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O calendário de 2020 era de muita expectativa para empresários do segmento turístico e viajantes de plantão. A grande quantidade de feriados prolongados na folhinha prometia colocar muita gente com a mochila nas costas e o pé na estrada, lotando hotéis, restaurantes e pousadas nos principais destinos do Estado e do País. Prometia. A máxima de que o ano no Brasil só começa depois do carnaval sofreu uma reviravolta inesperada. Exatamente logo após os dias de folia, o País foi sendo paulatinamente invadido pelo inimigo invisível que revirou a vida e os planos de todos. E o Brasil parou por causa do novo coronavírus. Neste mês de abril, em plena Semana Santa, o cenário que se vê era, até então, inimaginável.
Sempre muito agitada, a histórica cidade de Pirenópolis está praticamente às moscas. O município literalmente fechou as portas para visitantes, com direto a barricadas nas principais entradas da cidade. Só morador põe o pé para dentro, enquanto que os forasteiros são barrados por agentes da Secretaria Municipal de Saúde e da Prefeitura. Palco da tradicional Procissão do Fogaréu, que rigorosamente desde 1745 atrai milhares de fiéis às ruas de pedra e que pela primeira vez foi cancelada, a cidade de Goiás passa por situação semelhante. Na terça-feira (7/4), começou a valer o decreto da prefeita Selma Bastos, que determinou o bloqueio e a barreira sanitária nos acessos da cidade, permitindo a entrada apenas de moradores e trabalhadores e serviços considerados essenciais.
Os exemplos de duas das cidades mais procuradas pelos turistas em Goiás dão uma noção da crise que se descortina diante do setor turístico, que, até então, dava sinais promissores no Estado. Em Goiás, de acordo com o Observatório do Turismo do Estado de Goiás, de 2018 para 2019, o interesse do turista goiano pelos atrativos do estado apresentou um crescimento acumulado de 22,1%. No Brasil, o estudo de impacto da Covid-19 no Varejo Brasileiro – CIELO, realizado entre os dias 09 a 15 de março 2020, mostra que o faturamento nominal da categoria Turismo e Transporte apresentou queda 36,1%, em relação a 11 a 17 de março 2019. Sensível a esta situação, o Governo do Estado, por meio da Goiás Turismo, tem buscado as soluções para tentar captar e atender as demandas dos empresários, na medida do possível.
O governador Ronaldo Caiado e o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, trabalham arduamente na busca por soluções. O setor turístico sempre foi considerado estratégico pelo governo, que não medirá esforços para resguardá-lo. “Não vamos deixar absolutamente ninguém para trás. Especialmente uma área que tão rapidamente gera empregos, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. E não há programa social melhor que a criação de trabalho e renda”, reitera Caiado.
Fabrício Amaral pontua que a angústia que advém da pandemia afeta a todos de maneira indiscriminada, mas o setor do turismo vai passar por uma crise gravíssima e que merece uma atenção especial. Dados do Ministério do Turismo (MTur) revelam que negócios de menor porte representam 95% do total.
“Estamos absolutamente preocupados com todos empresários, na sua maioria de pequeno e médio porte, além das prefeituras. Estamos articulando junto ao Governo Federal ajuda em diversos níveis, seja linhas de créditos, questões ligadas à energia elétrica, trabalhistas e ao Fungetur, com uma linha exclusiva para comunicação direta com os empresários. É fundamental esse socorro emergencial nesta crise”, afirma o presidente da autarquia.
“Venho pleiteando também, junto ao governo federal, um planejamento em nível nacional, uma vez que o problema do trade turístico não se resolve apenas com dinheiro. Esta cadeia produtiva levará um tempo para se recuperar”, pontua Fabrício, que participado ativamente o Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), em constante diálogo junto ao MTur e Embratur.
Ações
Para socorrer estes empresários, a Goiás Turismo, em parceria com a Goiás Fomento, está disponibilizando uma linha de financiamento imediata e exclusiva no valor de R$ 15 milhões a fim de atender a demanda de empresários, donos de bares, restaurantes, hospedagens e empresas de eventos para que eles tenham condições de cumprir com os seus compromissos e manter os seus colaboradores. O valor do financiamento varia de R$10 mil a R$ 50 mil, que poderão ser usados para cobrir custos fixos, como a mão de obra, aluguéis e impostos. Os recursos vêm da Agência de Fomento, Fungetur e FCO.
Segundo levantamento realizado pelo Observatório do Turismo de Goiás, coordenado pela Mestre em Turismo e Hotelaria, Giovanna Tavares, o Estado possui 9.212 empresas com atividades associadas à cadeia produtiva do turismo — o que corresponde a 4,8% do número total de empresas goianas. Negócios do setor de turismo são responsáveis por gerar mais de 60 mil empregos formais, conforme dados mais recentes da RAIS. A Goiás Turismo negocia ainda a liberação de mais R$ 10 milhões para ampliar o número de empresários atendidos.
A Agência Estadual de Turismo também disponibiliza atualmente um canal aberto para orientar os empresas do setor, qualquer empresário pode entrar em contato pelos telefones: (62) 3201-8139 ou 3201- 8150. Outra iniciativa que a Goiás Turismo tem fomentado é que os goianos não desmarquem suas viagens. “Goiás te espera depois do coronavírus. Assim que for seguro, as belezas e delícias de Goiás ainda vão estar aqui. E nós vamos estar de braços abertos para receber você com o carinho de sempre”, são os dizeres da campanha.
Lives
A internet tem sido grande aliada neste período de isolamento social e na Goiás Turismo não é diferente. Na última quarta-feira (8/4), a autarquia iniciou uma série de lives no Instagram, com representantes das 10 regiões turísticas de Goiás. Na estreia, Fabrício Amaral conversou com a prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos, acompanhada da secretária municipal de turismo, Flávia de Brito Rabelo. A segunda já está marcada para o dia 14, com a representante da Região Lagos do Paranaíba, Danilla Soares, secretária de turismo de São Simão. As transmissões ocorrem no perfil da Goiás Turismo (@goiasturismonoticias). “Esta é uma forma muito eficaz de garantir o acesso a informação, especialmente para os representantes do interior do Estado”, destaca Fabrício.
