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‘Primeira dificuldade é encontrar o público’

Começa na sexta-feira (28) e prossegue até o dia 30 de maio a 4ª edição do Festival de Teatro Infantil de Goiás (Festin-GO). Nesta edição, devido à pandemia de coronavírus, as encenações dos espetáculos serão transmitidas de forma online pelas redes sociais do evento.

Segundo a organização, o festival deste ano terá como destaque a inclusão e a valorização das produções culturais goianas, através da arte e da cultura. O produtor cultural Hélio Martins, um dos realizadores do evento, ressalta a importância das parcerias das companhias e grupos de teatro goianos que possibilitaram a realização do festival de forma online.

Dentre os parceiros que possibilitaram a realização da 4ª edição do Festin, Hélio destaca associações de classe como o NAIA, Autismo, Associação dos Deficientes Visuais e a Associação das mulheres surdas do estado de Goiás.

Outras parcerias como a com a Faculdade de letras, libras e tradução da UFG; Sesc Goiás – Teatro Sesc; Teatro Goiânia; Secretarias de Cultura de Goiânia e de Goiás; além da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Goiânia, foram fundamentais, segundo o produtor, para a realização do festival.

O evento contará ainda com uma Live formativa sobre acessibilidade em tempos de pandemia. Todos os espetáculos terão intérpretes de libras online, audiodescrição online e legendas. A programação será toda gratuita com classificação livre.

Em entrevista ao Diário da Manhã, Hélio Martins fala um pouco dos desafios de se fazer um festival de teatro infantil, com acessibilidade, totalmente online.

Diário da Manhã - Qual a maior dificuldade que vocês estão encontrando para fazer o festival online?

Hélio Martins - Primeira dificuldade é encontrar o público. O Festin nas edições anteriores foi sempre um momento de “aglomeração”, abraços, beijos, rever amigos , encontro com a família. A segunda dificuldade é técnica. Tivemos que contratar pessoas capacitadas, técnicos, para nos ajudar a garantir os recursos de acessibilidade no festival. A terceira e última é, sem dúvida, a “ansiedade” que nos consome, saber se o produto cultural que estamos oferecendo responde às expectativas do nosso público, de modo especial as pessoas que precisam desses recursos de acessibilidade.

DM - Você tem uma proposta de acessibilidade feita inicialmente para apresentação presencial. Como foi transpor para o universo virtual?

Hélio - No primeiro momento tivemos dificuldade de entender como seria um festival para crianças e com acessibilidade. Então partimos para pesquisar e ver o que tínhamos de modelo no mercado, o que poderia ser aproveitado e criamos a nossa própria produção. Foi sofrido num primeiro momento, mas acredito que estamos no caminho certo.

DM - Descreva como será o festival. As peças foram gravadas na pandemia? Vai ser ao vivo? E as medidas de segurança devido à pandemia?

Hélio - As peças foram gravadas antes ou durante a pandemia. Para garantir os recursos de acessibilidade, precisávamos que os espetáculos estivessem gravados. Todos os espetáculos terão intérpretes de libras online, audiodescrição online e legendas. Já a Live formativa sobre a “Acessibilidade em tempos de pandemia” será ao vivo no Teatro Sesc Centro, respeitando todos os protocolos de distanciamento social.

Maria Grampinho - Instituto Arte e Inclusão/ Inai - Foto: Divulgação

DM - Qual a expectativa de vocês com esta primeira experiência de fazer o festival online?

Hélio - As expectativas são as melhores possíveis. Esse ano, com o recursos da Lei de Incentivo a Cultura da Prefeitura Municipal de Goiânia, e com a sensibilidade da Secretaria Municipal de Cultura, de deixar realizar o Festin Online, podemos rever nos protocolos de fazer artístico cultural, inovando e garantindo os principais objetivos do festival, que é de valorização de grupos culturais goianos e a garantia da acessibilidade cultural nos espetáculos.

DM - Como vai ser a acessibilidade online? Qual o público será beneficiado e como?

Hélio - Todos os espetáculos terão intérpretes de libras online, audiodescrição online e legendas. Todos esses espetáculos foram revisados pelo assessores de acessibilidade. Tivemos muito cuidado para não tirar o brilho e a magia dos espetáculos. Na verdade, qualquer pessoa pode assistir. Não vai sentir diferença. Esperamos que a comunidade surda, os deficientes visuais, as famílias que têm pessoas autistas possam assistir e gostar da nossa programação.

DM - Algo mais que vocês gostariam de dizer sobre este novo formato para o Festival?

Hélio - Esse ano também conseguimos colocar no ar o site oficial do Festin (https://festingoias.com.br/). Nele temos toda programação do festival, equipe, parceiros e em breve vamos colocar as edições anteriores lá também. Para esse trabalho contamos com a parceria do pessoal da Associação dos Deficientes Visuais, que ajudou com tecnologia para deixar a navegação no site também acessível para comunidade cego ou de baixa visão. (Carlos Pereira)

Conheça a história do Festin

O festival nasceu oficialmente em 2017. Segundo a Cia Flor do Cerrado, idealizadora do projeto junto com o gestor e produtor cultural Hélio Martins, a ideia era realizar uma mostra cultural dos cinco anos da companhia. No entanto, resolveram abrir o convite para outros parceiros e criaram o Festin. Com o passar dos anos o festival ganhou forma e visibilidade.

