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Seriam os deuses viajantes do espaço?

Para os religiosos, os livros e escrituras sagradas explicam a origem da vida e do universo. Para a ciência, temos as teorias mais aceitas sobre o começo de tudo, a principal e mais conhecida é a do Big-Bang. Porém existem diversas pessoas que acreditam e difundem ideias mais radicais e diferentes, sobre a origem do mundo, entre elas está o Movimento Raeliano.

A reportagem do DM Revista conversou com David Uzal, que é coordenador do Movimento Raeliano do Brasil e da América do Sul e introduz a ideia sobre um grupo ainda desconhecido da maioria, na esperança de despertar o pensamento para novas explicações sobre a criação da humanidade. “O Movimento Raeliano foi fundado em 1973 por Rael, na França, depois de um encontro com um ser oriundo de outro planeta que explicou como toda a vida na terra é resultado de uma criação cientifica e como nossos ancestrais confundiram esses criadores científicos com deuses” explicou David.

De acordo com a página oficial do Movimento, estes são os objetivos e fundamentos do grupo: “É uma organização internacional não lucrativa. E une aqueles que desejam informar a humanidade acerca da sua verdadeira origem e transmitir às pessoas as mensagens muito importantes enviadas pelos Elohim”. De acordo com os raelianos, os Elohim são cientistas extraterrestres altamente avançados os quais criaram a vida na Terra, incluindo os seres humanos.

Mas de acordo com o grupo os objetivos vão além de informar os desavisados sobre a real origem da humanidade. “A difusão deste conhecimento não é o único objetivo do Movimento Raeliano. Outra missão principal da nossa organização é preparar uma embaixada oficial para bem acolher o regresso dos nossos criadores”.

David Uzal explica mais acerca das defesas fundamentais que envolvem o raelianismo: “Os raelianos contam os acontecimentos que ocorreram de verdade só que a ciência oficial não admite ainda. Por tanto, quem pesquisar nesta direção poderá achar elementos que mostram que houve presença de uma civilização extraterrestre muito avançada, no passado da humanidade”.


O DM Revista entrevistou David Uzal sobre as teorias e fundamentos ligados aos pensamentos raelianos. Conversamos também sobre quais as esperanças e anseios do movimento em relação ao futuro da humanidade:

[box title="Entrevista com David Uzal"]


DM: De que forma vocês se reúnem, ou compartilham as questões sobre o Movimento Raeliano aqui no Brasil? Como vocês organizam as ações, oceorrem debates presenciais?

David Uzal: Este ano tivemos a Universidade da Felicidade aqui no Brasil, trata-se de um encontro continental que fazemos cada ano em um pais. Também nos reunimos no domingo de manhã e em quatro datas, feriados raelianos. As datas são o 7 de outubro data do 2° encontro de Rael em 1975; Treze de dezembro, 1° encontro em 1973; Primeiro domingo de abril, uma reunião dentro da comunidades.

A próxima será o ano novo raeliano que é em 6 de agosto. Em cada uma dessas datas quem quiser pode reconhecer oficialmente os Elohim (os extra terrestres que nos criaram).

DM: O livro “Eram os deuses astronautas”, escrito em 1968 pelo suíço Erich von Däniken, está ligado aos fundamentos deste movimento?

David Uzal:O livro de Von Danikem é interessante. Os Andes foram um ponto onde os extraterrestres mantiveram bases. Por isso no ano anterior tivemos nossa Universidade da Felicidade no Peru e no próximo ano ser na Bolívia. Mas Rael vai muito mais longe. Ele aporta uma explicação clara de quem são esses seres de como eles nos criaram, nos destruíram, nos deram outra chance, como conta a historia de Noé. Eles então nos deixaram crescer por conta própria, mas mandando profetas paras nos guiarem, quarenta no total, sempre com a mesma mensagem mais adaptada à época e lugar: Maomé, Jesus, Moisés, Buda, Zarazustra, Joseph Smith, etc.

DM: Então Rael usa inclusive da bíblia cristã na defesa de sua teoria? Ou mesmo outros livros sagrados?

David Uzal:Todas as culturas tem um texto o relato da criação, o mais conhecido hoje é o Gênesis. Por tanto foi a partir do Gênesis que os Elohim decidiram nos contar a verdade respeito a nossos origens. Mas há livros mais detalhados, como a Cabala. Só que são livros menos divulgados, mais exclusivos e difíceis, mas qualquer cultura no mundo tem uma historia, que no fundo conta essa criação ou eventos ligados a essa criação.

Claro que sem ciência, nossos ancestres não podiam relatar com conceitos fiéis ao que acontecia. Relataram com os conceitos, ou seja palavras deles, além disso, com o tempo e a mania dos humanos de acrescentar e modificar os fatos também deformaram esses relatos.

Na Bíblia estava proibido mudar mesmo uma palavra, mesmo assim as coisas foram deformadas. Mas ficou o suficiente para que possamos hoje ler com os olhos de quem tem ciência e entender que tudo o que vai lá, são fatos, não de um ou vários deuses, mais de seres humanos alias, chamados de Elohim o que significa em hebraico antigo: “Aqueles que vieram do céu”, é um plural. Inclusive em hebraico moderno o final “im” corresponde ao plural masculino.

