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Para Odebrecht, contratos em Angola e Cuba com apoio do BNDES não são imorais ou ilegais

SÃO PAULO - O diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que não há nada de ilegal ou imoral nos empréstimos de US$ 8 bilhões que a construtora recebeu do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 2007 e 2014, para obras no exterior. Para ele, os financiamentos à empresa deveriam ser ainda maiores, já que a Odebrecht, um das construtoras investigadas na Operação lava Jato, da Polícia Federal, que apura desvios em contratos da Petrobras, gerou ganhos de US$ 20 bilhões no período.

- Estou frustrado e irritado. Nós, que geramos empregos, ficamos na linha de fogo do debate político - afirmou Odebrecht, que participou nesta segunda-feira do seminário "Uma agenda para dinamização da exportação de serviços", promovido pelo jornal Valor Econômico, em São Paulo.

Em Cuba, a companhia moderniza o Porto de Mariel. Em Angola, a empreiteira tem participação em obras de infraestrutura. Marcelo Odebrecht disse que criticou a decisão de manter em sigilo os contratos da empresa firmados em Angola e Cuba, com apoio do BNDES. Para ele, não há nada de ilegal e imoral nesses contratos e que a discussão dos subsídios do BNDES a obras no exterior é muito manipulada ao se comparar "alhos com bugalhos".

O presidente da construtora afirmou que as suspeitas lançadas sobre os contratos que ligariam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Odebrecht, mantidos sob sigilo pelo Itamaraty, foram infundadas. Reportagem do GLOBO, da última sexta-feira, mostrou que o Itamaraty tentou impedir a divulgação dos documentos, já que eles causariam embaraço ao ex-presidente. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores decidiu divulgar os documentos.

- Foi ótimo o GLBO ter levantando a questão dos documentos no Itamaraty. Não tem nada de ilegal ou imoral, mas se lançou suspeita sobre os contratos, que até os diplomatas ficaram constrangidos. O que há de errado em o governo dar apoio a empresas que atual no exterior? - questionou Odebrecht.

Ele disse que também não vê nada de errado em ex-presidentes, como Lula e Fernando Henrique Cardoso, em fazer palestras no exterior, defendendo o Brasil. Lula é investigado por ter viajado ao exterior, inclusive Cuba, com passagens pagas pela construtora.

- Não tem nada de errado que ex-presidentes façam viagens ao exterior defendendo o país - disse Odebrecht.

O presidente da construtora disse que incentivou a criação da CPI do BNDES para mostrar que não há nada de errado. Mas foi informado que os resultados só apareciam daqui a três anos e nesse período do BNDES ficaria parado.

- Já há órgãos de controle suficientes, como o Tribunal de Contas da União (TCU). A CPI vai acabar paralisando o banco - disse ele.

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