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Frejat faz releitura de clássicos de sua carreira em estilo voz e violão

Difícil falar sobre o rock nacional sem lembrar dos riffs eternizados pelo guitarrista e compositor Roberto Frejat, 57. Também pudera, não é mesmo? Ao longo de duas décadas, o músico comandou as guitarras da banda Barão Vermelho e selou uma parceria produtiva ao lado do cantor Cazuza (1958-1990). Com o ‘brou’ – como o poeta lhe chamava –, compôs as canções “Down em Mim”, “Ponto Fraco”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Maior Abandonado” e “Bete Balanço”.   

Em 2001, Frejat embarcou em carreira solo após anos à frente do Barão, onde gravara 12 álbuns e uma infinidade de músicas que são patrimônios do rock brasileiro. Longe da banda, que havia entrado em recesso após apresentação no rock in rio no mesmo ano, o guitarrista consolidou seu lado compositor e o intérprete com voz encorpada abriu horizontes para novos parceiros e outras diferentes formas de lidar com sua verve criativa.

Esse sucesso todo poderá ser conferido pelo público hoje, às 21h, no Teatro Rio Vermelho, no Setor Central. Acostumado a se apresentar acompanhado de banda, Frejat sobe ao palco sozinho e faz releitura de seus principais sucessos em formato acústico, com voz e violão. No repertório, o músico deve tocar clássicos de sua trajetória, além de músicas compostas por outros artistas que o ex-barão vermelho sempre gostou de ouvir.

“Esse show de voz e violão é bem diferente de tudo o que fiz antes. Ele é bem delicado e intimista, onde cada canção é uma história que me faz vivenciar seus personagens e onde convido com a plateia a viajar nelas comigo”, diz Frejat, acrescentando: “Tem canções de sucesso, assim como outras que nunca estiveram em meu repertório antes e também algumas poucas músicas de outros compositores que penso fazerem sentido dentro deste show”.

Entre uma música, o guitarrista deve revelar uma curiosidade sobre a composição em questão, algum detalhe sobre o momento em que ele e o parceiro estavam compondo ou até mesmo o porquê de incluí-la no set-list. Também há um contato com o público maior por parte do artista, perguntado com frequência aos presentes se faltaram alguma canção no show. Por isso, essa apresentação – nas cidades em que ela percorreu antes de chegar a Goiânia – foi realizada apenas em teatro.

Banda Barão Vermelho com Frejat como vocalista - Foto: Reprodução

No centro do palco

Claro que a estreia com o disco “Amor Pra Recomeçar”, em 2001, foi o primeiro passo de uma carreira que prometia. Produzido por Tom Capone, Maurício Barros e Max de Castro, o álbum emplacou nas paradas as músicas “Homem Não Chora” e Som e Fúria”. Além disso, o clipe de animação “Segredos” – um dos maiores singles do trabalho – faturou os prêmios VMB 2002 da MTV e do canal Multishow no ano seguinte.  Por conta da repercussão, Frejat resolver fazer um novo projeto. 

Sem o mesmo barulho feito pelo antecessor, “Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo” – lançado dois anos depois do primeiro – trazia a faixa título e “Túnel do Tempo” como os maiores sucessos fonográficos. O disco, no entanto, teve aceitação moderada e a crítica musical não falou dele como fez na época de “Amor Pra Recomeçar”. Em 2008, veio “Intimidade Entre Estranhos” e, com esse novo disco, Frejat ganhou status de compositor dos amores urbanos.

No início da carreira, o instrumentista era guitarrista da banda Barão Vermelho. Foi nesta época em que ele passou a ser próximo a Cazuza, com quem compôs verdadeiros hinos da Música Popular Brasileiro (MPB). Com a saída de ‘Caju’ do grupo, Frejat – além de ter a função de guitarrista – passou a ser o vocalista do Barão. Logo de cara seu vozeirão chamou atenção.

Aqueles anos, no entanto, nem de perto foram bons. Sem Cazuza, o Barão demorou para emplacar alguma música nas paradas de sucessos, e o ex-vocalista mandou um discaço logo de cara: “Exagerado”. Os álbuns lançados pelo grupo – “Declare Guerra”, em 1986, “Rock´n Geral, no ano seguinte – não tiveram boa aceitação tanto por parte da crítica especializada quanto do público.

Com a música “Pense e Dance”, o disco “Carnaval”, lançado em 1988, colocou mais uma vez o Barão sob os holofotes. E dali a banda nunca mais saiu. Frejat, agora mais habituado ao posto de vocalista, passou a ser a cara e a identidade do Barão, gravando no ano seguinte “Barão Ao Vivo”. Neste trabalho, o público começou a se acostumar com os grandes clássicos da banda na voz do guitarrista.

Serviço

Frejat - Voz e Violão Em Goiânia

Quando: Sexta, 11 de Outubro

Onde: Teatro Rio Vermelho

Endereço: rua 4, setor central, Goiânia

Horário: 21h

Vendas de ingressos: R$ 89,60

Contracapa do disco ‘Maior Abandonado’, de 1984 - Foto: Reprodução

Para conhecer a trajetória de Frejat

‘Por Que A Gente É Assim’ –Editora Globo, biografia

Escrito pelos jornalistas Rodrigo Pinto e Ezequiel Neves com a colaboração do baterista Guto Goffi, a biografia – lançada em 2007 – narra a história do Barão Vermelho desde sua fundação, em 1981, até o segundo recesso, no ano de 2007. Na obra, é possível compreender a importância de Frejat para o rock nacional.

‘Por Que A Gente É Assim’ – documentário 

O longa-metragem, que foi dirigido pela cineasta Mini Kerti, retrata a história da banda Barão Vermelho e fala sobre a decisão de Frejat em seguir carreira solo. ‘Por Que A Gente É Assim’ reúne depoimentos dos músicos Guto Goffi, Dé Palmeira, Maurício Barros, Fernando Magalhães, Peninha, entre outros. O filme está disponível no Netflix.

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