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Com indicadores ruins da economia Bolsa cai e dólar tem dia de alta

SÃO PAULO - Após mais um rodada de indicadores ruins da economia brasileira, os investidores vendem ações e compram dólares. No câmbio comercial, a moeda americana está sendo negociado em alta frente ao real, depois de ficar próximo da estabilidade nos primeiros negócios do dia. Às 10h51m, a divisa estava sendo cotada a R$ 3,08 na venda, uma valorização de 0,71%. Na máxima do dia, a divisa subiu a R$ 3,084 e na mínima recuou até R$ 3,057. Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, abriu em queda e às 10h51m, recuava 0,63% aos 53.899 pontos. O Ibovespa chegou a recuar mais de 1%.

No mercado internacional, a divisa americana também ganha força frente às principais moedas diante do cenário de incerteza em relação às negociações da Grécia com seus credores. Ontem, porém, a tendência foi de desvalorização do dólar no exterior depois da decisão do Fed de manter os juros entre zero e 0,25% ao ano e sinalizar que a elevação das taxas deve acontecer de forma gradual.

No cenário doméstico, as atenções estão voltadas ao IBC-Br, indicador de crescimento do país, que apontou que a economia brasileira encolheu 0,84% em abril em relação a março. A retração foi maior do que a esperada pelo mercado, entre 0,35% e 0,40%, o que impacta o humor dos investidores. O mercado repercute ainda o IPCA-15, que acelerou para 0,99% em junho frente aos 0,60% de maio, a maior alta para junho em 20 anos.

- Sem dúvida os indicadores ruins refletem no mercado de ações e de câmio, já que a percepção é deterioração mais forte do que se esperava, Já existem bancos prevendo recuo de até 2% no Produto Interno Bruto este ano; a inflação de mostra resistente em torno de 8% nos últimos 12 meses e para 2016 também ainda é de 5,5%, acima da meta de 4,5% do BC. O cenário fiscal é ruim e o superávit primário deve ficar entre 0,6% e 0,8%, frente ao 1,2% do PIB prometido, comprometido pela queda das receitas do governo este ano - analisa Maurício Pedrosa, sócio da Queluz Asset Management.

Com isso, diz ele, ações mais líquidas como Vale e Petrobras, assim como os papéis de bancos, têm sofrido mais. Papéis ligados aos setor de varejo, que se mostra fraco, também são penalizados.

Os papéis preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) recuam 0,66% a R$ 13,36. As aç~´oes de bancos também estão no vermelho. Itaú Unibanco (PN) perde 0,86% a R$ 34,48 e Bradesco PN perde 0,55% a R$ 28,61.

De acordo com Guilherme França, da corretora de câmbio Correparti, o mercado local também digere o adiamento da votação do projeto de lei das desonerações, que ficou para a próxima semana, mas por causa das festas de São João pode ter mais um adiamento por falta de quórum.

“Os investidores repercutem o IPCA-15 (que acelerou para 0,99% em junho frente aos 0,60% de maio, a maior alta para junho em 20 anos). Outra notícia que pesa hoje no mercado é a informação de que o governo fará uma proposta para reduzir o superávit primário de 2015 junto às lideranças do Congresso. O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já estaria em conversas com as agências de rating para tentar evitar um downgrade, caso esta proposta tenha êxito” diz França, em relatório divulgado nesta sexta.

Para Maurício Cardoso é quase certo que a Moody’s rebaixe a nota brasileira nos próximos meses, mas ainda sem tirar o selo de grau de investimento do país.

Na Europa, as principais bolsas trabalham em alta, favorecidas pelo rali das ações nas bolsas americana ontem, apesar das preocupações com a Grécia. Ainda não há solução para o impasse das negociações de Atenas com os credores internacionais, e uma cúpula de emergência de líderes da zona do euro foi convocada para tratar do assunto na segunda-feira.

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