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A obsessão por corpos de jovens nus

Nesta edição da coluna Lente Aberta, o leitor do DMRevista poderá entrar em contato com o trabalho do fotógrafo Ryan McGinley. Ele é bastante respeitado no meio artístico por conseguir transmitir através de jovens nus, cores fortes e muitos movimentos, reconstruções artísticas de uma escênicias sentimentais. Ao observar suas fotos, podemos imaginar as angústias do pensamento, a sensação de perecibilidade do corpo, a insegurança, o medo e a busca por adrenalina. Seus quadros são montados com uma porcentagem pesada de natureza e organiscismo, o que faz com que os corpos humanos sejam associados à sua verdadeira escência animalesca. Com suas técnicas de iluminação, consegue construir situações gráficas impressionantes, algumas inclusive chocantes, sempre com muita naturalidade e originalidade.

Ryan McGinley nasceu em 1977, na cidade de Nova Jersey. Conseguiu destaque como fotógrafo nas últimas duas décadas pela precisão de suas imagens. Em 2003, foi um dos fotógrafos mais jovens a expor seu trabalho no Museu Whitney, um dos mais conceituados dos Estados Unidos. Também em 2003 foi eleito fotógrafo do ano pela revista American Photo. Ele é o mais jovem de oito irmãos.

Quando pequeno, tinha como mentores skatistas, grafiteiros e artistas alternativos - pessoas consideradas à margem da sociedade. Começou a estudar Design Gráfico em 1995, quando mudou-se para Nova Iorque. Em 1988, aos 21 anos, decidiu cobrir as paredes de seu apartamento com fotografias produzidas em câmeras Polaroid. Nessas fotos estavam os rostos de todas as pessoas que o visitavam. A primeira exposição pública de McGinley foi em 2000, por iniciativa própria, em Manhattan.

No inicio de sua carreira, quando ainda era estudante, produziu - também por conta própria - de forma manual, um livro fotográfico chamado The Kids Are Alright. Ele distribuiu o livro para algumas pessoas que ele considerava artistas respeitaveis. Uma das cópias foi parar nas mãos da curadora da escola, Sylvia Wolf, que ficou impressionada com o conteúdo. Em um ensaio sobre Ryan, ela escreve: “os skatistas, músicos, grafiteiros e gays que aparecem nos primeiros trabalhos de McGinley sabem o que significa serem fotografados”.

Em entrevista ao site The Talks, o artista, que hoje tem 36 anos, expôs um pouco dos seus pensamentos sobre vida, realidade, e seu próprio trabalho. “É necessário sentir-se real, e isso meio que significa sentir-se humano. Mas meu mundo é todo construido na fantasia. Apesar disso, dentro dos meus momentos de fantasia, busco momentos que se pareçam com realidade. Muitas vezes trata-se apenas da insanidade do que está acontecendo quando estou fotografando, procurando aquele momento que soa um pouco humano”, explica.

Questionado sobre o começo de sua relação com fotos, o artista evoca um sentimento obscessivo, fotografando tudo tipo de coisa e situação que invadiam seu dia. “Quando comecei a fotografar, produzia material de absolutamente tudo: janelas de avião, a comida que eu estava comendo, moradores de rua dormindo no parque, pessoas jogando basquete, meus amigos, literalmente tudo que acontecia na minha vida: era como uma obscessão”. Ryan também fala dos elementos que fazem parte da identidade de seu trabalho. “Há alguns anos eu descobri que realmente gostava de ação, natureza e nudismo. São as coisas que estão presentes na maior parte do meu trabalho. Sempre procuro por coisas que eu nunca imaginei que pudessem acontecer”.

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