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Boato sobre massacre no WR assusta estudantes secundaristas

Alunos do Colégio WR, localizado no setor Bueno, em Goiânia, relataram em redes sociais e grupos de WhatsApp na noite desta quarta-feira, 27, que um "massacre" estaria marcado para ocorrer na unidade de ensino. O atentado partiria de um aluno determinado. A escola trata o fato como boato.

Tradicional na capital, o WR é uma das escolas com maior quantidade de aprovações nos vestibulares mais concorridos do país, além de se destacar no Exame Nacional Ensino Médio (Enem).

O colégio enviou no grupo de alunos uma mensagem que confirma o boato, mas que reafirma estar ciente de quem seria o aluno envolvido nas suspeitas: "Alunos, em virtude de um boato surgido hoje, no Colégio, e propagado nas redes sociais, informamos a vocês que medidas de segurança já foram tomadas, e o aluno, envolvido, não entrará na escola até que tudo seja esclarecido.Informamos, também, que as aulas acontecerão amanhã, normalmente, e sem intercorrências".

Reconhecida pelo perfil rígido e disciplinar, a escola já teve no passado alunos envolvidos em "clube da luta", fato que ocorreu em 2013 e motivou várias medidas disciplinares envolvendo alunos e professores.

O aluno que teria motivado o rumor foi identificado em uma rede social. Nela, uma descrição chamou atenção da escola: "o ódio eh a única coisa que resta ao homem que não aguenta a tristeza".

Imagens descaracterizadas da rede do estudante foram publicadas nesta página. Após a repercussão, ele retirou as mensagens e fotos que permitiriam a identificação.

O jovem aparece em fotos normais de um adolescente, com camisas de banda de rock, ao lado de amigos. Não existe, segundo alunos, nenhuma evidência de que o adolescente realizaria atentado, a não ser os boatos que começaram a circular fortemente na tarde de quarta-feira.

Em uma das publicações deletadas, ele reconhece que pode ser "estranho", mas não assume qualquer tentativa de atentado.

Conforme estudantes da unidade, um vídeo mostraria o jovem comendo uma lagartixa na semana passada. Em vídeo divulgado nas redes, o jovem diz que sofre perseguições dos demais estudantes. Ele diz que não conhece a maioria dos alunos e pede para que parem de enviar vídeos e mensagens ao pai, que seria médico.

OUTROS CASOS

Goiás tem histórico de agressões e atentados, como o ocorrido em 2017, no Massacre do Goyases, em que um jovem morreu e outra ficou paraplégica.

Recentemente, várias denúncias de possíveis atentados foram realizadas na capital e interior do Estado, com apuração da polícia e não ocorrência de danos e violências.

Atualização

1.Atualização às 9h, de 29/10/2021: A partir de decisão judicial cautelar, a pedido do genitor do aluno em questão, que o jornal opta em não revelar o nome, o Juizado da Infância e da Juventude - Seção Cível decidiu de forma cautelar deferir parcialmente a tutela cautelar postulada.

2. A parte que representa o jovem que despertou os boatos por seu comportamento requereu retirada expressa da notícia, da imagem e retratação do fato.

A Justiça, todavia, atendeu apenas o pedido de retirada da imagem, já que não enxerga nenhuma outra violação na notícia, garantido, assim, os direitos fundamentais da República, quais seja, livre manifestação do pensamento e direito à informação.

O DM cumpre a lei e desde antes, mesmo com todo material probatório de vídeos e depoimentos de outros alunos que motivaram o boato, jamais fez questão de causar qualquer dissabor ao estudante, tanto que protegeu seus traços de personalidade, sem veiculá-los, ainda que expostos em rede social pública e aberta, mas reitera que o mal-estar causado antecede à publicação, que ocorreu, notícia veiculada a pedido de outros familiares igualmente insatisfeitos com os fatos que se sucederam.

Nos limites constitucionais e firme neste direito, garantidores da ampla defesa e contraditório, o jornal reitera seu compadecimento com os envolvidos e sublinha que está aberto a publicar sempre o outro lado ou as versões atinentes a cada fato, o que já faz há mais de 40 anos.

No lugar da imagem impugnada, o DM publica trechos da sentença, para que o leitor entenda a síntese da decisão cautelar.

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