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61% dos brasileiros acreditam que corrupção vai aumentar

Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22) pelo jornal "Folha de S.Paulo" aponta que, para 61% dos brasileiros, a corrupção no país vai aumentar nos próximos meses. Para 11%, vai diminuir. Outros 24% entendem que a situação continuará como está, e 3% não souberam responder.

A pesquisa ouviu 3.667 pessoas entre 13 e 15 de setembro em 190 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Veja os percentuais da pesquisa: 61% acham que a corrupção vai aumentar (eram 56% em dezembro de 2020 e 40% em abril de 2019); 24% acham que a corrupção vai ficar como está (eram 27% em dezembro de 2020 e 21% em abril de 2019); 11% acham que a corrupção vai diminuir (eram 14% em dezembro de 2020 e 35% em abril de 2019).

O número de pessoas que acreditam no aumento da corrupção é maior do que o registrado na última pesquisa, realizada em 7 e 8 de julho. Naquela ocasião, 56% fizeram essa afirmação. E 13% acreditavam que iria diminuir.

No primeiro levantamento sobre o tema durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, feito em abril de 2019, 40% dos entrevistados afirmaram que a corrupção iria crescer. E 35% disseram que iria cair.

Os números refletem a derrocada enquanto bandeira de um dos principais temas da vitoriosa campanha do presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018. O presidente se elegeu impulsionado por uma onda antipolítica surgida na esteira da Operação Lava Jato, que havia atingido em cheio rivais políticos como PT, PSDB e MDB.

Discurso na ONU

Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Bolsonaro disse nesta terça-feira (21) que o Brasil está "há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção", mas há diversas investigações em curso envolvendo, inclusive, aliados e familiares do presidente, em crises que abarcam até a pandemia —caso do escândalo da Covaxin, em que há suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana.

Já antes da posse, Bolsonaro enfrentou desgaste com a revelação de que o ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhava para o seu filho Flávio, repassou cheques para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, dentro de um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Ao formar sua equipe inicial, no fim de 2018, Bolsonaro indicou para o Ministério da Justiça o maior símbolo da Lava Jato, o então juiz Sergio Moro, que abandonou a magistratura para assumir o cargo.

A passagem de Moro pelo governo, porém, durou menos de um ano e meio. Em abril de 2020, o então ministro pediu demissão acusando o presidente, em benefício próprio, de intervir irregularmente na Polícia Federal.

Nas pesquisas seguintes do Datafolha, o rompimento com o lavajatismo provocou estragos para Bolsonaro. A partir de agosto de 2020, a expectativa de piora no quesito corrupção ficou acima dos 50%, enquanto ao longo de 2019 permaneceu na casa dos 40%.

Além do escanteamento do combate aos desvios pelo atual governo, em paralelo também houve o ostracismo dos trabalhos da Lava Jato, que desde fevereiro deste ano não atua mais como uma força-tarefa no Ministério Público.

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