mesma situação. A sensação de ser amado é interessante, mas alguns indivíduos extrapolam com o sentimento e geram traumas nos envolvidos.

As fontes entrevistadas, preferiram não ser identificadas, por isso, chamaremos a primeira de S.M, ela tem 46 anos e esteve junto com seu ex-parceiro por três anos. Segundo ela, sua luta contra o companheiro ciumento dura até hoje, depois de separados, ele envia mensagens com tons ofensivos, sugerindo que ela esteja errada de ter outro relacionamento, se não com ele.

Para S.M, o romance era difícil e afirma “você não vive, você vive em função daquela pessoa”. Já que o outro cria em sua mente, fatos que não existem e acredita firmemente que a outra pessoa está fazendo algo errado. Na tentativa de evitar situações ruins, a mulher prefere se anular e viver em prol do companheiro.

A outra entrevistada que chamaremos de C.P, tem 21 anos e recentemente saiu de um namoro de dois anos, a jovem relata que viveu "um inferno com ele”. Apesar da idade, ela pondera que esteve dentro de dois relacionamentos de muita dificuldade.

Mas expressa “acho que parte do meu relacionamento, era erro meu”. De acordo com ‘C’, as duas partes tinham ciúmes excessivos, por isso, ela acredita que parte do problema era seu.

Foram dias complicados e de medo, expõe a jovem, contando que também já foi “ameaçada pelo ex, que afirmava que iria matar a pessoa com quem eu tivesse em um novo relacionamento”. O homem dizia que se ela não ficasse com ele, não teria mais ninguém em sua vida.

A ‘C.P’, ressalta que “a minha falta de amor próprio era tanta que eu implorava pra ele não me trair”. Conforme ela, em seu pensamento, se não envolvesse outra pessoa, o namoro poderia durar. Logo, a pior parte da relação "foi o término", pois, a jovem colocava em sua cabeça que uma traição não aconteceria e foi o que aconteceu. E foi o ápice para que ela tomar coragem e terminar.

Muitas mulheres vivem presas em uma relação de ciúmes extremos, pelo medo de que algo pior aconteça, ou simplesmente pela falta de confiança em si mesma. Como a jovem de 21 anos, relata que sofreu violência física, porém a pior violência ocorre dentro da mente.

A vítima precisa ter forças para superar o medo e colocar um fim, para que não chegue ao ponto de não dar tempo.

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