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Marcelo Melo, gerente da área de Mercado do IEL-GO

Wandell Seixas, Da editoria de Economia

O vice-presidente da New Holland para a América Latina, Alessandro Maritano, ao analisar o momento econômico brasileiro, considerou a hora de “cruzar os dedos”. Segundo ele, numa coletiva aos jornalistas da 22ª Agrishow de Ribeirão Preto, o primeiro trimestre para os revendedores de máquinas e implementos agrícolas “foi abaixo das expectativas”. E avaliou que, em 2013, as vendas no setor batiam o recorde, atualmente o cenário é diferente. “As vendas caíram mais de 15% a 20% em 2015.”

Alessandro Maritano atribui esse fator à crise econômica e também ao fato do Programa Modernização da Frota (Moderfrota), uma linha de crédito criada pelo governo federal para financiar a aquisição de máquinas agrícolas, que alterou as taxas de juros e se espera também a sua regulação. Com todo esse cenário, o vice-presidente da NH para a América Latina, fazendo chiste da situação, disse que o “melhor a fazer é cruzar os dedos”. Ou seja, aguardar o que vai acontecer. Em sua previsão: “É esperar pelo menos ruim”.

Apesar de tudo, a companhia lança novos produtores no mercado, mas, respondendo ao Diário da Manhã, confirmou demissões, a exemplo de outros segmentos. Não especificou números, contudo. A participação da New Holland no mercado foi de 15% na linha de tratores e 20% para colheitadeiras.

Lançamentos de máquinas inteligentes

A empresa aproveita a feira de Ribeirão Preto, uma das três primeiras no ranking mundial, para efetuar seus lançamentos. Entre os quais, de colheitadeiras CR8090 e CR5.85, a plataforma Draper SuperFlex 880CF, os tratores T7.260. Tratam-se de máquinas mais versáteis, robustas e funcionais.

As novidades estendem pelos aspectos da segurança, precisão, menor ruído, computador de bordo e piloto automático. A primeira plantadeira do Brasil é uma referência em tecnologia agrícola e é produzida na fábrica de Piracicaba (SP). Em resumo: a plantadeira exige menos tempo parada para abastecimento de insumo, o que significa ganho de produtividade. Menos gasto com combustível.

As Indústrias Colombo, de Pindorama (SP), está lançando no mercado, por sua vez, uma colheitadeira de mandioca, que atende à principal necessidade do produtor, que é eliminar a cepa de mandioca. Esse equipamento foi projetado para colher duas linhas de mandioca, utilizando um trator de 80 cavalos, 4 x 4, superredução e com duas válvulas de controle remoto. Além de exclusivo eliminador de cepa da mandioca, a colhedora possui rodas esterçantes para facilitar os acabamentos de colheita e dispositivo para ensacar em sacos tipo BAG. Possui sistema hidráulico independente do trator para acionar os mecanismos da colheita e de eliminação da cepa. A empresa lançou, ainda, para a colheita de feijão, um ceifador enleirador de dez metros de largura de corte. E tem controle remoto.

A Jacto introduziu um novo tipo de mecanização da cafeicultura, o que o produtor pode descobrir na Agrishow de Ribeirão Preto. Trata-se da colheitadeira, onde é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita, pulverização, poda e outros que poderão ser desenvolvidos. Ao se encerrar o ciclo de colheita, o produtor poderá trocar o sistema de colheita pelo sistema de pulverização, por exemplo. A K 3.500 foi desenvolvida para trabalhar em plantios tradicionais e também nos plantios adensados com 2,50 metros entre linhas, garantindo o trabalho do equipamento durante todo o ano, explica Valdir Martins, diretor comercial da Jacto.

Toyota espera vender 235 veículos na Agrishow

A meta da Toyota é comercializar 235 veículos na Agrishow, a maior  feira de agronegócios da América do Sul, instalada segunda-feira (27) e que se encerra dia 1º de maio, nesta cidade. Na edição 22ª da feira, a expectativa de vendas é de 150 unidades dos modelos Hilux e SW4, a mesma quantidade negociada o ano passado. A empresa de capital japonês expõe, em seu estande de mil metros quadrados, a Hilux Limited Edition, versão exclusiva da picape média a diesel mais vendida no País. Com apenas três mil unidades produzidas, ela conta com um motor 3.0L 16 V turbo e transmissão automática de cinco velocidades.

Hamilton Suzuki, executivo da Toyota no Brasil, considerou 2014 como “um ano complicado” para a empresa, chamando a atenção para as taxas de juros de 6,4%. “Foi afetada a confiança do consumidor brasileiro”, ressalta. Para 2015, espera “um ano de reajuste na economia, nas contas públicas, de queda do PIB em 1% a 2%, taxas de juros mais altas e inflação mais acelerada”. É esperada queda nas vendas do mercado automotivo em 18%. A ideia é reforçar o marketing da empresa para tentar manter o máximo de vendas de suas linhas de produção de veículos.

Na Massey Ferguson a expectativa para o decorrer do ano é também de “conservadorismo”.

O segmento de máquinas e tratores agrícolas, no entanto, está ansioso pelo vem por aí em termos de Plano de Safras, que o governo anuncia para junho. Se os financiamentos forem mais generosos, ou seja, juros módicos no mercado financeiro, poderá haver uma perspectiva melhor. A safra de grãos e os preços da arroba do boi gordo estão favorecendo os agropecuaristas.

Os programas do Moderfrota, que financiam a aquisição de máquinas e implementos agrícolas, criam expectativas junto aos fabricantes de tratores, colheitadeiras, ceifadeiras, entre outros. A taxa de juro que contemple o setor agropecuário é tudo os que as indústrias esperam e torcem.

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