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Pioneirismo da Indústria Química do Estado de Goiás

Iquego e a empresa chinesa HMD Taiwan Inc. firmaram parceria para a produção de equipamentos para medir diabetes, em Goiás

Brunno Falcão Da editoria de Economia

O governador Marconi Perillo participou, ontem, de reunião da diretoria da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) com representantes da chinesa HMD Taiwan Inc. para formalizar parceria de Transferência de Tecnologia para a produção de glicosímetros – aparelho necessário ao monitoramento da glicemia em pacientes diabéticos. Com isso, o laboratório goiano, de capital misto, passa a ser pioneiro na fabricação do item no Brasil. “Com certeza, a assinatura deste acordo será um marco na história da Iquego. Demonstra uma ação concreta do novo modelo estratégico defendido pela atual gestão”, afirma Andréa Vecci, presidente da Iquego.
De acordo com o governador Marconi Perillo, “ao assinar contrato com a HMD Biomedical, a Iquego está efetivando a primeira de uma série de Parcerias de Desenvolvimento de Produtos (PDP’s). A Parceria de Desenvolvimento de Produto, firmada entre a Iquego e a HMD Biomedical, tem a chancela do governo de Goiás e interveniência do Ministério da Saúde”. Com o apoio da equipe de Novos Negócios, e demais departamentos, a meta da atual gestão da Iquego é promover uma reestruturação organizacional, financeira e mercadológica na empresa.
Atualmente, todos os glicosímetros comercializados no Brasil são importados e devem ser registrados na Anvisa. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), mais de 250 milhões de pessoas no mundo vivem com diabetes. A cada ano, sete milhões de pessoas desenvolvem a doença, e 3,8 milhões morrem de causas relacionadas ao diabetes. O Brasil aparece em 4° lugar no ranking dos países com maior incidência da doença, com cerca de 12 milhões de diabéticos, com idade entre 20 e 79 anos (2013), ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos com, respectivamente, 98,4; 65 e 24,4 milhões de casos.

Parceria
Com a parceria firmada, o laboratório goiano passa a ser pioneiro na fabricação de glicosímetros no Brasil. O modelo de transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e privados foi criado pelo Ministério Público e, no caso da parceria com a empresa chinesa, garantirá a Iquego a comercialização por dois anos do produto produzido pela HMD. A partir do terceiro ano de contrato, o laboratório goiano passará a também produzir o glicosímetro. A expectativa é que seja gerada uma receita de cerca de R$ 200 milhões para os próximos três anos.
Durante o período de parceria, a empresa goiana receberá técnicos chineses que promoverão a internacionalização da tecnologia, inclusive com investimentos na Iquego. Uma das metas da atual gestão da Iquego é inovar o portfólio por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), com parceiros da iniciativa privada que se propõem a transferir tecnologia de seus produtos, sempre em consonância com a política de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde.

Governo de Goiás
Segundo Andréa Vecci, a parceria não terá custos financeiros para o governo de Goiás, já que a própria HMD fará os investimentos necessários para estruturação da sede em que funcionará a base de produção. “A vantagem é oferecer à empresa privada a entrada no mercado público, porque nós temos o mercado aberto aos laboratórios públicos. Nós podemos vender para qualquer ente público sem passar por processo licitatório. A empresa ganha o mercado público e agora vai ganhar também o mercado privado. Para o Estado nada custa, só agrega. Isso é uma grande vantagem”, garante.
A Iquego afirma que o sucesso do projeto de Transferência de Tecnologia entre a Iquego e a HMD Taiwan Inc. só foi possível pelo empenho e apoio do governador Marconi Perillo, “que não tem medido esforços para promover o desenvolvimento da produção de fármacos produzidos pela Iquego. O apoio do governador a esta empresa tem sido irrestrito por meio de investimentos e outros facilitadores na prospecção de Novos Negócios.”
De acordo com Marconi Perillo, a iniciativa segue recomendação do governo de Goiás com vistas à necessidade de autossustentabilidade financeira da Iquego. “É importante que a Iquego busque formas criativas de alcançar sua autonomia gerencial e financeira, sua sustentabilidade. Este é um passo importante para a Iquego. Com ele, quem sabe em um dia próximo possamos estar aqui falando em inovação tecnológica criada na Iquego, com um fundo financiando pesquisa e geração de novos produtos.”
Goiás é o 4º maior polo farmacêutico do Brasil e abriga 3% da indústria farmacêutica nacional. “Nossa intenção é sermos referência no fomento a Rede de Saúde Pública no Brasil. E temos certeza que podemos contar com o apoio do Governo Estadual para atingirmos este objetivo”, afirma Andréa Vecci. Dentre os medicamentos produzidos pela Iquego, destacam-se os destinados ao tratamento da AIDS (usado no programa DST/AIDS do Ministério da Saúde), tuberculose, hanseníase, aparelho digestivo, hipertensão arterial, diabetes, quimioterápicos e antibióticos. Além disso, vem buscando, por meio de parcerias e desenvolvimento, intensificar sua participação na viabilização de medicamentos e produtos essenciais ao Sistema Único de Saúde.
Também participaram da solenidade o vice-governador José Eliton, o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, o presidente do Conselho Diretor da HMD Taiwan Inc., Yung Ping Chia, o diretor da HMD Brasil Ltda., Luiz de Tavares Lacerda Acioly; e o representante da HMD Taiwan Inc. & HMD Brasil Ltda. na América Latina, Ming Chi Shih.

Iquego
A Indústria Química do Estado de Goiás S/A é uma empresa de economia mista, criada no Governo Mauro Borges Teixeira (1962). Em 1964, iniciou suas atividades com a finalidade de produzir e comercializar medicamentos a preços competitivos ao governo. Possui um parque industrial com 38.750m² (13.514,59m² de área construída) e capacidade de produzir mais de um bilhão de unidades de medicamentos por ano. A produção da Iquego é distribuída em todo o Brasil, provendo o Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos essenciais à atenção básica de saúde, e os considerados estratégicos pela política nacional de saúde, garantindo assim, o acesso gratuito à população.

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