Hoje já está entre os mais importantes do país nesse segmento. E é o único que discute e oferece recursos de acessibilidade. O festival nunca teve apoio financeiro de empresas, patrocínio e/ou lei de incentivo. As três primeiras edições foram feitas com recursos próprios, venda de ingressos e parcerias. Nesta quarta edição, o festival conta com apoio da lei de incentivo municipal de Goiânia.

SERVIÇO

Evento: 4 Festin-Go0 Festival de teatro Infantil de Goiás

Data: 28, 29 e 30 maio 2021Local: site festin https://festingoias.com.br/ (todo com recursos de acessibilidade) - Gratuito. Censura livre. Espetáculos com intérpretes de libras online, audiodescrição online e legendas. Realização: Cia Flor do Cerrado.  Produção geral: Hélio Martins.

Veja a programação do festival

Dia 28/05 (Sexta-feira)

17 h - Abertura – Vídeo institucional

17h05 - “ENTRE LETRAS” – CIA DE TEATRO CIDADE LIVRE Sinopse

Tainá, uma menina muito esperta, resolve mostrar ao seu amigo João onde estão todos “os segredos do mundo, os mais profundos desejos...”. Ele, muito curioso, aceita a proposta de Tainá que o leva até o baú onde tudo isso e muito mais está guardado. O resultado disso é uma grande viagem que contém leitura, interpretação de texto, valorização dos livros, da escrita, contato com as lendas brasileiras e muito mais. Tainá e João acabam se tornado leitores para uma vida inteira, leitores de “Entre Letras”.

Dia 29/05 (sábado)

9h – LIVE FORMATIVA

Convidados:

Marlon Henrique, Tálita Serafim e Cristina Lopes

Mediação: Helio Martins (produtor cultural e idealizador do festin Go)

15h - AMO PALHAÇO (CLOWNS-TÔ-FOLIA) – GRUPO IMAGEM Sinopse

O espetáculo “Clowns-tô-folia” reúne quadros miméticos clownescos, que contam pequenas histórias de amor e humor. A simplicidade das personagens que compartilham sentimentos cotidianos é o elemento cativante que estabelece

o vínculo entre o teatro e a plateia. São quadros que funcionam como pequenos contos da vida amorosa e cotidiana. A poesia e o humor se juntam, doando à vida massificada um olhar simples e lúdico. Um vendedor de bonecas e sua solidão amorosa, um casal de amores brutos, um atleta e sua academia aberta, uma feiosa e seus valentes pretendentes: essas são situações da vida “clowstofólica” escondida pelo dia a dia automatizado.

17h – “TRANÇAS” – GRUPO TEATRO DESTINATÁRIO

Sinopse

A pequena Bintou vive numa aldeia em Moçambique, e seu grande sonho é ter tranças, como sua irmã e todas as mulheres de sua família. Quando fecha os olhos a menina sonha com longas trancinhas coloridas, enfeitadas com pássaros e conchinhas, porém ao abrir os olhos "tudo o que tem são quatro birotes", pois a tradição diz que crianças não podem usar tranças. Até que em um dia de festa na aldeia, Bintou com um ato de bravura e coragem salva duas crianças de sua vizinhança... Será que por sua esperteza ela ganhará um prêmio? Venha desvendar essa aventura com Bintou, a menina dos quatro birotes!

Dia 30/05 (domingo)

17h – MARIA GRAMPINHO – INSTITUTO ARTE E INCLUSÃO / INAI Sinopse

Uma pessoa se destaca perambulando pelas ruas da Cidade de Goiás. Mulher pequena e negra com sua trouxa na cabeça, mais de trezentos grampos brilhantes em seu cabelo, com suas sete saias e seus botões, deixa algo de mistério não revelado que mexe com a imaginação de todos. Maria Grampinho, seu nome. Seu dormitório, o porão da Casa da Ponte. Assim segue Maria... errante, motivo de algazarra das crianças... mas com pouso certo e muito amada por famílias vilaboenses. De forma animada, com música e dança, “Maria Grampinho” é um espetáculo que mergulha nos mistérios desta personagem.

18h – OS SALTIMBANCOS – CIA FLOR DO CERRADO

Sinopse

A Cia Flor do Cerrado traz ao palco a história de quatro amigos que pelo mesmo motivo saem da casa de seus donos, cada um com sua história, ainda que com o mesmo enredo. Suas vidas foram marcadas por maus tratos. Ao fugir de casa, ao longo do caminho, o Jumento se encontra com o cachorro, a galinha e a gata. Juntos vão à cidade com o sonho de serem músicos; daí, mais que uma parceria, surge uma bela amizade. Unidos pelo mesmo sonho, descobrem que a vida na cidade não é fácil, e que se manterem unidos é menos ainda. Porém, juntos, provam que a amizade é capaz de vencer todas as barreiras e desafios. 

Espetáculo “Os Saltimbancos” da Cia Flor do Cerrado - Foto: Divulgação

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