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“De olho no pré-sal, EUA articulam ação contra Dilma”, diz líder petroleiro

Modelo de exploração do pré-sal, que garante investimentos para a saúde e educação, afeta interesses norte-americanos

De Rede Brasil Atual
Em entrevista ontem, o diretor de Relações Internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, afirma que a Petrobras está sendo utilizada para fazer disputa política, fragilizar a economia brasileira e derrubar a presidenta Dilma, e que os Estados Unidos influenciam essa crise.
Para o líder petroleiro, a elite brasileira, representada pelos grandes meios de comunicação e a direita partidária, encabeçada pelo PSDB, se movimentam segundo os interesses americanos.
Para referendar a sua posição, Moraes lembra do episódio que estremeceu as relações entre o Brasil e os EUA, quando a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) foi denunciada, através de documentos vazados pelo ex-integrante da agência, Edward Snowden, por praticar espionagem contra a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras.
"Nós não temos dúvidas de que a movimentação do Brasil, nos últimos anos, nessa área de energia, particularmente do petróleo e gás, deu ao povo brasileiro mais autonomia, mais soberania, maior possibilidade de destinação do retorno econômico para a saúde, para a educação, principalmente educação. Mas, em compensação, feriu interesses americanos", frisa o sindicalista.
Até 2010, a lei do petróleo que valia era aquela introduzida pelos tucanos, em 1995 e 1997, o chamado modelo de concessão, que fragilizava o controle brasileiro, de acordo com Moraes.

Lula critica ataques à petrobras

O modelo de concessão, que dava às empresas que disputavam os leilões a propriedade e o controle total sobre a reserva foi substituído, no governo Lula, pelo modelo de partilha, no qual, segundo Moraes, "é o povo brasileiro que detém o controle, através do Estado, das reservas. As empresas podem até participar, como investidora, mas o controle se dará pelo Estado, através da Petrobras e da Petrosal, a nova empresa, totalmente estatal".
Os que se curvam aos interesses norte-americanos querem a volta da lei que fragilizava o Brasil, do ponto de vista da soberania energética e da destinação social dos recursos, diz o diretor da FUP. "Enquanto trabalhadores do setor, não temos dúvida nenhuma que a direita brasileira, as nossas elites, tendo à frente os grandes meios de comunicação e a direita partidária, com o PSDB à frente, se movimentam, hoje, claramente segundo os interesses americanos."
Aécio Neves era o candidato à presidência da República preferido dos norte-americanos, com Armínio Fraga como principal homem da área econômica, que tem vínculos profundos com o sistema financeiro internacional; eles já tinham prometido às empresas petrolíferas internacionais que voltaria o modelo das concessões. Moraes cita ações concretas, por parte do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e do deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA), que apresentaram projetos de lei, nas respectivas Casas, propondo o retorno ao modelo anterior.
Para o sindicalista, "tem batom na cueca", fazendo menção às inegáveis provas de "entreguismo", por parte de tais agentes políticos, mas afirma que a Petrobras, hoje, é mais forte, e que "não vai ser um passeio, como foi em 64", mas diz que "lamentável é ver brasileiros se prestando, novamente, a esse papel de tentar destruir o Brasil".
João Antônio diz, ainda, que "querem derrubar a presidenta Dilma pelo que ela representa, um país que não se curva aos interesses externos".

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