Hoje temos ciência, essa é a revelação anunciada, estamos na época da revelação. Em grego antigo se diz: “apocalipses”.

Nós tomamos a data da explosão da primeira bomba atômica, em Hiroshima em 6 de agosto 1945, como a data que marca a entrada de nossa humanidade na era da revelação. Ou seja a era na qual se tem suficiente conhecimento cientifico que oferecem condições de entender o que realmente aconteceu no inicio.

Não significa que as massas vão aceitar, existe um freno psicológico e social em aceitar ideias completamente novas, independentemente do seu nível de veracidade. Mas a humanidade pode hoje entender.

DM: O ano novo raeliano é comemorado no dia em que foi lançada a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, 6 de agosto. Então, mas qual a explicação da bomba instaurar para os raelianos uma era de revelação?

David Uzal:A bomba indica que a humanidade chegou a poder usar a energia atômica e isso é uma marca que mostra um nível de domínio tecnológico e cientifico suficiente para conceitualizar que seres de outros planetas , seres como nós podem ter vindo e criado a vida cientifica. A bomba em si não marca nada, mas sim o nível de desenvolvimento cientifico contido por trás da possibilidade de gerar uma explosão nuclear.

Digamos que é como a puberdade, a puberdade da humanidade, que entrou na na crise da adolescência. Muito provavelmente não passaremos ao estado adulto, mas vamos tentar.

DM: Porquê a improbabilidade de que a evolução da humanidade chegue a uma faze adulta?

David Uzal:Porque assim funciona o universo, quando uma humanidade chega a um ponto de desenvolvimento tecnológico, que lhe permite sair do seu sistema solar essa mesma capacidade é suficiente para destruí-la. Ou seja, não aprende a controlar sua agressividade, não entende algumas coisas básicas.

Se não põe o amor, a inteligência, a feminidade por cima se acaba destruindo. É o que Rael chama o “sistema imunitário do Universo”. Por isso não ha civilizações ET agressivas que vem até nós. Pode haver, mas num estado primitivo e que se acabarão destruindo. Nós estamos agora na fase final, a prova final é agora. Nestes próximos meses, anos, não muitos, é um período muito estimulante.

DM: O que há de acontecer nesse período, o que exatamente se espera dessa era de revelação?

David Uzal: Pode ser o fim ou o inicio de algo maravilhoso, a era de ouro. Nesse período, no período atual, devemos reequilibrar a humanidade. Foi preciso dar prioridade ao lado masculino para se sair da época primitiva, agora precismos reequilibrar e pôr o feminino na frente.

Sem isso a violência dominará. E com as capacidades de destruição que dispomos hoje significaria o fim. Até pouco tempo atras os humanos podiam fazer guerras e matanças mas não corria-se risco de destruição total, hoje sim.

Devemos quebrar as fronteiras, considerar o ser humano como uma totalidade, precisamos dessa visão humanista. E com ser humano queremos dizer um ser que não é branco, negro, homem, mulher, heterossexual ou homossexual, etc, mas o ser humano. No nível que deixa de ser determinado, no estado de supra consciência poderíamos dizer.

O Amor é uma das chaves, o outro é criar um novo sistema de valores políticos e econômicos. Rael criu o Paradismo, um partido politico que se fundamenta sobre os avanços da tecnologia. Porque hoje o motor da mudança é a tecnologia, mas políticos e economistas não a integram realmente nas suas reflexões pois isso atrapalha seu poder

DM: Então a tecnologia e o racionalismo sem freio vão tornar o mundo de uma violência incontrolável e por isso o foco da “evolução” agora precisa estar mais ligado a sentimentos. Entendi mal?

David Uzal: Você é uma “romântica”. A espiritualidade é a chave, o ser humano é um ser spiritual. Mas precisa de uma espiritualidade adaptada a sua época. Hoje temos velhas religiões, com conceitos gastados que não estão adaptados ao seu tempo.

O Raelianismo é a única religião no mundo que propõe uma espiritualidade adaptada a nossa época. Uma espiritualidade que não culpabiliza o prazer, que deixa o ser humano em harmonia com seu corpo. Que quebra a culpabilidade e essa tortura da mente que é o “pecado”, horrorosa invenção para controlar as populações.

A filosofia raeliana diz: “fomos criados para ser feliz em todas as formas possiveis, cada um segundo sua constituição. Fomos criados para criar, gozar, cantar, não para sofrer”.

E o Amor claro, o verdadeiro amor, que é incondicional, sem contrapartida, sem troca. Precisa-se desse amor para salvar a humanidade.

DM: O movimento recebe algum apoio financeiro. De alguma instituição ou algo assim?

David Uzal: De jeito nenhum, ninguém nos apoia. Somos autofinanciados. Toda a arrecadação é feita através da contribuição dos membros..[/box]

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