Home / Economia

ECONOMIA

Bolsa teve alta depois de sete pregões no vermelho, dólar cai

O dólar comercial fechou em queda de 1,21% nesta terça-feira, após o governo ter anunciado déficit primário bem menor que o esperado. A divisa encerrou cotada a R$ 4,059 para venda. Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 4,013. A sessão foi marcada, porém, por forte volatilidade, com o dólar chegando a subir 1,09% e a atingir R$ 4,154.

Após ficar fora do mercado na segunda e não realizar nenhuma atuação adicional, o que gerou uma valorização de 3% do dólar, o Banco Central voltou a intervir no câmbio ofertando hoje US$ 2 bilhões por meio de leilão de linha com compromisso de recompra, além de vender 20 mil contratos de swap cambial em leilão extra, que totalizaram US$ 987,6 milhões.

Ontem, o motivo da forte alta do dólar foram as declarações da Fitch sobre o ajuste fiscal no Brasil e a sinalização de um rebaixamento, que fizeram a divisa acelerar a alta nos minutos finais de negociação e fechar com valorização de 3,37%, a R$ 4,107 para compra e R$ 4,109 para venda.

A moeda americana também reagiu ao resultado fiscal do governo central, que apresentou déficit primário de R$ 5,08 bilhões em agosto. Apesar do número ainda ser ruim, ele veio abaixo da média esperada pelo mercado, que apontava um déficit de R$ 11,8 bilhões, mais que o dobro. O número também veio abaixo do déficit registrado em agosto do ano passado, que foi de R$ 10,450 bilhões.

Bolsa de São Paulo

Após registrar sete pregões em queda, o Ibovespa finalmente conseguiu se livrar da maré negativa e fechou em leve alta nesta terça de 0,40% a 44.131 pontos, com volume negociado de R$ 5,096 bilhões.

As ações da Vale (VALE3, R$ 16,48, -0,66% ; VALE5, R$ 13,22, +0,23%) fecharam entre perdas e ganhos, depois da mineradora comunicar aos seus acionistas a proposta de reduzir para US$ 500 milhões a 2ª parcela de suas renumerações. Em relatórios, Itaú BBA e Santander ressaltaram que a notícia é positiva, já que destaca a disciplina de alocação de capital da administração e mostra compromisso da empresa.

Enquanto isso, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 7,85, +2,35% ; PETR4, R$ 6,59, +2,33%) subiram na esteira dos preços do petróleo no mercado internacional, que avançaram nessa sessão. No radar da estatal, a Petrobras informou que descobriu petróleo leve nos reservatórios do pré-sal no terceiro poço da área de Carcará, na Bacia de Santos.

Já as ações dos bancos fecharam o pregão com resultados variados, após as fortes quedas na segunda: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 25,92, -0,42%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 14,33, -1,10%) e Bradesco (BBDC3, R$ 23,40, +0,69% ; BBDC4, R$21,01, -0,61%).

Quadro Político

Na situação que a economia está, qualquer passo dentro de Brasília é motivo para variação nos mercados. Ontem, as notícias foram de que Joaquim Levy, ministro da Fazenda, defendia mais cortes do governo, o que causou grande desconforto no planalto. Assessores da presidente Dilma Rousseff tem que ele esteja forçando sua saída.

Durante a manhã, em reunião com o vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma afirmou que há possibilidade de mais um ministério ser entregue ao PMDB na reforma ministerial que deverá ser anunciada até a próxima quinta-feira. Se isso tornar em realidade, o partido atual do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, terá sete ministérios: Saúde, Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Portos, Aviação Civil e um sétimo que ainda não foi anunciado.

Dilma relevou que o ex-presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, tem afirmado que o PMDB deve ter presença reforçada no ministério, ampliando assim, seu espaço na Esplanada dos Ministérios. Ela também foi aconselhada pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, para aumentar o espaço do PMDB.

Além disso, Lula e o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, avaliaram em reunião que a chance do Tribunal Superior Eleitoral cassar a chapa da presidente Dilma e do vice, Michel Temer, é remota. Neste caso, seria feita uma eleição em 90 dias e Aécio Neves, senador do PSDB, seria o favorito, desfecho que não interessaria a Geraldo Alckmin.

Cenário Externo

As bolsas asiáticas recuaram nesta terça-feira e chegaram a atingir a minima em três anos e meio, pressionadas por fortes quedas em Wall Street após os dados fracos da China reaquecerem as preocupações sobre sua economia frágil. Com isso, os temores da queda de demanda por commodities fez com que os valores fosse empurrados para a mínima em vários anos. Somando-se ao cenário, as ações listadas em Hong Kong da Glencore despencaram cerca de 28%.

Enquanto isso, o dia foi de leve queda para as bolsas europeias com os índices, CAC 40, FTSE 100, oscilando entre - 0,30% e -0,84%, respectivamente. Entre os dados econômicos do continente, a confiança econômica da zona do euro atingiu em setembro nova máxima em quatro anos. Os dados são da Comissão Européia. A confiança subiu para 105,6 este mês, ante 104,1 em agosto.

Os índices futuros americanos subiram após a forte queda de ontem. Fecharam com leve alta o Dow Jones, subindo 0,29%, a 16.049 pontos, e o S&P 500 subindo 0,12%, a 1.884 pontos.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias