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Otto trabalha em novo disco de inéditas

Em entrevista à Rádio Tropical Transforma durante o último Bananada, que aconteceu do dia 12 a 18 deste mês, em Goiânia, o cantor e compositor pernambucano Otto, 51, revelou que está trabalhando num novo disco.

O músico, que despontou no cenário nacional na década de 1990 como percussionista das bandas Mundo Livre S/A e Nação Zumbi, disse que “desde o começo do ano estou produzindo sozinho, o que me dá a liberdade de mostrar uma música feita por mim”.

Álbum, no entanto, não tem data definida para chegar ao mercado.  

“Estou produzindo um álbum novo. Pupilo [do Nação Zumbi] foi o produtor dos meus últimos álbuns, e desde o começo do ano estou trabalhando sozinho, o que me dá a liberdade de mostrar uma música realmente feita por mim, no estilo Garage Band”, diz.

“Eu que estou produzindo na minha casa; é bastante particular, e estou colocando pela primeira vez para os outros ouvirem. São 23 músicas que se traduzem num desconforto meu com a vida e com a música”. 

Na conversa, o cantor ainda comentou a cena musical de alguns estados do País e lembrou o preconceito que rola em torno delas. Segundo Otto, se existe algum pé atrás por conta da falta de caráter pop nas composições de Estados como o Pará, por exemplo, também tem “o lado que abraça”.

Otto, que ganhou notoriedade com o disco “Samba Pra Burro”, em 1998, afirmou que esses lugares possuem “uma música maravilhosa” e, no caso da Bahia, havia uma onda de ser “alternativo”. 

“Em Pernambuco a gente nunca quis ser alternativo. Chico (Science, ex-vocalista e fundador da banda Nação Zumbi) foi um cara muito forte neste sentido, Fred (Zero Quatro, vocalista da Mundo Livre S/A) já tinha uma fibra muito grande pra fazer a música e não olhar para isso”, conta o músico, cuja entrevista já está disponível na plataforma de streaming Spotify. “Se a gente for parar nos preconceitos, a gente nunca vai fazer a música”, pontua.

Com críticas ácidas ao presidente Jair Bolsonaro – que “nem merecer ter seu nome pronunciado” –, Otto se apresentou segunda-feira (12) no Teatro Goiânia, no Setor Central, durante a primeira noite do festival Bananada. O

repertório contou com canções do clássico disco “Acordei de Sonhos Intranquilos”, lançado em 2009, e com releituras de “Vou Tirar Você Desse Lugar”, do cantor goiano Odair José, e “Pra Ser Minha Mulher”, composição de autoria de Ronnie Von, o príncipe.    

Importância

Otto, cantor, compositor e percussionista pernambucano que sugira no cenário brasileiro na década de 1990 com as bandas Mundo Livre S/A e Nação Zumbi, é um dos artistas mais influentes do seu tempo, e certamente um dos mais brilhantes e interessantes.

Aos 51, com quase 30 anos de estrada, já garantiu um lugar cativo no grupo dos principais músicos do Brasil, com uma mistura singular de mangue beat, samba, música eletrônica, rap e outros gêneros.  

Ele é um daqueles artistas que gostam de experimentar e descobrir novos caminhos na arte, sempre de olho naquilo que ninguém pensou. E isso é genial e o faz ser um dos mais fodas.

Desde o disco “Samba Pra Burro”, de 1998, passando por “Condon Black”, em 2001, ele é conhecido por buscar sons ainda novos, fusões de eletrônico com rock, mas sem jamais perder a levada da música pernambucana imortalizada por ícones como Reginaldo Rossi.

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