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O pulso, ainda pulsa no cronista da nova era

Assim, a crônica do cotidiano, com forte exposição da experiência no livro “O pulso, ainda pulsa” que o professor, filósofo, escritor, jornalista, mestrando em Direitos Humanos, bacharel e mestre em Serviço Social, doutorando bolsista Capes em Ciências da Religião - PUC-Goiás, Antônio Lopes, acaba de lançar.

Em atividade e reflexivo, pensativo e questionador, desenvolto, Toninho mexe com o “Id” dos leitores, intriga enquanto ativista das Ciências Sociais na contramão do sistema, segundo ele, “capetalista”, colonizador. Goiano, aprendeu com o pai gráfico e editor a montar letras, compor palavras para contar da ilusão da vida e sobre os fetiches do mundo. Anarco-comunista cursou escolas salesianas em Anápolis e Brasília, conviveu em meio à rebeldia cultural dos anos 1980, em meio a ícones como Legião, Cássia Eller, Capital, Plebe Rude e outras tribos.

Nas cerca de 400 crônicas publicadas, em dois volumes, de “O pulso, ainda pulsa”, o retrato impresso a letras, frases e parágrafos da luta pela sobrevivência tramada a coragem para sobressair em aventuras em Goiás, Mato Grosso, Pará e São Paulo. Comprava e vendia revistas e jornais. Nos Estados Unidos, sobreviveu em meio a imigrantes, segundo ele “não documentados expulsos de suas terras devido às guerras que o Ocidente promove no Oriente”.

O grande trunfo das palavras é o poder do revisor e articulista do jornal Diário da Manhã revelado ao mundo nas páginas de “O Pulso, ainda pulsa” a reforçar pensamentos, influenciar, despertar, provocar, adentrar imediatamente a história.

Pai de três filhos que lhe deram quatro netos, Toninho, segundo o escritor goiano Dhiogo Caetano, é “o homem a transcender o tempo e dialogar com a vida, fazer cultura, codificar as linguagens sociais, despertar consciências, libertar a alma do público leitor”.

Antônio Lopes pesquisa Cultura e Sistemas Simbólicos no doutorado. Cético, acredita na anarquia como rumo e opção à contramão do senso comum da coletividade imersa na promessa de uma vida melhor “desde que, em outro mundo e noutra época”, provoca. E sobre essa era, acrítica, insiste em Paulo Freire: “O mundo não é um laboratório de anatomia, nem os homens são cadáveres que devam ser estudados passivamente.”

“O pulso, ainda pulsa” faz e revela o trabalhador inquieto em quatro volumes do livro que exprime suas palavras e pensamentos, experiências escritas da vida tramada a viagens no Brasil e exterior, o que se vê é um ser humano em busca de caminhos.

O cronista da “era pós-tudo”, na analogia de Eric Hobsbawm, incita sobre o aceitar da condição absurda da humilhação (des) humana, questiona a “ética e moral vendidas nas prateleiras da corrupção”. Sua criação muda o discurso, direciona o pensamento, adentra a academia, ontem e hoje, ao unir Marx, Weber, Durkheim, Harvey e outros a repensar o espaço planetário recortado a propriedade privada que encaixota a ser social.

Pensador pop, contemporâneo, reflexivo, Antônio Lopes, antes de mitificar, humaniza heróis que morreram de overdose, aids e todas as prisões da matéria. Sua crítica é sutil, polissêmica: “Enquanto caretas vão falar com o céu, a sorrir, duendes os contemplam de Saturno.”

Em “O pulso, ainda pulsa” a certeza de que as palavras continuam mais importantes do que as armas neste mundo violento.

Ficha técnica

O pulso ainda pulsa

Gênero: Crônica

Autor: Antônio Lopes

Editora: Kelps

Preço: R$ 50 (leitores diversos) e R$ 35 e R$ 40 para os alunos

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