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Homem, um recém-chegado na biosfera

As constantes tempestades e as intensas atividades vulcânicas eram comuns no cenário da Terra há 3,5 bilhões de anos. A evolução molecular se processava lentamente e o RNA pré-biótico, molécula capaz de agir como ribozima, foi provavelmente a molécula que precedeu o surgimento do primeiro tipo de organismo unicelular da Terra – uma célula químioautolitotrófica – ou seja, capaz de sintetizar matéria orgânica necessária ao seu metabolismo, a partir de energia retirada de compostos inorgânicos existentes no meio. Estava inaugurada a biosfera terrestre.

Embora o cientista russo Alexandre I. Oparin tenha sugerido que o ‘Coacervado”, constituído de proteinoides que se atraíram nos lagos e oceano primitivos, tenha sido o precursor da primeira célula viva, sabemos atualmente que não seria possível um “aglomerado desses proteinoides” desprovidos de ácido nucleico – no caso o RNA – pudesse originar uma célula viva, pois todas as formas de vida existentes na biosfera resultam do controle bioquímico de ácidos nucleicos (DNA e/ou RNA). Na época de Oparin, todos os biólogos e bioquímicos suponham, erroneamente, que as proteínas eram as moléculas mais importantes dos seres vivos e por conseguinte deveriam conter a memória genética. No final da década de quarenta, o pesquisador Avery e seus colaboradores descobriram que os genes não eram proteínas, eram na verdade informações que estavam presentes no Ácido Desoxirribonucleico (DNA), a molécula que encontrou uma maneira de replicar e transferir a memória do código da vida.

Da célula primordial surgiram posteriormente outros tipos mais complexos de células, pois uma das propriedades intrigantes do DNA é a sua suscetibilidade em sofrer modificações no código – mutações – e com isso diversificar as formas de vida.

Ao longo do tempo geológico a biosfera fez e desfez milhares de espécies e recentemente, a cerca de um milhão de anos, “um piscar de olhos” nos 3,5 bilhões de anos de experimentação e complexificação da própria biosfera terrestre, houve a chegada do Homo sapiens na orbe terráquea, e nesse minúsculo tempo, o homem impactou drasticamente sobre o seu berço planetário. Grande parte das ações antrópicas modificaram aceleradamente o cenário do ambiente terrestre, urge, portanto, ao homem, encontrar o ponto de equilíbrio entre a mudança que imprime e a preservação da biosfera, pois nela está sua própria sustentabilidade no planeta.

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