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Dia Nacional de Liberdade de Imprensa: liberdade para assange!

Perseguições políticas com sérios atentados à liberdade e à vida são signos decisivos de onde está se processando a ponta do conflito entre o capital e o trabalho. Em 2004, a chacina de três auditores-fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho, em Unaí – MG, foi um dos sinalizadores de que a luta dos direitos humanos contra o trabalho análogo à escravidão, no Brasil, finalmente havia chegado ao agronegócio neo-escravista.

 A lista dos assassinatos pode ser inclusive um guia da narrativa da história. As páginas brasileiras do Regime de 1964 não podem ser esquecidas. Vladimir Herzog e mais 22 jornalistas foram mortos pela Ditadura Militar.

Recentemente, em 14 de maio, entre os seres humanos lutadores pela verdade e pela justiça, ficamos sabendo do assassinato da jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, e as cenas de seu enterro que todos pudemos assistir, mostram que os pobres desse mundo, os desterrados como os palestinos, já não têm nem mesmo o direito sagrado de sepultar os seus, os que tombaram lutando por um mundo melhor.

Neste Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, gostaríamos de levantar nossa voz por alguém cuja vida ainda podemos salvar e por cuja liberdade ainda podemos lutar. Reivindicar liberdade de imprensa e vida para Julian Assange é bradar pela verdade e pela justiça.

Atualmente, Assange segue preso, acusado de espionagem. Condenado num julgamento repleto de incongruências. Uma injusta sentença de 175 anos de prisão a quem apenas estava exercendo o ofício da sua profissão de jornalista investigativo. Diferente do que foi acusado, espionagem, prática que se caracteriza por tráfico de informações, não foi comprovado que a empresa fundada por Assange privilegiou grupos, ou que ele próprio tenha obtido benefício com tais informações. A Wikileaks investiu na libertação da sociedade às amarras da ignorância. Já os que o condenam dão fortes indícios de manipulação e omissão de dados à população, em esquemas que, por vezes, tem se revelado manipulativos e conspirativos em benefício próprio, o da elite que têm em mãos uma imprensa subordinada. Ao revelar para o mundo os esquemas das grandes elites, Assange inaugura um novo conceito de comunicação.

O ano era 2013, e a agência de informações Wikileaks trazia a público uma lista com as cinco famílias donas de mais da metade das mídias de massa do Brasil. As famílias: Marinho (organizações Globo), Saad (Grupo Band), Abravanel (SBT), Macedo (Record) e Civita (Grupo Abril). Logo, a concentração de poder e o quase total monopólio das comunicações mostraram um padrão mundial. Na Austrália, por exemplo, o país onde nasceu Assange, 100% de toda a mídia de massa estava concentrada nas mãos de apenas duas famílias.

Desejamos que, Assange, o homem que está inovando a comunicação mundial não sofra os destinos parecidos dos grandes revolucionários de outros tempos, condenados justamente por desafiarem a ignorância.

Feliz Dia da Liberdade de Imprensa no jornalismo e na política! Liberdade de expressão aos partidos políticos comprometidos com as lutas dos operários, pobres, indígenas e movimentos populares!

Daniele do Nascimento Rodrigues, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Pedagoga.

Eduardo Sugizaki, professor de filosofia e de história na PUC Goiás.

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