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Receita das micro e pequenas empresas tem maior queda desde 1998

De acordo com o Sebrae, neste ano a receita das MPEs foi de R$ 43,6 bilhões, R$ 7,6 bilhões a menos do que no primeiro mês de 2014

Da Assessoria
O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas teve queda de 14,8% em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2014, no maior percentual de perda de receita para um mês de janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, desde 1998, quando a pesquisa começou.
A informação é do Sebrae-SP, segundo o qual em janeiro deste ano a receita das MPEs foi de R$ 43,6 bilhões, R$ 7,6 bilhões a menos do que no primeiro mês de 2014. O valor é R$ 11,5 bilhões menor do que o registrado em dezembro do ano passado.
"O desempenho ruim da economia do Brasil teve impacto direto nas receitas dos micro e pequenos negócios", afirmou, em nota, o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. "Há um conjunto de fatores, como retração na demanda, baixa confiança e inflação alta, prejudicando o desempenho das empresas. Além disso, as empresas sofrem com os efeitos das medidas adotadas pelo governo para reorganizar a economia brasileira", acrescentou.
A pesquisa revelou ainda o pessimismo dos empresários do setor para os próximos seis meses. De acordo com o Sebrae-SP, 43% deles disseram esperar piora no nível de atividade econômica para os seis meses seguintes. Esse é o maior percentual da série histórica, que começou em maio de 2005. Em fevereiro de 2014, eram 14%.
Sobre o faturamento das empresas, 58% dos entrevistados acreditam em estabilidade, enquanto no ano anterior esse grupo era formado por 54%. Aqueles que esperam piora também são mais numerosos, com 11% dos empreendedores, contra 4% em fevereiro de 2014.
"Os problemas na economia brasileira derrubaram as expectativas dos proprietários de micro e pequenas empresas. Viemos de um 2014 complicado e 2015 não se desenha melhor, o recorde de pessimismo é um retrato desse cenário", disse o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, em nota. "Os ajustes promovidos pelo governo para reduzir as turbulências econômicas devem limitar, no curto prazo, o crescimento do país e o desempenho das MPEs", finalizou.
Em janeiro, o comércio registrou queda de 23% no faturamento em relação ao mesmo mês de 2014. Na mesma comparação, o setor de serviços teve queda de 9,7%. Somente a indústria registrou aumento, com 3,6% de acréscimo na receita.
A pesquisa apresenta dados por regiões. O município de São Paulo teve recuo de 23% no faturamento em janeiro de 2015, sobre janeiro de 2014. A região metropolitana recuou 18,4% no mesmo período. As empresas do interior do estado registraram queda de 11,1% na receita, enquanto o Grande ABC caiu 10,6%.
No primeiro mês de 2015, o pessoal ocupado (sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) nas MPEs paulistas foi reduzido em 2,5% em comparação a janeiro do ano passado. No mesmo período, o rendimento real dos empregados dos micro e pequenos negócios diminuiu 5,6%, já descontada a inflação, de acordo com o Sebrae-SP, que afirmou ainda que a folha de salários paga pelas MPEs caiu 6,6%.

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