por siririca poética
Pele interpela carne crua
Carne de imatura
quer se esconder,
apodrece
Carne sente o tempo
É a finitude
Na carne passa gente
que é violência e paixão
Vontade de vida
Línguas sem barbárie
Saxofones traz de
volta o mundo encantado
Chuva de Molotovs
Anunciam a dança de Tânatos e Eros
Na cidade passam ônibus
Superfaturados
Fratura exposta na perna de dona Maria
mordida pelos interesses
da classe dominante
Ladainhas, os costumes
e boa moral
Interpela
Viver sem tempos mortos
é morta a carne do progresso
E pro matadouro
seguem nossos pés