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A luta LGBTQIA+ por direitos

A homossexualidade deixou de ser tabu há algum tempo, entretanto, o preconceito ainda se faz presente em uma sociedade que, na teoria parece evoluída, mas na prática ainda se comporta da mesma maneira de décadas atrás. A luta contra a homofobia no mundo ainda enfrenta barreiras, em alguns países, como nos Emirados Árabes Unidos, é proibido ser homossexual, com pena de morte. Ou seja, o mundo tem muito o que avançar em termos sociais.

No Brasil, desde 2018, os homossexuais são protegidos pelo artigo 20 da Lei 7.716/2018, que está inclusa no crime de racismo. Mas a luta pelos direitos vem de muito tempo, o movimento LGBT no Brasil nasceu em 1978 por meio do Somos - Grupo de Afirmação Homossexual e ajudou no surgimento de diversos grupos que buscam por direitos humanos da população LGBTQIA+.

Um desses grupos conseguiu tirar a homossexualidade como doença, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista. Desde então, as lutas têm sido cada vez mais constantes e o brasileiro tem procurado entender mais sobre.

Porém, mesmo com tantas conquistas, as histórias de homofobia continuam a assustar e amedrontar a comunidade. O recrutador de RH Geniro Neto, de 25 anos, sabe bem o que é sofrer o preconceito na pele.

"No começo eu sofri homofobia na escola, já passei por dois episódios que me marcaram muito. O primeiro deles foi quando o 'engraçadão' da escola me pegou e me jogou dentro de um tanque cheio de água, foi humilhante", desabafa.

Ele reclama da falta de atenção da direção da escola, que não lhe deu nenhum respaldo na época.

"Eu fui na diretoria e senti uma negligência muito grande por parte das coordenadoras e da direção porque passavam pano para esse tipo de situação", afirma.

Ele lembra também de outro episódio que deixa marcas em sua vida até hoje.

"No ensino médio eu era uma pessoa bem vista, eu ria, brincava, sempre fui extrovertido. Mas nas festinhas dos colegas eu nunca era chamado. Aí eu fiz amizade com uma das meninas que era popular que organizava as festas, então eu desabafei com ela. Então ela tentou argumentar com um dos organizadores para saber o que acontecia, e um deles disse que não iria chamá-lo por ser gay", disse.

Violência contra homossexuais no Brasil

De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil registrou pelo menos 300 mortes de LGBTs em 2021, sendo 276 homicídios e 24 suicídios um aumento de 8% em relação a 2020, os dados tem parceria com a Aliança Nacional LGBTQIA+.

Isso faz com que o Brasil ocupe o topo do ranking dos países que mais matam a população LGBTQIA+, o que torna o país nocivo para a comunidade, que teme mais violência.

Geniro, que é casado, alega que não sairia de mãos dadas com o marido por temer o preconceito nas ruas, o que reforça que ainda não há um respaldo nem preparo de autoridades como deveria. Mas acha que a lei que protege os homossexuais um avanço para a sociedade.

"Sobre a questão da lei, eu acho muito bom. Eu nunca me utilizei da lei, mas eu acho que já está tendo uma movimentação em relação a isso para as pessoas terem mais conscientização de que homofobia é crime. Se eu precisasse utilizar, não sei se estaria totalmente defendido, mas eu acho que em caráter cultural já houve melhora", afirma.

Mas a comunidade precisa enfrentar ainda mais barreiras para que o número de mortes e ameaças diminuam, já que uma lei não faz o preconceito sumir num estalar de dedos.

Muita coisa mudou de uns anos até hoje, programas de TV não promovem mais o estereótipo com gay afeminado, já houve uma desassociação da homossexualidade com o HIV, comerciais e empresas passaram a prezar mais pela inclusão e algumas escolas já trabalham em cima da pauta do preconceito.

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