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Investidores estão receosos com a desaceleração da economia da China

Em um pregão de mau humor generalizado, o dólar comercial subiu e voltou a superar os R$ 4. As declarações da Fitch sobre o ajuste fiscal no Brasil e a sinalização de um possível rebaixamento fizeram a divisa acelerar a alta nos minutos finais de negociação. A moeda americana fechou cotada a R$ 4,107 para compra e venda, com valorização de 3,37%. Além das inúmeras questões internas, os investidores estão receosos com a desaceleração da economia da China. O dólar futuro para outubro avançou 2,84%, a R$ 4,09.

Nesta segunda-feira, Rafael Guedes, diretor executivo da Fitch, afirmou, em evento realizado em São Paulo, que “uma mudança de rating do Brasil pode ocorrer a qualquer momento”. Disse ainda que a agência não costuma fazer um rebaixamento de duas notas de uma só vez - na Fitch, o Brasil está dois níveis acima do grau especulativo -, mas disse que o atual cenário econômico não é suficiente para manter a nota do Brasil. “Governo não sabe como conseguir cooperação do Congresso. Medidas não são difíceis de passar, mas Congresso dificulta”, avaliou.

Bolsa de São Paulo

Em sua 7ª queda seguida, o Ibovespa atingiu seu menor fechamento desde 07 de abril de 2009. O principal índice de ações da bolsa brasileira caiu 1,95%, a 43.956 pontos. Além do cenário político instável que permanece no Brasil, os investidores mostram aversão ao risco após dados negativos da indústria chinesa e sinais mais evidentes de que os EUA devem subir os juros ainda este ano, contaminando também as bolsas internacionais. O volume negociado nesse pregão foi de R$ 5,411 bilhões.

As ações da Vale (VALE3, R$ 16,59, -7,47% ; VALE5, R$ 13,19, -7,37%) fecharam em queda em meio à baixa nas cotações internacionais do minério de ferro. A commodity spot com entrega no porto de Qingdao caiu 0,21% a US$ 56,86. As commodities em geral tiveram queda no mundo inteiro depois dos dados fracos dos lucros industriais de empresas chinesas.
Assim como elas, recuaram os papéis da Petrobras (PETR3, R$7,67, -5,05% ; PETR4, R$ 6,44, - 5,57%) que também repercutiu a queda de commodities. O barril do petróleo Brent para dezembro caiu 2,53%, a US$ 47,37.

Resultado Externo

O mau humor global está atrelado à China. O lucro das empresas chinesas mostrou recuo de 8,8% em agosto, bem abaixo do esperado e após já ter caído 2,9%. Para analistas, essa informação mostra que a segunda maior economia do mundo deve ter uma desaceleração maior que a esperada. Com isso, as ações de empresas ligadas a commodities são as que mais sofrem nesta segunda-feira, levando para baixo os principais índices de ações.

Outro fato que circundou o radar de notícias dos investidores, foi a fala do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, que afirmou que o Banco Central dos Estados Unidos continua no caminho para uma provável alta de taxa de juros neste ano, e pode fazer o movimento já na próxima reunião em outubro. Em um evento patrocinado pela Wall Street Journal em Nova York, Dudley afirmou estar confiante de que a fraqueza nas condições econômicas globais e o dólar forte não vão manter permanentemente a inflação baixa nos Estados Unidos, ou deslocar a expectativa sobre a trajetória do aumento dos preços.

Na Europa, o DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 2,12% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, teve desvalorização de 2,76%. O FTSE 100, de Londres, recuou 2,46%, com a forte queda de mineradoras. As ações da Glencore despencaram 29,4% no mercado londrino, com os temores de que a empresa não esteja fazendo os esforços suficientes para controlar a sua dívida no momento em que o preço das matérias primas está em baixa. Os papéis da Rio Tinto caíram 4,8% e os da Anglo Americana 10%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones recuou 1,92% e o S&P 500 cai 2,57%. A BHP, negociada nas Bolsa de Nova Yor, cai 4,36%.

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