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Habilitação de frigoríficos deixa Goiás em festa

A informação liberada pela ministra Kátia Abreu, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de que o Brasil deverá ter 26 plantas frigoríficas habilitadas a exportar para a China até junho deste ano, o que pode representar cerca de US$ 520 milhões anuais em vendas para o país oriental, deixou o segmento em Goiás rindo à toa. O anúncio foi feito pela ministra Kátia Abreu depois de receber em audiência o ministro chinês da Administração de Inspeção de Qualidade e Quarentena, Zhu Shuping. Entre os 26 frigoríficos um é o JBS em Mozarlândia, Noroeste goiano. Carro-chefe da economia mozarlandense é a pecuária, principalmente em virtude da instalação do Frigorífico Bertin, recentemente comprado pelo grupo JBS.

Ainda na manhã de terça-feira (19), a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da sChina, Li Keqiang, oficializaram a liberação da venda de carne bovina para o mercado chinês, embargada desde 2012. A presidente recebeu o primeiro-ministro chinês em solenidade no Palácio do Planalto.

Do total de plantas habilitadas, nove frigoríficos (oito de bovinos e um de aves) tiveram a habilitação oficializada hoje, junto com a assinatura do fim do embargo da China à carne brasileira. A ministra firmou que este é um importante reconhecimento da sanidade e qualidade da carne bovina brasileira em um mercado estratégico para as exportações. Em Goiás, pelo menos dez frigoríficos podem receber a devida habilitação, porque se encontram preparados para tal, segundo fonte do Fundepec. O Estado possui um rebanho de 22 milhões de cabeças saudáveis, recebendo vacinações contra as zoonoses, entre elas a febre aftosa. Há cerca de vinte anos consecutivos não se registra um caso sequer de aftosa, demonstra a Agrodefesa.

Liberação das plantas

Segundo a ministra Kátia Abreu, o governo chinês se comprometeu em liberar as 17 plantas restantes em junho, durante visita oficial da ministra ao país oriental. “Entreguei toda a documentação em inglês para o ministro. Ele saiu daqui com a promessa de uma cooperação rápida, de que tem toda disposição de ajudar”, disse. Dos estabelecimentos habilitados para exportação de carne bovina, um está no Mato Grosso, cinco em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um em Goiás. O de carne de aves está no Paraná.

As autoridades dos dois países assinaram também Acordo de Cooperação em Saúde Animal e Quarentena, com o objetivo de promover intercâmbio de informações visando à prevenção da disseminação de doenças animais nos territórios dos dois países e acordaram a habilitação de estabelecimento brasileiro produtor de carne de aves, que estava suspenso pelos chineses desde 2013.

Repercussão favorável

Em pleno andamento da 70ª Exposição Agropecuária de Goiás, o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Hugo Goldfeld, não sabia o que comemorar mais. Se o sucesso da mostra de Goiânia ou a notícia da habilitação dos novos 26 frigoríficos, entre os quais um deste Estado. “Isto é maravilhoso”, confessou Hugo, que não reza pelo rosário do atual governo. Em sua visão, se cada chinês comesse um bife diário, “não sobraria carne no Brasil”.

José Magno Pato, presidente do Fundepec, encontrava-se em Jataí, região Sudoeste goiana. Em sua opinião, “o avanço da genética, os projetos de cruzamentos industriais e a melhora na sanidade do rebanho contribuem com grande avanço na produção na, em consequência, na conquista de mercados”. Como o presidente da SGPA, Pato concorda que “o mercado da China é fantástico, apesar de seu povo não ter o hábito de consumo de bovinos que está chegando naquele país muito vagarosamente”. Para ele, a China “é a nova perspectiva para a carne bovina brasileira”.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, ressalta a importância da abertura do mercado que hoje já é intensivo quando o assunto é exportação de soja. “É extremamente importante a retirada dos embargos da China para a carne do Brasil. A China é um grande comprador, país extremamente populoso e isso significa um mercado a mais para nossa produção. É claro que, agora, a liberação é de apenas oito plantas autorizadas, mas a partir da visita da ministra Kátia Abreu à China, em julho, outras 17 devem credenciadas. Com isso, cresce a possibilidade de um mercado muito importante. Este é um momento de extrema importância para a pecuária do Brasil e nós temos que comemorar”, finaliza.

Defesa de reabertura

A reabertura do mercado chinês para a carne brasileira vinha sendo defendida pela CNA desde o anúncio do embargo, no final de 2012, por conta do surgimento de um caso atípico, no Paraná, de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE, sigla em inglês), doença conhecida como “vaca louca”. Na época, mesmo com o foco da doença, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) classificava o País como área de risco insignificante para a incidência da “vaca louca”.

Para acompanhar as discussões sobre os assuntos de interesse do agronegócio brasileiro e para ajudar o governo brasileiro na promoção comercial do setor, a CNA inaugurou, em 2012, um escritório na capital Pequim, e já liderou duas missões empresariais ao país asiático, levando produtores rurais e agroindústrias.

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