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Petrobras pode não conseguir vender ativos no plano de desinvestimento

SÃO PAULO- A possibilidade de a Petrobras incluir no edital de seu Plano de Desinvestimento a imposição de continuar majoritária nos ativos que pretende vender parcialmente, deve afastar muitos investidores, principalmente grupos nacionais. Essa avaliação foi consensual entre os especialistas que participaram nesta quarta-feira, do evento “Gás Natural e Plano de Desinvestimento da Petrobras”, promovido pela Fiesp.

— Quem conhece o mercado e as suas dificuldades não se sente atraído por um processo nesses moldes— , disse Ricardo Pinto, diretor da consultoria da Gas Energy.

A meta da estatal é uma arrecadação de US$ 13 bilhões com a venda de ativos de exploração e produção no Brasil e no exterior (30%), abastecimento (30%) e gás e energia (40%). Ao todo serão 19 distribuidoras de gás; termelétricas a gás natural, sendo que em 10 a Petrobras tem participação acionário e em 16 o controle; 9,4 mil km de gasoduto mais 2,4 mil km do gasoduto Brasil/ Bolívia; além da distribuidora de derivados de petróleo. A empresa ainda não divulgou como será o Plano de Desinvestimento, a expectativa é que o edital seja publicado em julho.

— A Petrobras pode perder a oportunidade de promover a sua saída dessas áreas. Empresas nacionais têm dificuldade de entrar nesse modelo —, ressaltou Ricardo Pinto.

Segundo ele, os investidores que têm procurado a consultoria são estrangeiros, que veem oportunidade de ser sócio da Petrobras e acreditam no potencial do mercado brasileiro.

— Às vezes a lógica econômica é superada pela estratégia de cada empresa— , acrescentou o executivo.

A Cosan, dona da Congás, que é a distribuidora de gás no estado de São Paulo, está avaliando os ativos e aguarda a publicação das regras. Entretanto, o diretor da Congás Carlos Eduardo Brescia, disse que não é de interesse da companhia ter como sócia a Petrobras.

— Nesse modelo, que está sendo aventado pelo mercado, não nos interessa —, disse Brescia.

Segundo ele, distribuidoras, em que a Petrobras é sócia, estão na mira da Cosan, caso o processo seja diferente. O ideal, de acordo com Brescia, seria dividir em blocos esse pacote com a saída efetiva da Petrobras do negócio

Para Diego Mendes, responsável pelo setor de petróleo, gás e petroquímica, Equity Research do banco Itaú BBA, a iniciativa da Petrobras visa geração de receita e aumentar o seu caixa.

— O cenário de geração de caixa não é bom, por isso o corte de investimentos em áreas que não são atrativas nos próximos cinco anos. Fazemos sugestões à companhia, para que se mude o modelo, mas é ela que decide.

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