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Preconceito e desinformação dificultam o combate ao alcoolismo

O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo é celebrado em 18 de fevereiro. É uma data importante porque é necessário destacar que o consumo de bebidas alcoólicas é uma questão de saúde pública quando estabelecida uma relação de dependência química com o usuário, ou seja, vai além do uso moderado e recreativo.

De acordo com pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o abuso de álcool, na América Latina, subiu durante a pandemia. No Brasil, 42% dos entrevistados relataram alto consumo da substância. Além de ter que lidar com o problema do alcoolismo, os pacientes enfrentam desinformação e preconceito.

A psicóloga Jordana Cabral, ressalta que, o que dificulta muitas vezes o tratamento dos usuários, é a desinformação e o preconceito. “Combater essas temáticas envolve atuar em várias áreas, desde a formação do profissional de saúde, passando por campanhas de esclarecimento junto aos profissionais e à população, até a realização de intervenções psicossociais na comunidade para reduzir preconceitos e estigmas”, revela.

As pessoas que fazem parte do cotidiano ou familiares do dependente têm um papel fundamental no processo de recuperação. “As pessoas podem ajudar informando e compreendendo que é uma doença que pode ser tratada. Os familiares precisam se inserir no processo de tratamento, participando de grupos de apoio, uma vez que, quando um indivíduo se torna dependente isso pode impactar toda a família”, ressalta Jordana.

Para a psicóloga, outro fator que atrapalha mais ainda a recuperação é justamente a falta de apoio de quem está ao redor deste paciente. “Essa condição é agravada quando ocorre a exclusão da pessoa no meio social e familiar, isso pode levar à não adesão ao tratamento”, reforça.

O tempo de tratamento pode variar de acordo com cada caso, tendo diversos tipos de abordagens, e vai depender da aceitação da pessoa em relação ao tratamento e à própria doença. “Deve-se realizar uma triagem para averiguar o grau de comprometimento e fatores predisponentes e precipitantes, inclusive culturais e sociais”, indica.

“Para que se possa realizar intervenções breves focadas nos fatores relacionados ao uso do álcool pela pessoa. Nos casos mais graves a pessoa pode ser encaminhada a centros especializados para fazer um acompanhamento mais contínuo, prevenindo recaídas, podendo chegar à internação para desintoxicação e à prescrição de medicações que diminuem a compulsão e os sintomas da síndrome de abstinência”, finaliza a profissional.

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