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EDUCAÇÃO

O Cotidiano Juvenil na Escola Pública Estadual de Goiânia

Professora Enicléia Cristiana Morais.
Coordenadora Regional de Educação de Goiânia. 

e-mail: [email protected]

O moderno desenvolvimento educacional de um sistema de ensino público de qualidade deve e precisa ser olhada, sentida e estudada sob vários aspectos para além dos indicadores somente estatísticos. Neste sentido destaco a formação cultural de cada pessoa em sua autoconstrução no tratamento da (in)formação cuja responsabilidade ultrapassa os limites da escola, bem como o desenvolvimento do ethos individual, além da expansão da consciência dos direitos e deveres de quem vive numa sociedade em permanente conflito como a que experimentamos nestes tempos de elevadas expectativas diante dos novos líderes do país e, em especial de Goiás que tem evidenciado, por aqui em especial, seu compromisso com a transparência. Para tanto, é encargo permanente da Educação Pública a prioridade na formação continuada de seus profissionais em face da latente e fundamental necessidade de reconhecer as demandas reprimidas nas gestões passadas e aquelas artificialmente realçadas com o objetivo a desviar o foco dos graves problemas que precisão com evidente celeridade ser combatida.

Neste imprescindível processo e contexto é preciso chamar a atenção para as múltiplas competências cognitivas destinadas a melhorar a proficiência dos estudantes sem descuidar dos demais valores inerentes a formação integral e soberana do ser humano. Afinal, competências emocionais têm forte influência na vida como um todo e, em especial a nossa juvenil e pulsante comunidade escolar. É preciso ainda, inserir gradualmente em nossa práxis institucional outros conceitos capazes de neutralizar os excessos de irracionalidades, animosidades e atritos experimentados pela nossa atual sociedade com reflexos instantâneos no cotidiano escolar de modo que a inteligência relacional seja horizontalizada primeiramente entre professores, gestores educacionais e demais autores sociais e consequentemente aos nossos estudantes.

Todos nós que trabalhamos em Educação sabemos que a escola está inserida na realidade social de suas representações físicas (prédios e endereço), para efetivar vagas aos seus interessados, mas a escola é um organismo dinâmico e, é espaço de construção da subjetividade. Assim sendo, o espaço escolar é um precioso lócus/instituição para a construção do projeto de vida de seus frequentadores, especialmente no Ensino Médio, enquanto nível de escolaridade que compreende a fase da vida em que se intensifica essa necessidade devido à pressão sofrida pelos adolescentes para que escolham (ou ao menos atinjam) uma profissão.

É prudente ressaltar que ao ente federativo Estado compete, conforme determina o art. 9º da LDB 9394/96, inciso VI “assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos”. Devendo, portanto, por simples paralelo ser gerido por profissionais com fortes vínculos com o chão e as demandas da escola. É evidente que estes profissionais acumularam expressivo know-how e detém a expertise acumulada nas relações cotidianas! Neste sentido temos um qualificado quadro docente valorando cotidianamente as premissas da Secretaria de Estado da Educação, todavia, não nos é permitido a cegueira por excesso de luz, há muito, ainda, a fazer!

Dito isso, a razão deste escrito é reconhecer e oportunizar as justas publicidades aos ainda invisíveis processos formativos em curso nas dezenas de colégios estaduais geridos por aguerridos colegas que sonham e fazem de seus espaços de trabalho diário a realização de suas utopias. São incontáveis os colegas professores, coordenadores e gestores que escolheram pela via pedagógica dá vida as suas convicções d educadores e, na virtude do silêncio consolidam diariamente suas intensas experiências pedagógicas em prol de seus discípulos. Em nossa aprazível Capital, a rede pública estadual com mais de uma centena de unidades escolares sendo um pouco menos que a metade dedicada ao Ensino Médio, acontece proativamente o já consolidado plano denominado de Projeto de Vida cujo objetivo é incluir o trabalho em sua ampla acepção com as Competências Socioemocionais.

É sabido que uma escola faz a diferença na vida de sua clientela e, em especial no Ensino Integral onde os estudantes nas atividades/aulas têm vivenciado situações em que aprender não envolve apenas competências ligadas à velocidade de raciocínio e à memória, mas exige também motivação e capacidade de controlar a ansiedade em conhecer as próprias emoções e, assim construir para si um planejamento em sua vida futura.
Quando se pensa holisticamente a Educação para além de indicadores externos a mensurar a qualidade da aprendizagem, experimentamos corriqueiramente os milagres de se testemunhar na práxis pedagógica o despertar para vida de dezenas de estudantes pré-universitários. É a partir deste projeto construído a partir das características locais da cada escola e do corpo docente que àqueles estudantes antes sem perspectivas passam por si mesmos a construir com autonomia seu próprio curriculum vitae fundamental no futuro mundo do trabalho de cada um.

Na medida em que são provocados a construir respostas aos seus sonhos, os estudantes mostram-se predispostos a aprendizagem e demonstram resiliência na convivência no ambiente escolar, fazendo-se protagonista de sua história, tornando-se estudantes totalmente comprometidos consigo, com a escola e com a comunidade, a tal ponto de inovar o labor escolar. São muitos os profissionais da Educação que sistemicamente viabilizam legítimos milagres ao criar condições às realizações juvenis de seus pupilos e, na discrição de sua vital jornada não conseguem tempo para divulgar seus exitosos resultados, todavia através deste democrático meio de comunicação quero com minha mente e meu coração reconhecer nestes queridos colegas de jornada o extraordinário trabalho que cada um faz a cada dia que o Sol ilumina nossa existência.

O projeto de vida, enquanto matéria-prima ao estudante de hoje, reflete no cotidiano escolar o processo e o produto de uma necessidade social para a vida do estudante em seu planejamento futuro. Nesse sentido, a ação advinda do Protagonismo Juvenil identifica, inicialmente, dois perfis de agentes jovens. Aquele Agente Jovem que cuida das demandas sociais da turma, outro que tem foco nas demandas pedagógicas dos estudantes dento da sala de aula. Para se chegar a estes resultados, a Gestão Escolar, a Coordenação Pedagógica e Professores por meio deste projeto recebem formação para desenvolver o Projeto de Vida. Essa ação formativa contribui diretamente para o bom resultado mensurado ao final de cada ano letivo. O fundamental nestes processos que valorizam o aprendizado para além de fórmulas e matrizes de competências do ENEM é a aposta na opção em pensar globalmente a formação humana. Nesse contexto, as pesquisas revelam que estudantes que têm competências socioemocionais mais desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos escolares e, assim é possível alcançar a equidade no processo de aprendizagem.

Por demais, vale ressaltar que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) destaca a valorização do desenvolvimento cognitivo por meio das competências socioemocionais, devendo a partir dos novos programas, currículos, projetos e metodologias serem efetivadas ora diretamente ora transversalmente pelas escolas nas aprendizagens essenciais para a vida. É enfim, prudente observar que a inteligência emocional faz toda a diferença na vida de crianças e jovens e, recentemente teve sua importância reafirmada pelo Ministério de Educação ao enfatizar a necessidade de se trabalhar as habilidades emocionais em todo o país. Por fim, sabemos que para avançar é preciso evoluir e, para tanto fundamental será caminhar de mãos dadas, pois seguindo Drummond, considero a enorme realidade, pois o mundo presente é tão grande e por isso vamos de mãos dadas.

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